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“O meu principal adversário é Marcelo Rebelo de Sousa”. Otimista em relação às próximas eleições presidenciais, Ana Gomes passou esta terça-feira por Melgaço onde aproveitou para traçar à Rádio Vale do Minho a linha que a separa do professor na corrida a Belém.
“Ele encarna um projeto democrático, mas de direita. E eu encarno uma candidatura independente, progressista, de uma socialista que quer federar todos aqueles que se reveem num projeto democrático que quer regenerar a democracia”, disse a antiga eurodeputada.
Globalmente falando, Ana Gomes faz um balanço positivo do mandato do atual Presidente da República. Mas considera que o país precisa de mais. E diferente. “Há coisas em que a democracia não respondeu às necessidades dos cidadãos e isso é particularmente evidente no momento de grave crise social em resultado da crise sanitária”, apontou.
A candidata fala sobretudo em falta de estratégia. Esta “passa sobretudo por reformas essenciais de muitos setores, a começar pela Justiça. Já muito podia ter sido feito e não foi feito”. “Terei como prioridade fazer, sendo eleita Presidente da República”, garantiu.
Sobre o silêncio do PS
Questionada pela Rádio Vale do Minho sobre o silêncio do PS em relação às presidenciais, Ana Gomes acabou por lamentar a posição do partido. No entanto sente-se apoiada.
“Sinto os militantes do PS extraordinariamente ativos e a apoiar-me. A direção do partido deu-lhes liberdade para apoiarem quem entenderem. Mas os militantes socialistas têm cabeça para pensar e estão a apoiar-me. É isso que eu sinto em todo o lado”, assegurou Ana Gomes. “Mas isso não me impede de lamentar que o partido se tenha abstido de ter um candidato próprio”, acrescentou.
Em Melgaço, a candidata recebeu forte apoio do presidente da Câmara, Manoel Batista, escolhido para ser o mandatário distrital da candidatura.
“Não tenho dúvidas nenhumas. Conhece muito bem o país e é uma pessoa com uma capacidade de relações internacionais absolutamente extraordinária”, disse o autarca socialista à Rádio Vale do Minho.
“É uma pessoa que tem pensamento. Que tem opinião relativamente ao país e aos grandes assuntos do país. Enquanto candidata está não só a fazer um excelente trabalho mas também um grande favor à democracia”, enalteceu Batista.
As eleições Presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro de 2021 e na corrida, para além de Ana Gomes, já estão Marcelo Rebelo de Sousa, Marisa Matias, João Ferreira, Tiago Mayan e André Ventura.
Se nenhum dos candidatos obtiver mais de metade dos votos validamente expressos, excluindo os votos em branco, terá de haver uma segunda volta 21 dias depois. O sufrágio marcado para 14 de fevereiro é disputado entre os dois candidatos mais votados.
[Fotografia: Correio da Manhã]
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