Uma fábrica de papel deverá criar 184 postos de trabalho em Alvarães, Viana do Castelo, através de um investimento de 25 milhões de euros, indica o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) consultado hoje pela agência Lusa.
O documento está em discussão pública até sexta-feira e prevê a construção de uma fábrica de raiz, com uma capacidade de produção instalada, diária, de 200 toneladas de papel, destinado ao uso doméstico e sanitário (tissue), a partir da transformação de pasta de celulose.
A fábrica Fortissue é participada a 100% pelo grupo local Suavecel, que se dedica à produção de artigos de papel para uso doméstico e sanitário, precisamente a partir de bobinas de papel tissue, prevendo vendas anuais de 33 milhões de euros.
A nova unidade industrial será instalada num lote de terreno com 8,5 hectares, na Zona Industrial de Alvarães, e no EIA que se encontra em consulta pública desde 21 de março admite-se que vai fornecer precisamente a vizinha unidade da Suavecel, a poucas centenas de metros de distância, também no concelho de Viana do Castelo.
A “redução do custo da principal matéria-prima” na fábrica do mesmo grupo, tendo em conta que as bobinas de papel tissue são adquiridas em Espanha e Itália, e um “maior controlo” deste fornecimento, “em qualidade e em disponibilidade”, são justificações apontadas para a instalação da Fortissue.
O aumento da eficiência e da qualidade do papel produzido pelo grupo e a melhoria no seu desempenho ambiental são outros argumentos, associados ainda à reutilização dos desperdícios de papel pela Fortissue, implicando, simultaneamente, “uma redução de custos”.
O grupo Suavecel admite que a estratégia de crescimento “está condicionada” à disponibilidade de papel tissue, “garantida ao ritmo e prazos exigíveis ao cumprimento dos objetivos de produção”. “Os estudos efetuados indicam que a forma de ultrapassar esta ameaça passa por assegurar a própria produção de papel a partir de pastas virgens, posicionando-se como peça chave na estratégia de desenvolvimento da empresa a construção de uma fábrica de papel, localizada próximo das atuais instalações”, lê-se no documento.
Este investimento contempla a instalação de duas máquinas de papel, cada uma com uma capacidade nominal de produção, diária, de 100 toneladas, a primeira das quais deverá entrar em funcionamento no último trimestre de 2013 e a segunda dois anos depois, funcionando ininterruptamente, 24 horas por dia.
O documento em consulta pública estabelece que a Fortissue “não efetuará descargas de águas residuais industriais e domésticas” no local, mas antes no sistema público dos Serviços Municipalizados de Saneamento Básico de Viana do Castelo, “cumprindo as condições exigíveis para o efeito”.
Acrescenta que o impacto da fábrica para a qualidade dos meios hídricos, superficiais e subterrâneos “foi considerado nulo a reduzido”, o mesmo acontecendo com os efeitos na qualidade do ar na zona envolvente da instalação.
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