“Temos todas as razões para acreditar no futuro de Paredes de Coura!”. A convicção foi manifestada esta sexta-feira pelo Ministro das Infraestruturas e do Planeamento, durante a cerimónia da assinatura do Acordo de Gestão da Ligação do Parque Empresarial de Formariz à A3, decorrida naquela zona industrial courense. Recorde-se que o anúncio desta ligação surgiu no passado mês de fevereiro, durante a apresentação do Programa de Valorização das Áreas Empresariais, no montante global de 180 milhões de euros, dos quais 102 milhões em acessibilidades rodoviárias e 78 milhões na criação e expansão de zonas empresariais, que inclui a construção ou a requalificação de 12 estradas prioritárias.
“O que foi conseguido aqui em Paredes de Coura deveu-se a um esforço brutal da parte dos empresários que acreditaram e que continuam a acreditar. Deveu-se também a um conjunto de autarcas, um punhado de mulheres e de homens que – conduzindo o futuro das suas terras – souberam lutar para trazer investimento e emprego para o concelho”, realçou Pedro Marques. “Este investimento justifica-se plenamente porque há uma dinâmica de atividade económica muito grande. Se considerarmos o outro parque industrial [Castanheira] que vai beneficiar também desta acessibilidade, a consideração desse investimento multiplica-se”, apontou.
Sem poupar elogios ao Executivo Municipal, o Ministro destacou sobretudo o nome de Vítor Paulo Pereira. “O presidente da Câmara de Paredes de Coura é aquilo que eu chamo de um autarca do século XXI. Esses autarcas pugnam hoje pelo emprego. Pela localização de atividade económica. Porque essa é o fator crítico de sustentabilidade dos nossos territórios, sobretudo daqueles que não estão localizados nos grandes centros urbanos”, enalteceu. “Presidentes de Câmara de outros concelhos e até de outros partidos políticos já me disseram que a decisão de realizar este investimento era justa e prioritária”.
Sobre as inúmeras vantagens da obra que esta sexta-feira ficou «preto no branco», Pedro Marques lembrou que “vai ser reforçada a segurança do transporte pesado e também do transporte ligeiro. Vão também ser encurtados tempos”. “Este é um investimento que vai reter as populações e acabará mesmo por atrair mais populações para estes territórios, dando-lhes assim sustentabilidade para o futuro”, concluiu.
Vítor Paulo Pereira: “As tartarugas conhecem melhor as estradas que os coelhos”
No seu discurso, o presidente da Câmara de Paredes de Coura começou por fazer o filme dos acontecimentos até à atualidade. Recuou até aos anos 90 onde António Guterres, então Primeiro-Ministro, se mostrava já preocupado com as acessibilidades a uma vila com um festival que começava a dar os primeiros passos. “Desde 1994 até à atualidade, passaram por Paredes de Coura vários Primeiros-Ministros, Ministros e Secretários de Estado. Mas o problema não foi resolvido. Faziam-se acessos por todo o país e Coura… nada!”, recordou o autarca socialista para quem isto “parecia incompreensível, visto que tínhamos dois parques industriais com intensa atividade industrial, mas mesmo assim não conseguíamos o tão reclamado acesso”.
Previsivelmente, Vítor Paulo Pereira separou o atual Executivo de António Costa de todos os que ficaram para trás. Fez rasgados elogios a um Governo que “desde a primeira hora constatou que a ligação da A3 a este parque é determinante para a captação de novos investimentos e mesmo para consolidar os existentes”. Para o edil courense, foi aberta “a porta para uma obra determinante para o futuro de Paredes de Coura e para o futuro de todos os courenses”.
“Para chegarmos a este ponto foram precisos muitos anos. Foi um trabalho de paciência. Diria que foi um trabalho de tartaruga! Mas também sabemos que as tartarugas conhecem melhor as estradas do que os coelhos”, ironizou o presidente da Câmara. “Quando iniciámos o nosso mandato em 2013, sabíamos que a ligação do Parque Industrial à A3 seria determinante para Paredes de Coura. Não devemos esquecer que esta ligação significa também encurtar a distância para a Zona Industrial de Castanheira que após um período de declínio industrial conhece agora mais vigor com particular destaque para o grupo francês MG Goutier que emprega hoje 250 trabalhadores e prepara a abertura da segunda unidade industrial”, revelou.
O discurso fluía, mas Vítor Paulo Pereira nunca tirou de cima da mesa a ideia central. “Ao longo destes três anos dissemos sempre que tínhamos três prioridades: Emprego, emprego e emprego. Conjuntamente com os empresários, fizemos um trabalho verdadeiramente notável. Aprendemos muito com eles, caminhámos sempre ao lado deles na resolução dos problemas e ficámos a perceber o tempo da indústria… o tempo da empresa”. Seguiram-se os números que enchem hoje o Executivo de contentamento. “Foi graças a esta parceria feliz que nos tornámos o concelho do Norte com maior crescimento de exportações entre 2013 e 2015. Crescemos 700 por cento!”, frisou o presidente da Câmara.
Num ambiente de sorrisos e de plena animação, Vítor Paulo Pereira fechou com um pensamento deixado por Walt Disney. “Gostamos do impossível, porque lá temos menos concorrência”.
Para além do Parque Empresarial de Formariz, também o Parque Empresarial de Lanheses, em Viana do Castelo, o Averpark, no concelho de Guimarães – com 18,4 milhões de euros, e áreas de localização empresarial de Ribeirão e Lousado, em Famalicão, são os contemplados no Minho pelo programa de valorização das áreas empresariais lançado pelo Governo.
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