Capturas de lampreia no rio Minho caíram para um terço das registadas em 2009

A pesca da lampreia no rio Minho continua em queda e, depois de a safra do ano passado ter rendido quase um terço face a 2009, o cenário volta a repetir-se agora.

Segundo números avançados hoje à agência Lusa por fonte da Capitania do Porto de Caminha, os cerca de 300 pescadores que, do lado português, participaram em 2012 na faina da lampreia, declararam 20.132 capturas.

Em 2005 esse número, relativamente a uma faina que decorre entre janeiro e abril de cada ano, foi de 30.632 e desde essa altura que as capturas registam uma tendência de descida.

Isto apesar de em 2009 terem atingido as 55.930 capturas, um máximo de oito anos.

No ano passado, fonte da Capitania do Porto de Caminha chegou admitir que a quebra sentida nas capturas podia estar relacionada com o “reduzido” caudal que o rio apresentava, devido à falta de chuva.

Isto tendo em conta que “por haver menos água doce a ser descarregada no mar” é “diminuído o efeito de chamamento da espécie na foz” e como tal pode haver “menos lampreia a subir o rio, para desovar”.

Agoa, os pescadores do rio Minho garantem que à semelhança, por exemplo, de 2012, a faina continua a terminar, todos os dias, com menos lampreias nas redes.

“Pensávamos que fosse da seca mas agora tem chovido muito, há água no rio e continua a aparecer pouca lampreia. Não temos qualquer explicação para isto, talvez seja algum problema na reprodução”, disse à Lusa o presidente da Associação de Profissionais de Pesca do Rio Minho e do Mar.

Certo é que por dias, acrescenta Paulo Silva, nenhum colega pode “pensar” em quantas lampreias vai apanhar à saída para o rio.

“Já chegamos a ter dias em que parece que está bom e tiramos uma lampreia [por barco] e outros iguais com oito ou mais. É tudo muito inconstante, talvez quando as águas começarem a aquecer apareçam mais nas redes”, disse ainda o pescador.

Até há poucos anos a lampreia do rio Minho chegava a ser vendida para os restaurantes da região a preços que oscilavam entre os 80 e os 100 euros, dependendo do tamanho.

Preços que entretanto caíram para 10 a 30 euros, fruto da crise e apesar de continuar a haver “muita procura”, garantem os pescadores.