A concelhia do PSD de Viana do Castelo vai ser liderada até às autárquicas por uma comissão “provisória” devido à demissão do presidente e outros membros por discordarem da escolha do candidato à Câmara, disse à Lusa fonte partidária.
A decisão resultou de uma reunião, sexta-feira, dos elementos da comissão política concelhia que ainda se mantêm em funções após a saída de Carlos Morais Vieira, sendo esta solução “provisória” e liderada por Pedro Cruz, que era secretário-geral, e Eduardo Viana (vogal).
“É uma comissão política mas não deixa de ser provisória, ao abrigo dos estatutos do partido e tendo em conta que as eleições internas só poderão ser realizadas depois das autárquicas”, explicou à agência Lusa Pedro Cruz.
Vários elementos da direção da concelhia de Viana do Castelo do PSD, incluindo o presidente Carlos Morais Vieira, anunciaram no início deste mês a demissão, alegando “discordâncias” na estratégia autárquica local, depois da homologação da candidatura do deputado Eduardo Teixeira à Câmara.
“Em local e momentos adequados tivemos oportunidade de manifestar a nossa discordância com o rumo que o PSD estava a adotar relativamente à escolha do nosso candidato à Câmara Municipal”, afirmou o presidente demissionário, acompanhado na saída pelos dois vice-presidentes e vários vogais.
O deputado e líder da distrital do PSD de Viana do Castelo, Eduardo Teixeira, foi homologado em fevereiro pela comissão política nacional, como candidato do partido à Câmara de Viana do Castelo nas eleições autárquicas de 2013.
“O PSD está ativo e identificado com a candidatura do deputado Eduardo Teixeira, em que o objetivo central é ganhar a Câmara de Viana do Castelo. Esta comissão política tudo fará para que isso aconteça”, afirmou ainda Pedro Cruz.
Nos últimos meses colocou-se a possibilidade de os sociais-democratas avançarem naquela autarquia com uma candidatura conjunta com o CDS-PP, liderada pelo ex-autarca de Ponte de Lima Daniel Campelo.
Esta opção, defendida pelo próprio Carlos Morais Vieira, acabaria, contudo, por não vingar junto dos órgãos nacionais, o que motivou as saídas.
“Desde o ano passado que temos vindo a alertar para a necessidade de corrigirmos o rumo, de alterarmos a nossa estratégia, de ouvirmos os sinais que a sociedade civil nos faz chegar. Não foi o entendimento do partido. Respeitamos essa decisão, mas temos que ser consequentes com as nossas posições e dar espaço a quem se reveja e defenda a estratégia adotada”, acrescentou Carlos Morais Vieira.
A direção da concelhia foi eleita em abril de 2012 para um segundo mandato.
Além da saída da concelhia, Carlos Morais Vieira confirmou à Lusa ter pedido, também, a demissão das funções de tesoureiro da distrital, estrutura liderada por Eduardo Teixeira, cargo que ocupava há cinco anos.
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