Vai ser este ano.
A Rádio Vale do Minho já confirmou e sabe que a mercearia de Custódio Teixeira, no Largo da Alfândega, vai receber a Medalha de Mérito do Município de Monção na Sessão Solene do próximo dia 12 de março, Feriado Municipal.
Uma distinção que acontece poucas semanas após a Rádio Vale do Minho ter dado nota de que este estabelecimento é um dos mais antigos do concelho e que, até hoje, ainda não tinha somado qualquer reconhecimento por parte da autarquia.
Conta incríveis 75 anos de existência.
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
Foi em 1948 que os pais do Sr. Custódio decidiram abrir uma loja no centro da vila.
Uma mercearia que, curiosamente, nunca teve um nome oficial. Hoje é a mercearia do Sr. Custódio, mas começou por ser a Loja da Sãozinha – que era a mãe do atual proprietário.
“Em 1975 concluí o serviço militar e passei a tomar conta deste estabelecimento”, contou o Sr. Custódio à Rádio Vale do Minho.
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
Entrar na mercearia do Sr. Custódio é como fazer uma viagem ao passado.
Da balança a fazer lembrar o tempo dos nossos avós, passando pelas prateleiras até àquele aroma de uma mercearia que conserva nas paredes um incrível número de episódios e de milhares de pessoas que por ali já passaram.
No entanto, o grande trunfo desta loja é o bacalhau.
“É a referência deste estabelecimento. De ano para ano as vendas aumentam. Há uma cada vez maior confiança das pessoas, porque sabem que aqui encontram qualidade”, realçou o Sr. Custódio, como que traçando imediatamente a fronteira entre este tipo de estabelecimentos e as grandes superfícies.
A procura é de tal ordem que, afirmou, “cerca de 50% dos meus clientes para o bacalhau são galegos. Durante todo o ano! Não há um dia em que não tenha aqui galegos”.
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
“Enquanto puder, vou estar aqui. Depois fecharei”
Em 2018 e 2019, recorde-se, a Praça da República foi sujeita a uma profunda intervenção.
Entre obras e tanta revolução urbana, a mercearia do Sr. Custódio nunca deixou de funcionar. Sempre firme e a desbravar os tempos.
Porém, o atual proprietário não tem ainda qualquer sucessor em vista que possa dar seguimento a este estabelecimento histórico.
“Enquanto eu puder, vou estar aqui. Depois fecharei, como muitas já fecharam”, desabafou.
“Isso deixa-me triste. Espero que um dia, quando eu partir, haja alguém que tome conta disto e que dê seguimento”, concluíu o Sr. Custódio.
Muito bem merevida