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Vale do Minho: Juntas de ‘salto alto’ – Quando são elas a liderar as freguesias

8 Março, 2019 - 09:06

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São mulheres. São presidentes de Junta. A política circula-lhes nas veias. Lideram equipas, discursam em Assembleias Municipais e batalham pelos seus objetivos. Antónia Branco (PSD) está no primeiro mandato na […]

São mulheres. São presidentes de Junta. A política circula-lhes nas veias. Lideram equipas, discursam em Assembleias Municipais e batalham pelos seus objetivos. Antónia Branco (PSD) está no primeiro mandato na União de Freguesias de Messegães, Valadares e Sá, em Monção. À Rádio Vale do Minho, a autarca confessou que não tem sido difícil exercer o cargo. “Quando mostramos que somos exatamente iguais ao sexo oposto e que lutamos por essa igualdade, torna-se fácil. Temos é de mostrar também no terreno que conseguimos tanto ou mais do que os homens”, disse.

O mesmo não aconteceu, por exemplo, com Cláudia Pires de Lima (PS) que em 2017 se estreou ao leme da Junta de Freguesia de Paredes de Coura e Resende. “O balanço tem sido positivo, sobretudo pelo que tem sido possível conquistar como mulher numa presidência de Junta”, iniciou desde logo a autarca socialista”. No entanto, recordou, “as nossas comunidades ainda estão muito habituadas à imagem masculina do presidente de Junta”. “Nos meus primeiros dias à frente deste órgão autárquico, havia pessoas a entrar-me por aqui dentro em tom mais agressivo. As pessoas entravam já com os braços no ar prontas a reclamar”. Os meses passaram e o cenário mudou nesta localidade. “Agora já não é tanto assim. As pessoas já não aparecem no sentido de reclamar mas alertar-nos para alguma situação e conversar connosco. Sendo que estas são as mesmas pessoas”, apontou.

De volta a Monção, e também com as cores socialistas, Catarina Lourenço está à frente da Junta de Freguesia de Cambeses. “Ser mulher é lutar por valores. Por causas. Estar onde outros por vezes falham”, sublinhou desde logo a autarca. “Nós, mulheres, temos outras sensibilidades. Muitas de nós são mães e colocamos muitas vezes o valor da maternidade na educação de um povo e é isto que eu sinto na política”, descreveu. “Ser igual, ser democrática, ser cooperante e justa acima de tudo”.

Mais ao lado, em Melgaço, Fátima Táboas lidera a Junta de Freguesia de Vila e Roussas. “Não tenho encontrado qualquer dificuldade acrescida pelo facto de ser mulher. Sinto, isso sim, as dificuldades inerentes a estas funções que seriam sentidas por qualquer pessoa”, referiu. Questionada sobre o afamado sexto sentido feminino, esta autarca socialista lembrou que “é uma vantagem em qualquer altura da nossa vida”. “Claro que na política isso tem sido uma vantagem. Há um caso ou outro em que esse sexto sentido ajuda mais”, admitiu com um sorriso.

Já em Valença, encontramos Maria Fernanda Sousa (PSD), aos comandos da União de Freguesias de Valença, Cristelo Côvo e Arão. No segundo mandato, a autarca social-democrata considera que “no mundo em que estamos já não podemos diferenciar o que é trabalho de uma mulher e trabalho de um homem”. “Claro que tenho tido dificuldades, sobretudo no que diz respeito a obras. Nesse campo, um homem está mais preparado para esse campo. Mas para isso valho-me dos meus colegas que também fazem parte do Executivo e que me ajudam a tomar as melhores decisões”. Sem sentir qualquer discriminação, Maria Fernanda Sousa fala também no sexto sentido feminino. “Aquele tal feeling que nos permite resolver mais rapidamente problemas, arranjar soluções que vão de encontro aos interesses da população”, disse.

 

Apenas 32 mulheres em 308 presidentes de Câmara

 

Depois das eleições autárquicas de 2017, os dados mostraram uma clara superioridade dos homens à frente das Câmaras Municipais. Apenas 32 mulheres à frente de Câmaras Municipais. O número representa uma subida face às 23 eleitas nas últimas eleições, em 2013, e significa que, num universo de 308 presidentes de câmara, 10,4% são do sexo feminino. O PS lidera na escolha de mulheres para chefiarem municípios, com 18 presidentes eleitas. Em 308 candidatos do PS à presidência de câmara, 42 eram do sexo feminino.

No total das listas aos diferentes órgãos autárquicos, as mulheres representavam cerca de 40% das candidatas socialistas. Em Matosinhos, Luísa Salgueiro tornou-se na primeira mulher à frente da autarquia. Segundo os dados disponíveis no Ministério da Administração Interna, os distritos de Beja, Braga, Castelo Branco, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu não elegeram qualquer mulher como presidente de câmara.

Esta sexta-feira assinala-se o Dia Internacional da Mulher. Consagrado em 1975 pela Nações Unidas, comemora-se com iniciativas e homenagens em todo o mundo. Mais que uma data, é um momento para reflexão sobre o papel da mulher na sociedade e a sua importância no contexto familiar, social e profissional.

 

[Fotografia: Ilustrativa / Direitos Reservados]

 

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