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Caminha

Caminha: Câmara quer compensar comunidade piscatória «do abandono a que foi votada»

30 Outubro, 2016 - 00:45

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Presidente da Câmara considera que é tempo de inverter a situação.

A Câmara Municipal espera uma resposta positiva em relação à candidatura apresentada para uma profunda intervenção no Cais da Rua. A decisão será conhecida dentro de algumas semanas e, se a expectativa se concretizar, a obra avança de imediato. Como frisou o presidente da Câmara, Miguel Alves em reunião descentralizada, “a comunidade piscatória foi abandonada, nos últimos anos, no concelho de Caminha” e é tempo de inverter esta situação. Em causa está uma obra orçada em 800 mil euros, que obrigará a um esforço financeiro do Município ainda considerável, mas cuja prioridade é absoluta.
A última reunião descentralizada da segunda ronda pelas freguesias decorreu na sede dos Bombeiros Voluntários de Caminha, respeitando à freguesia de Caminha (Matriz) e Vilarelho. O pescador Augusto Porto foi um dos munícipes que interveio, para expor as suas preocupações sobre a pesca no Rio Minho. Também o presidente da Junta de Freguesia, Miguel Gonçalves, se tinha referido à pesca, lembrando que quase nunca foi tratada devidamente no concelho e “os pescadores estiveram longos anos esquecidos”.
Em resposta, presidente e vice-presidente da Câmara foram perentórios: a pesca é essencial à economia concelhia, diferencia-nos e tem de ser apoiada, para além das várias intervenções que têm sido feitas.
Miguel Alves sublinhou que o abandono a que foram votados os pescadores no passado, assim como os erros cometidos, são questões que este Executivo não admite. “Quando cheguei mandei fazer um projeto para o Cais da Rua, ouvindo os pescadores e a Capitania. Chamei cá o secretário de Estado das Pescas, semdar nota disso, e sensibilizei-o. Não se pode cometer em Caminha o mesmo erro que se cometeu em Vila Praia de Âncora, onde o Estado pagou uma grande obra, mas onde não foram ouvidos os pescadores”, com as consequências que se conhecem, a obrigar a obras constantes, estando já prevista mais uma ação de desassoreamento orçada em meio milhão de euros.
O presidente lamentou ainda que o projeto encomendado pelo anterior Executivo para a marginal de Caminha ignorasse o Cais da Rua, e isso, frisou, foi mais uma atitude de abandono em relação aos pescadores – “nem o projeto para o Cais se fez”.
Agora, a poucas semanas de se conhecer a decisão sobre a candidatura, o presidente da Câmara avisou que não se importará com críticas e, tratando-se de um ano eleitoral, a obra avançará mesmo em 2017, caso, como espera, a candidatura seja aprovada, porque já se perdeu demasiado tempo. Miguel Alves lembrou também que, ao chegar à Câmara no início deste mandato, encontrou “uma situação terceiro-mundista” no acesso dos pescadores às embarcações. “O que fizemos foi colocar escadas de acesso às embarcações – os pescadores antes tinham que escorregar pela marginal e foram muitas as quedas por causa disso”.
Também em resposta a Augusto Porto, o vice-presidente, Guilherme Lagido, tinha já dito que o concelho, tal como o conhecemos, “é impensável sem a pesca”, salientando o modo como condiciona positivamente a restauração e o turismo.

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