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Alto Minho: EPRAMI já formou quatro mil alunos em 25 anos de vida

9 Julho, 2018 - 08:43

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Em 25 anos, a Escola Profissional do Alto Minho Interior (EPRAMI) já formou cerca de quatro mil alunos. Metade deles jovens abaixo dos 21 anos. Os dados foram avançados à […]

Em 25 anos, a Escola Profissional do Alto Minho Interior (EPRAMI) já formou cerca de quatro mil alunos. Metade deles jovens abaixo dos 21 anos. Os dados foram avançados à Rádio Vale do Minho pelo próprio diretor executivo da escola, Manuel Miranda, numa altura em que este estabelecimento de ensino está a celebrar as bodas de prata.

Mas recuemos no tempo. Estamos em Paredes de Coura, ano de 1993. Perto da praia fluvial do Taboão, um grupo de jovens rapazes anda completamente absorvido com a montagem de um festival de rock que vai ali acontecer pela primeira vez. Vamos deixá-los. Já todos sabemos onde esta história vai dar. Enquanto isso, três presidentes de Câmara conversam entre si e debatem a ideia de desenvolver o ensino profissional na região. À mesma mesa estão sentados o autarca courense, José de Sousa Guerreiro, o presidente da Câmara de Melgaço, Rui Solheiro, e o presidente da Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez da altura. “Estes três concelhos decidiram dar a oportunidade de formação profissional aos jovens do Alto Minho, dado que naquela altura não havia nada do género”, contou Manuel Miranda. A primeira sede da EPRAMI acaba por nascer nos Arcos de Valdevez, mas já com um pólo em Paredes de Coura e outro em Melgaço. O número de professores ronda as duas dezenas e os alunos não chegam aos 200. Um dos primeiros cursos foi o de Biblioteca, Arquivo e Documentação. “Havia muita falta de técnicos qualificados. E os que saíram tiveram logo colocação imediata no mercado de trabalho. Não só em Paredes de Coura, como na Biblioteca do Porto”, recordou o diretor.

 

Manuel Miranda: “Havia muita falta de técnicos qualificados. E os que saíram tiveram logo colocação imediata no mercado de trabalho.”

 

Esta parceria entre os três municípios prolongou-se durante seis anos. “O que baseava legalmente o Ensino Profissional era um contrato-programa com o Ministério da Educação. Mas era preciso dar a este contrato-programa uma força de lei”, explicou Manuel Miranda. É então que, em 1998, o Governo decide dar outra realidade ao Ensino Profissional. “Surgiu o Decreto de Lei 4/98 que tornava as escolas profissionais como entidades jurídicas. Mas, para isso, era necessário haver uma entidade proprietária”. Foi então criada a Associação para o Desenvolvimento do Ensino Profissional do Alto Minho Interior (ADEMINHO). Paredes de Coura, Melgaço e o Parque Nacional da Peneda-Gerês aderem no imediato. “Houve uma cisão por parte dos Arcos de Valdevez. Juntamente com Ponte da Barca, entenderam que tinham capacidade para autonomizar-se”. Seguiram-se várias reuniões em que Rui Solheiro e António Pereira Júnior [eleito presidente da Câmara de Paredes de Coura] tentaram demover as intenções do município arcuense. “Assisti a muitas dessas reuniões e os resultados foram infrutíferos. Foi criada a Escola Profissional do Alto Lima (EPRALIMA)”. A EPRAMI teve de seguir o seu caminho, sem os Arcos de Valdevez.

 

Manuel Miranda: “Houve uma cisão por parte dos Arcos de Valdevez. Juntamente com Ponte da Barca, entenderam que tinham capacidade para autonomizar-se.”

 

Entretanto, Monção piscava o olho à ADEMINHO. O Município era presidido por José Emílio Moreira e manifestava intenções de aderir ao projeto. E isso sucedeu em 2001. “O Dr. José Emílio e o seu Executivo entendiam também que fazia falta no concelho o Ensino Profissional”, referiu Manuel Miranda. Mas eram necessários edifícios, “e os fundos estruturais permitiram a construção desses mesmos edifícios como hoje os conhecemos”. A nova sede da EPRAMI passa a ser em Paredes de Coura, onde foi construído um edifício de raiz. Em Monção, o mesmo cenário. Em Melgaço foram aproveitadas as instalações de um antigo colégio. No total, foram gastos cerca de nove milhões de euros. “Isto permitiu dar outra dimensão ao projeto. Existiam agora instalações dignas. Foi com a vontade e a visão política destes autarcas que este projeto ganhou esta dimensão”, realçou o diretor da escola.

As primeiras linhas da nova vida da EPRAMI começaram a escrever-se com “cursos que não eram lecionados noutras escolas. Optámos por cursos necessários no mercado empresarial, entre eles a Mecânica, a Eletrónica e a Restauração”. Três áreas em que a escola aposta desde o primeiro momento e que ainda hoje se mantêm. “Mantemos a nossa marca por forma a que os alunos tenham uma integração mais facilitada no mercado de trabalho quando saem daqui. A EPRAMI nunca fez formação massiva em qualquer área”.

 

Manuel Miranda: “Foi com a vontade e a visão política destes autarcas que este projeto ganhou esta dimensão.”

 

O enorme boom na formação de adultos

 

Os chamados tempos áureos da EPRAMI surgiram entre 2005 e 2010. “Havia fundos estruturais para a formação profissional não só de jovens mas também de adultos [mais de 21 anos]. Deu-se então um enorme boom na formação de adultos”, descreveu Manuel Miranda. Entre jovens e adultos, a escola disparou para mais de mil alunos no total. O corpo docente chegou aos 150 professores. No virar da década, rebenta a crise em Portugal. A troika chega ao país e a austeridade faz-se sentir no bolso dos portugueses. “Acontece uma alteração do modelo dos cursos profissionais em Portugal. Deixa de haver financiamento para investir em equipamento e as escolas profissionais têm de estar atualizadas, sobretudo em áreas como a eletrónica, mecânica e informática. Não são cursos de caneta e lápis! É preciso investir”, defende o diretor da escola. O investimento tornava-se mais complicado e, a agravar toda esta situação, a baixa natalidade era sentida com mais intensidade no Alto Minho.

Porém, entre cortes e impostos, nasce nesta escola um novo projeto: a Alto Minho Tv. Uma televisão on-line que dá os primeiros passos com a ajuda da Rádio Vale do Minho. “Fomos pioneiros na formação de Técnicos de Audiovisuais e Multimédia. Numa altura em que as redes sociais começavam a estar cada vez mais em voga, constatámos que os nossos alunos mostravam-se interessados em fazer vídeos”, prosseguiu Manuel Miranda. “À conversa com um professor, surgiu a ideia de criar este serviço para a sociedade civil. Tínhamos técnicos bem formados ao nível da imagem e do som, mas faltava-nos a parte do jornalismo” que foi conseguida então como os apoios da Rádio Vale do Minho e do jornal Alto Minho. A empresa Ritmos, entretanto criada por aquele grupo de rapazes que vimos nas margens do Taboão é agora a promotora do Festival Vodafone Paredes de Coura. Veio dar ainda mais força a este projeto. Juntou-se-lhe o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

Entre vários obstáculos encontrados pelo caminho, a Alto Minho Tv cresceu. Tornou-se mais madura e adquiriu os seus próprios jornalistas. “Tem dado um grande contributo para a divulgação da nossa região e, a par da Rádio Vale do Minho e do jornal Alto Minho, é um contributo que é reconhecido tanto dentro como fora do nosso território”, realçou o responsável.

A EPRAMI ganhou músculo. Destacou-se com várias criações em diversas áreas, nomeadamente o premiado Hambúrguer de Cordeiro à Moda de Monção. Uma notoriedade de tal ordem que ganhou o estatuto de Microsoft Showcase School. “É um orgulho e um sentimento de dever cumprido na forma de darmos maior dimensão e consistência ao ensino profissional, com a utilização das ferramentas que a Microsoft dispõe”. Com todos os alunos dotados de computador portátil, a EPRAMI ambiciona agora chegar a Microsoft Academy. “Uma autêntica comunidade tecnológica, porque esse é o futuro. Não só dos alunos, como do nosso tecido empresarial”.

 

Manuel Miranda: “A Alto Minho TV tem dado um grande contributo para a divulgação da nossa região e, a par da Rádio Vale do Minho e do jornal Alto Minho, é um contributo que é reconhecido tanto dentro como fora do nosso território.”

 

Foram 25 anos que passaram num ápice. Ao longo deste quarto-de-século, Manuel Miranda tem sido um dos principais – senão o principal – rostos da EPRAMI. “Não sinto essa importância. Sinto apenas que sou um trabalhador neste projeto com afinco e com dedicação”, disse. “A minha matriz é a de professor. O ensino é uma paixão. Dar oportunidades aos jovens é uma paixão ainda maior. É isso que temos feito e é isso que me orgulha”, frisou Manuel Miranda. “Sinto o dever cumprido, mas a ADEMINHO e a EPRAMI são muito mais! São aquele início dos autarcas que apostaram e os que hoje apostam neste projeto. Mais concretamente Vítor Paulo Pereira, de Paredes de Coura, Manoel Batista, de Melgaço, e António Barbosa, de Monção”, prosseguiu. “Esses é que são os homens da luta, com uma visão continuada de fazer avançar este projeto que tanto tem contribuído para o desenvolvimento do tecido empresarial e da economia não só regional como também do país, através dos técnicos qualificados que a cada ano saem daqui”.

Para o próximo ano letivo [2018/2019], a EPRAMI apresenta um leque de 12 cursos. Em Paredes de Coura: Multimédia; Animador/a Sociocultural; Eletrónica, Automação e Computadores; Mecatrónica. Em Monção: Mecatrónica Automóvel; Produção Automóvel; Restaurante Bar; Cozinha/Pastelaria; Massagem de Estética e Bem-Estar; Esteticista. Em Melgaço: Desporto; Eletrónica Automação e Computadores.

 

EPRAMI celebra 25 anos após a sua formação

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