Liliana Silva, vereadora pelo PSD na Câmara Municipal de Caminha, vai assumir as funções de deputada na Assembleia da República (AR) eleita por Viana do Castelo. A autarca laranja vai ocupar o lugar deixado vago por Luís Campos Ferreira que, recorde-se, renunciou ao mandado no início deste mês.
De referir que, na lista do PSD/CDS-PP, Liliana Silva ocupava o sexto lugar. Nas legislativas outubro de 2015, a coligação de direita elegeu Carlos Abreu Amorim, Luís Campos Ferreira, Emília Cerqueira (pelo PSD) e Abel Batista (pelo CDS-PP). Entretanto, em julho do ano seguinte, o deputado centrista renunciou ao cargo tendo sido substituído por Ilda Novo. Com a saída de Campos Ferreira, o nome seguinte na ordem numérica era o de António Rodrigues mas, apurou a Rádio Vale do Minho, mostrou-se indisponível por razões pessoais.
O desafio foi então lançado à vereadora de Caminha. Aceitou. “Sim. Vou. Na minha vida política nunca virei costas a um desafio e acima de tudo nunca virei costas a ninguém”, escreveu a autarca na sua página do facebook. “Cada um de nós tem os seus ideais, defende formas diferentes de alcançar objetivos e o melhor para as suas populações. Faço por pautar a minha ação política orientada pela premissa basilar de que somos meros servidores daqueles que nos elegem e escolhem para os representar nos diferentes órgãos”, referiu. “Os lugares e cargos que ocupamos só fazem sentido se for para servirmos as pessoas”.
Liliana Silva esclarece ainda que, ao assumir estas funções, não irá deixar o cargo de vereadora da oposição na Câmara Municipal de Caminha. “Como caminhense, assumi as minhas funções enquanto vereadora da oposição, estando sempre ao lado e disponível para ajudar todos os que precisaram de mim. Reitero a minha disponibilidade total nestas funções das quais não prescindirei, porque é a forma mais próxima e direta que tenho de ajudar os meus concidadãos”, considera.
Mulheres do Alto Minho em maioria na AR
Com a entrada de Liliana Silva em São Bento, as mulheres do Alto Minho passam a estar em maioria. Quatro deputadas e três deputados eleitos por Viana do Castelo: Sandra Pontedeira (PS); Emília Cerqueira e Liliana Silva (PSD); Ilda Novo (CDS-PP). Do lado masculino estão agora Tiago Brandão Rodrigues e José Manuel Carpinteira (PS); Carlos Abreu Amorim (PSD). “As mulheres deste país têm que ter cada vez mais voz, pois são o coração e o humanismo que tantas vezes falta na ação política”, sublinha Liliana Silva no mesmo texto. “As mães deste país precisam de alguém do mundo real, deste território tão afastado do poder central, que fale por elas e das dificuldades que sentem diariamente”.
A terminar, a vereadora social-democrata deixa uma promessa. “Exercerei as minhas funções como deputada na Assembleia da República por todos e para todos, e sempre, pelo melhor para a minha terra, para o meu concelho, para o meu distrito e para o meu País”, garante.
Mulher sem meias palavras
Com a entrada desta autarca caminhense, a Assembleia da República ganha um dos rostos que tem feito uma oposição mais acérrima à maioria socialista na Câmara de Caminha. Sem palavras brandas, entre outros episódios, Liliana Silva provocou a ira dos socialistas em janeiro do ano passado ao ter considerado que Mário Soares “em muitos momentos, não teve respeito por milhares de portugueses, principalmente com os nossos retornados”.
Com António Costa na mira, Liliana Silva acabou por incendiar toda a esquerda. “Ouvir um primeiro ministro não eleito pelo povo (mas por uma concertação de esquerda em secretaria) usar 10 minutos de palavra para adjetivar um homem com qualidades, muitas das quais não possuía, é demais”, atirou na altura a dirigente do partido. “Preste-se a homenagem, dê-se as condolências aos familiares e amigos, mas não queiramos fazer um reset na memória das pessoas”, rematou.
[Fotografia: Direitos Reservados]
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