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A Assembleia Municipal de Paredes de Coura aprovou por maioria, em sessão realizada na passada sexta-feira, os documentos Prestação de Contas relativos ao ano de 2019. Números que, na visão do presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, demonstram “uma boa gestão que permitiu atingir bons resultados e capacidade de investimento”.
“O ano de 2019 apresentou uma taxa de execução ao nível da receita de 95,1% o que indica rigor na elaboração dos documentos previsionais”, começou por referir Vítor Paulo Pereira (PS). “São resultados muito positivos que evidenciam contas saudáveis, rigorosas e o reforço na consolidação do equilíbrio financeiro alcançado nos últimos anos”.
Para o presidente da Câmara, o ano de 2019 “reforçou a estratégia” do Executivo Municipal “na captação de investimento e na criação de emprego que será determinante no combate à crise que já é visível e que será temível nos próximos tempos”.
Debruçando-se sobre os efeitos económicos provocados pelo novo coronavírus (COVID-19), Vítor Paulo Pereira apontou uma pandemia que desestruturou toda a economia e lançou milhares de pessoas no desemprego. “Compreende-se por isso que uma estratégia persistente e até obsessiva na criação de emprego é a melhor solução para dar esperança e estabilidade familiar a muitos courenses. Não existe desenvolvimento sem emprego!”, exclamou.
Recordou o projeto de expansão da área da Zona Industrial de Formariz num investimento de 1 milhão e 800 mil euros. “Permitirá maior flexibilidade à implantação de empresas. A nova área permitirá a criação de 400 novos postos de trabalho e um volume de negócios anual de 77 milhões de euros”, adiantou. “A nova ligação à A3 consolidarão a capacidade de atração da Zona Industrial. Neste último ano demos passos decisivos para que a maior reivindicação de sempre de todos os courenses se concretizasse. Já estão montados os estaleiros”.
Em síntese, disse o autarca, “Paredes de Coura está bem e recomenda-se do ponto de vista das contas públicas”. Até porque, para Vítor Paulo Pereira, “ser de esquerda exige, antes de tudo, ter boas contas”.
“Até prova em contrário, não podemos investir na captação de investimento e na captação de emprego, nem fazer ação social, nem promover políticas de inclusão sem dinheiro”, sublinhou.
“Trabalhamos muito e muito fazemos com o pouco que muitas vezes temos. Procuramos aproveitar as oportunidades e não apenas resolver problemas! Não assumir riscos no presente é, no futuro, uma atitude potencialmente suicida. Não há verdadeiro desenvolvimento sem decisões corajosas”, concluiu.
PSD chumbou… devido à adesão à Águas do Alto Minho
Do lado da bancada social-democrata, veio o chumbo. Pela voz do deputado José Augusto Caldas, uma reprovação centrada apenas num único ponto.
“Eu tomaria as mesmas decisões que a Câmara tomou em 90% daquilo que ali está. Mas há um fator que para mim é um princípio básico: tem a ver com a cedência da exploração das águas à empresa Águas do Alto Minho”, atirou. “O PSD votou contra. Achamos que foi um erro. Tudo aquilo que dissemos que ia acontecer, acabou por acontecer por falta de cuidado e por falta de planeamento. Perdemos o leme e isso é da nossa responsabilidade!”.
“Eu nunca poderia votar contas que têm alienado aquilo que toda a gente já percebeu que foi um erro”, afirmou.
“Isso é baixa política!”
Na resposta, o presidente da Câmara acusou o deputado do PSD de estar a faltar à verdade. “Isso é baixa política! Diga-me onde está a venda da água [no documento]. Na política não vale tudo!”, disparou Vítor Paulo Pereira que recorreu de imediato à formação académica de José Augusto Caldas.
“Um economista formado, e se calhar com boa nota, não consegue distinguir uma concessão de uma venda”, lamentou.
Na votação, o documento foi aprovado com os votos favoráveis do PS e PEV. Registou três votos contra, vindos dos deputados do PSD. Não houve qualquer abstenção.
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
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