Cerca de 60 soldadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) viram as suas competências “requalificadas” em ações de formação realizadas este mês na empresa, anunciou hoje à agência Lusa a comissão de trabalhadores.
“Apesar do momento de indefinição que vivemos, é importante ver a prioridade que a administração está a dar à qualificação dos nossos recursos humanos. Só com boas competências é que a nossa empresa pode vingar”, afirmou o porta-voz da comissão de trabalhadores.
Segundo António Costa, as ações de requalificação de competências foram desenvolvidas esta semana, na empresa, e envolveram cerca de 60 trabalhadores da área da soldadura, reconhecida como uma das especialidades dos ENVC.
As ações surgem numa altura de indefinição sobre o futuro dos estaleiros, tendo em conta que o processo de reprivatização lançado pelo Governo em 2012 está suspenso desde dezembro.
Segundo informação anterior da administração dos ENVC, as ações de formação aumentaram 23% e envolveram mais de metade dos atuais 625 trabalhadores em 2012, ano marcado pela falta de trabalho.
No ano passado, foram realizadas 22 mil horas de horas de formação, o que corresponde a um aumento de 23% face ao ano anterior, envolvendo 390 trabalhadores.
Este incremento na formação interna foi propiciado pela ausência de novas construções. Durante todo o ano de 2012, os trabalhadores dos ENVC realizaram apenas algumas reparações navais, tendo a empresa faturado cerca de três milhões de euros nessa atividade.
Em dezembro de 2012, em declarações à agência Lusa, o presidente do conselho de administração dos ENVC admitiu “significativos constrangimentos laborais e económico-financeiros” sentidos pela empresa nos últimos meses.
Por isso, sublinhou Jorge Camões, a “formação contínua dos trabalhadores” assumiu-se como “um vetor estratégico na retenção e mobilização dos recursos humanos”, sendo “condição necessária à competitividade” nesta área.
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