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Monção/Salvaterra de Miño

Eurocidade: Monção e Salvaterra «juntaram trapinhos» e seguem juntos para o futuro

2 Maio, 2017 - 09:47

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Augusto Domingues quer partilha de saúde e bombeiros. Grandal Vaqueiro quer alargar a ponte.

O Alcalde de Salvaterra de Miño, na Galiza, quer mais gente a circular entre aquela localidade e Monção. O desejo foi manifestado esta segunda-feira, durante a cerimónia de inauguração da sede da Eurocidade Monção/Salvaterra. Um edifício localizado no Parque da Lodeira, em pleno berço do Alvarinho. “A distância entre a Câmara de Salvaterra e a Câmara de Monção é de um quilómetro. Se eu me puser à janela e o presidente da Câmara de Monção também o fizer, conseguimos saudar-nos. Isto quer dizer que estamos demasiado unidos”, disse Arturo Grandal Vaqueiro. “Há muitas pessoas que visitam Monção e Salvaterra, sobretudo ao fim-de-semana. Sempre disse que a ponte internacional é uma «rua». E esta rua, como todas as ruas, precisa de ser urbanizada. Hoje é uma ponte feita essencialmente para veículos, mas temos de pensar nas pessoas. Eu e o presidente da Câmara de Monção temos já um projeto para ampliar os passeios da ponte por forma a que as pessoas tenham melhores condições para atravessá-la. Há também que iluminar mais a ponte e também pintá-la”, adiantou o autarca galego.
Cheio de projetos para o futuro da nova Eurocidade, o alcalde de Salvaterra sublinhou também a intenção de fazer uma grande aposta no turismo. “Fizemos também um estudo no sentido de saber a profundidade do rio entre Monção e Salvaterra e entre Valença e Tui. Isto no sentido de perceber qual a melhor embarcação para navegar ali. Temos comerciantes, temos clima, temos quintas de Alvarinho… imaginem um «pequeno Douro» aqui!”, continuou Grandal Vaqueiro. “Este rio tem de ser navegável!”, defendeu.
Ideias para a nova página entre as duas localidades vizinhas também não faltam ao presidente da Câmara de Monção. Augusto Domingues defendeu de forma acérrima um futuro assente na partilha de espaços e equipamentos entre as duas comunidades. “O Centro de Saúde de Salvaterra fecha às 20h00. O nosso não fecha. Um qualquer salvaterrenho, tendo um qualquer problema de saúde, deverá poder ser atendido no nosso Centro de Saúde”, considerou Augusto Domingues. O autarca monçanense espera ainda que os bombeiros locais passem a ter agora todas as condições legais para prestar auxílio a ocorrências na margem galega. “Isto é uma relação de futuro! Tenho pena, e contra mim falo, de não nos termos unido há muito mais tempo. Mas mais vale tarde do que nunca! Espero que no futuro, todos os que vierem, continuem a apostar nesta relação interfronteiriça que é o futuro da nossa comunidade”, concluiu o presidente da Câmara de Monção.

“Desde há muito que europeus desejaram cooperação transfronteiriça”

A presidir a esta cerimónia esteve o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Visivelmente satisfeito com a ambição dos dois municípios, José Luís Carneiro começou por lembrar que “a Europa vive hoje momentos muito difíceis. Encontra-se confrontada com o desafio da abertura, da tolerância e da compreensão que fez com que a Europa fosse simultaneamente ao longo da sua história um projeto de competitividade económica mas, fundamentalmente, um projeto de coesão social e um projeto de paz”. “Aquilo que hoje estamos aqui a fazer é a concretização de um objetivo antigo dos europeus que desde há muito desejaram que a cooperação transfronteiriça fosse capaz de esbater fronteiras. De constituir campos comuns de trabalho conjunto para construir a paz, o desenvolvimento e o entendimento em relação ao modo como olhamos o futuro”, disse o governante que saudou os autarcas que levam agora por diante este objetivo.
A nova sede da Eurocidade Monção/Salvaterra de Miño está instalada no antigo edifício da PIDE. Símbolo de opressão e repressão durante o Estado Novo, imóvel assume-se, a partir de agora, como ponto de partida para o reforço de atividades conjuntas entre as duas localidades vizinhas unidas pelo Rio Minho.
Após a cerimónia oficial, seguiu-se ainda a abertura da sede da Associação ATEARAIA – Associação Transfronteiriça de Educação Ambiental, no edifício da antiga guarda-fiscal, também ele objeto de recuperação. Neste local, foi inaugurada a exposição de fotografia “Portugal Subaquático”, da autoria de Luis Quinta, produzido pela CMIA de Viana do Castelo.

Veja o vídeo da cerimónia AQUI [copie o link para a barra de endereços]:
https://www.facebook.com/RadioValedoMinho/videos/1460928740644377/

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