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Monção/Cruzamento de S. Pedro: Uma história de acidentes, dor e de uma rotunda que nunca chega

28 Novembro, 2019 - 18:40

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É um dos pontos mais negros no tráfego rodoviário em Monção. Em pouco mais de um mês, dois acidentes provocaram agitação entre a comunidade. Pede-se uma rotunda… e com urgência. A famosa rotunda de S. Pedro que tem sido tão discutida nos corredores políticos locais nos últimos anos.

O dia 25 de fevereiro de 2011 foi trágico para um motociclista. Eram cerca das 19h30 quando, naquele cruzamento, uma colisão entre um ligeiro e um motociclo provocou um ferido grave. 

De acordo com relato feito pela GNR na altura, o acidente deveu-se à falta de cedência de passagem por parte do veiculo ligeiro que foi embater no motociclo.

Minutos mais tarde, e nesse mesmo cruzamento, um condutor de um outro veículo ligeiro atropelou uma mulher que foi transportada para o Hospital de Viana do Castelo.

 

José Emílio Moreira ameaçou cortar a estrada

 

Foi em março de 2013 que a então chamada Estradas de Portugal (EP) admitiu reformular este cruzamento perigoso à entrada de Monção. Tudo porque o então presidente da Câmara, José Emílio Moreira (PS), ameaçou cortar a estrada caso se registasse algum acidente mortal. “Infelizmente, parece que só deste forma é que se resolvem as coisas em Lisboa”, disse na altura o autarca.

A EP esclareceu ainda na altura que, segundo dados oficiais disponibilizados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), entre 2009 e julho de 2012 “foram registados oito acidentes rodoviários que originaram dois feridos graves e 10 feridos ligeiros”, naquele cruzamento.

 

Uma garantia que mudou sentido de voto do CDS-PP

 

“Mais um acidente no cruzamento de S. Pedro. Até quando?”, escreveu esta quinta-feira José Luís Alves, antigo vereador pelo CDS-PP na Câmara de Monção, na sua página do Facebook. Foi este autarca que, em fevereiro de 2017, viabilizou em reunião do Executivo Municipal o projeto de execução da Reabilitação da EN 101.

O PSD votou contra. Para António Barbosa, então líder da oposição, o centro histórico da vila era mais importante. Foi então que nessa mesma sessão, o então presidente da Câmara, Augusto Domingues (PS), garantiu ao vereador centrista que a construção da rotunda de S. Pedro começaria nesse mesmo ano. 

José Luís Alves absteve-se na votação, tendo causado espanto total na vereação do PSD. João Garrido, na altura vereador social-democrata, chegou mesmo a levantar os braços a meia altura. Tudo o resto, era silêncio à direita. Três votos contra vindos dos sociais-democratas, abstenção do vereador do CDS-PP, três votos favoráveis dos socialistas. O projeto de execução da Reabilitação da EN 101 avançou com o voto de qualidade do presidente da Câmara. A rotunda, essa, não.

 

CDS-PP começou a perder a paciência

 

Em julho desse ano, com as eleições autárquicas a aproximar-se, o CDS-PP começou a perder a paciência. “Quero esclarecer de uma vez por todas o que vai acontecer em relação à rotunda de São Pedro. Vejo que já há obras aqui na vila e não é a melhor altura para as fazer”, disse José Luís Alves em reunião do Executivo.

“Estamos a prejudicar os comerciantes da vila quando era a rotunda de São Pedro que deveria estar a ser feita! Quero que me sejam clarificados os timings para a realização desta rotunda, dado que houve aqui um compromisso assumido entre mim e a Câmara”, recordou o autarca do CDS-PP.

Na resposta ao vereador, o presidente da Câmara, Augusto Domingues, começou por referir que a Vice-Presidente da autarquia, Conceição Soares “teve recentemente uma reunião com a IP. Estamos a «esticar a corda» ao máximo a ver se o Estado paga. Se isso não acontecer, terá de ser o Município a investir”.

Na sequência da explicação dada pelo autarca socialista, a Vice-Presidente acrescentou que “temos o projeto praticamente feito. Queremos agora saber se damos continuidade ao projeto ou se querem eles [IP] fazer o projeto de novo”. “Estamos a pressionar. Tenho ligado constantemente para a Engª. Luísa Cordeiro no sentido de acelerar e fazer-nos chegar essa proposta, mas o facto é que a IP não tem respondido”, lamentou Conceição Soares.

 

PS não desiste… PSD não promete

 

Vieram as eleições autárquicas de 2017. Em Monção o PS perdeu. Os socialistas não desistiram e, logo nas primeiras sessões camarárias – em novembro desse ano – abordaram o assunto. Agora como presidente da Câmara, António Barbosa (PSD) assumiu que é uma prioridade… mas “uma prioridade cara”.

“São 250 mil euros a ‘fazer filhos em mulher alheia’! A obra é na Estrada Nacional, que não é da nossa competência!”, atirou António Barbosa. No entanto, o edil monçanense terminou a deixar um compromisso: “Iremos pressionar, no sentido da IP [Infraestruturas de Portugal] antecipar esse investimento naquele espaço”.

No mês seguinte, em reunião de Câmara e com o Orçamento Municipal para 2018 em cima da mesa, Augusto Domingues voltou a tocar no assunto. “Aquilo é muito perigoso! Já apanhei lá sustos e muita gente me conta também que viveu naquela zona momentos aflitivos”, sublinhou o líder da oposição.

Na resposta, o presidente da Câmara mostrou-se compreensivo, mas não prometeu. Deixou até um recado. “Se a obra é assim tão prioritária, vocês [PS] deveriam ter começado por aí em vez de gastar 600 mil euros na requalificação da EN101. E ainda sobravam 300 mil euros para investir no casco histórico [custo da rotunda ronda os 250 mil euros]”, devolveu António Barbosa.

 

Mesmo sem assento… CDS-PP não desarma

 

Mesmo sem assento no Executivo Municipal, o CDS-PP não perdeu os objetivos de vista. Um ano depois, por alturas da discussão do Orçamento Municipal para 2019, os centristas lembraram a necessidade da rotunda “por forma a combater o elevado índice de sinistralidade que ali se tem verificado”.

Já em Assembleia Municipal, realizada em Novembro do ano passado,  José Emílio Moreira, agora como deputado municipal, voltou a apelar à urgência na construção da rotunda. Na resposta, o presidente da Câmara admitiu que terá de ser feita mas Barbosa não atribui a esta obra a mesma prioridade dada pelos socialistas. O edil social-democrata lembrou que a Infraestruturas de Portugal tem também de assumir responsabilidades nesta matéria. 

 

Mais dois acidentes em pouco mais de um mês

 

E chegamos ao presente. Garantias? Poucas ou nenhumas. Enquanto isso, no histórico deste cruzamento somam-se os episódios trágicos. No passado mês de outubro, um homem de 60 anos foi atropelado neste local. Seguiu para o Hospital de Braga em estado na altura considerado grave.

Esta quinta-feira, uma jovem de 22 anos ficou ferida após uma colisão rodoviária entre dois veículos ligeiros. Foi transportada para o Hospital de Viana do Castelo com ferimentos considerados leves.

 

[Fotografia: Direitos Reservados]

 

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