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Monção: PSD e PS querem ‘reacender’ Associação Comercial

28 Março, 2018 - 02:01

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PSD e PS de Monção estão de acordo na urgência em dar maior dinamismo à Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Monção e Melgaço (ACICMM). O assunto subiu à […]

PSD e PS de Monção estão de acordo na urgência em dar maior dinamismo à Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Monção e Melgaço (ACICMM). O assunto subiu à reunião de Câmara desta terça-feira, na sede da antiga Junta de Freguesia de Parada, pela voz de Manuel José Oliveira, vereador socialista. “Temos de ser sérios e corretos. E o Sr. Presidente conseguiu, de facto, ao nível do comércio tradicional, trazer para a praça pública uma nova dinâmica. Está a ter sucesso e ficam os parabéns por isso”, disse. “Mas esta dinâmica tem de ter alguma sustentabilidade! E eu não vejo uma Associação Comercial a dar suporte. Não vejo a Câmara a colocar os funcionários municipais a ajudar as pessoas que embelezam as ruas. O Sr. Presidente vendeu um novo conceito. Espero é que o comércio tradicional tenha retorno disto”, alertou Manuel José Oliveira. “Se querem ajudar o Comércio Tradicional, devem começar a reforçar uma estrutura forte e isso passa pela Associação Comercial. Eu sei que a Câmara não tem intervenção direta nisto, mas se o Sr. Presidente conseguiu passar a imagem de alguma frescura no Comércio Tradicional também terá a capacidade para mobilizar as pessoas no sentido de se organizarem e avançarem com uma Associação Comercial forte”, desafiou o vereador socialista. “Um Comércio Tradicional que não tenha uma Associação Comercial forte, tem os dias contados”, concluiu.

 

Manuel José Oliveira: “Se querem ajudar o Comércio Tradicional, devem começar a reforçar uma estrutura forte e isso passa pela Associação Comercial.”

 

Na resposta, o presidente da Câmara (PSD) concordou com a visão do vereador socialista. António Barbosa assumiu que a autarquia está preocupada com esse cenário mas não cruza os braços. Das reuniões com os cerca de 150 comerciantes, “foram selecionados representantes de cada rua para poder começar a trabalhar”, explicou o edil monçanense. “Juntaram-se as várias vontades. Nós, que queremos dinamizar o Município. E os comerciantes que têm interesse em trabalhar”, sublinhou António Barbosa, entrando imediatamente pela mais recente fonte de receita. “Aquilo que vai sendo feito é ideia dos comerciantes. Nós estamos a ajudar financeiramente. A receita dos parquímetros, por exemplo, vai reverter a favor de atividades promotoras do Comércio Tradicional. Estamos a fazer uma coisa que eu já defendia há vários anos atrás”, realçou.

 

António Barbosa: “Não vamos levantar o pé do acelerador! Não existe Associação Comercial? Pois estaremos cá durante os anos que forem necessários para continuar a colaborar com o Comércio Tradicional.”

 

No entanto, o presidente da Câmara acabou por assumir que o ideal seria ter uma Associação Comercial em pleno funcionamento. Pelo menos, disse, não seria “tão desgastante” para a própria autarquia. “Há um conjunto enorme de situações que nos surgem todos os dias e isto é mais um ‘peso’. Se tivéssemos uma Associação Comercial, devidamente apoiada pela Câmara, e que pudesse pensar nisto todos os dias seria diferente”. No entanto, em tom firme, Barbosa deixou o compromisso. “Não vamos levantar o pé do acelerador! Não existe Associação Comercial? Pois estaremos cá durante os anos que forem necessários para continuar a colaborar com o Comércio Tradicional”, garantiu.

 

Antigo tesoureiro da ACICMM deixa apelo a jovens comerciantes

 

A Rádio Vale do Minho está a tentar ouvir o presidente da ACICMM, Américo Reis, mas ainda sem sucesso. No entanto, na plateia desta reunião marcou presença Custódio Teixeira, antigo tesoureiro daquela associação que apontou uma forma possível de resolver o problema. “A nova vaga de jovens comerciantes na vila de Monção deve assumir as rédeas da Associação Comercial. É a eles que lhes cabe essa decisão”, defende. Questionado sobre o desempenho do atual presidente, Custódio Lopes foi taxativo. “Tanto ele como eu e outros dirigentes já estamos cansados. Neste momento é hora de renovação”, finalizou.

 

Cenário arrasta-se há anos

 

Foi em dezembro de 2015 que Melgaço perdeu a paciência. “Há uma inércia da ACICMM neste concelho. Não se tem visto nada! O comércio local precisa de animação, de motivação e de investimento! Até à data, nada se tem visto por parte da associação em que estamos integrados”, dizia à Rádio Vale do Minho a presidente da Associação dos Viticultores do Vale do Minho (Avitiminho).

O presidente da Câmara melgacense também se mostrava bastante preocupado. Em declarações ao Minho Digital, Manoel Batista disse na altura que a associação comercial que representa os dois concelhos não assumiu as suas funções. “O papel que cabia à associação comercial não foi bem desempenhado. Os comerciantes de Melgaço fizeram um bom trabalho, foram empreendedores, as instituições, Câmara e Juntas de Freguesia foram colaboradoras, mas claramente a associação comercial não assumiu o seu papel. Cabe agora aos comerciantes fazerem a avaliação e pensarem no futuro”, considerava Manoel Batista. O autarca socialista apontava mesmo que o futuro poderia passar “por uma renovação dos órgãos sociais da ACICMM ou a cisão com esta e a criação de outro organismo de âmbito local”.

Confrontado na altura pela Rádio Vale do Minho com esta situação, Américo Reis foi pragmático. “Podem criar as associações que quiserem. A ACICMM continuará a fazer o seu bom trabalho”. Só que à esquerda, que na altura estava ao leme da autarquia de Monção, as opiniões surpreendiam. “Não me repugna nada que Monção, a médio ou a longo prazo, venha a ter uma associação comercial autónoma para apoiar os comerciantes e a indústria”, disse Paulo Esteves, então vereador da Cultura, à Rádio Vale do Minho. O autarca lembrou ainda que “experimentar não custa. É sempre importante que haja diálogo entre o Município e a respetiva associação comercial. Há sempre coisas a limar mas, acima de tudo, o que importa é que Monção vença”, concluiu.

Melgaço optou por agir. Menos de um ano depois, em Julho de 2016, na Casa da Cultura, constituiu-se a Associação Empresarial Minho Fronteiriço (AEMF). Um passo que encheu de alegria o presidente da Câmara local. “Espero que a AEMF possa encontrar o seu caminho. Que possa fazer o seu primeiro ano de trabalho a sério. Que consiga estruturar-se e trazer projetos, ajudando assim o tecido empresarial de Melgaço a encontrar a encontrar soluções para as suas necessidades”, disse Manoel Baptista.

De então para cá, a AEMF tem levado a cabo os mais diversos eventos. Alguns deles inéditos e de êxito absoluto, tais como a Noite dos Medos, no passado mês de outubro, ou as comemorações do Carnaval no passado mês de fevereiro.

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