O número de desempregados no Alto Minho duplicou nos últimos quatro e atingia em setembro mais de 14.400 pessoas, anunciou hoje a União de Sindicatos de Viana do Castelo (USCV), classificando a situação como próxima da “calamidade”.
“Os números do IEFP [Instituto de Emprego e Formação Profissional] são claros e indicam que temos agora o dobro dos desempregados relativamente a 2008. Num distrito tão pequeno e com tantas carências de emprego, são números alarmantes”, explicou à agência Lusa o coordenador da USVC.
Segundo Branco Viana, no verão de 2008 o distrito de Viana do Castelo contava com 7.300 trabalhadores inscritos no IEFP, número que em setembro de 2012 atingiu os 14.493.
“E entre 2011 e 2012 registámos mais quatro mil pessoas desempregadas. São números exagerados e caminhamos, nesta altura, para um cenário de calamidade, em termos de empregabilidade na região”, sublinhou.
Ainda segundo números da USVC, em todo o distrito de Viana do Castelo registaram-se, desde o início do ano, cerca de 250 insolvências de empresas.
Com cerca de 250 mil habitantes, o Alto Minho conta com uma população ativa de 160 mil pessoas.
Esta semana foi conhecido o encerramento de mais uma empresa de construção civil, que, até final do ano, colocará no desemprego mais 120 trabalhadores.
A Aurélio Martins Sobreiro, com sede em Viana do Castelo, mas atividade em todo o país, Angola e Moçambique, já empregou mais de 300 trabalhadores, e estava em processo de insolvência desde novembro de 2011, com dívidas a mais de 800 credores no valor de 40 milhões de euros.
Os credores recusaram o plano de viabilização apresentado pelo administrador de insolvência, pelo que o encerramento da empresa será decretado pelo tribunal nos próximos dias.
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