O Teatro Valadares, em Caminha, vai ser palco esta sexta-feira da sessão inaugural do ciclo internacional do afamado Festival de Cans… na Galiza.
Para os menos conhecedores, é bom referir que estamos a falar mesmo de Cans (e não Cannes, em França).
Mas há uma história curiosa por detrás de tudo isto. Já lá vamos.
Será uma sessão onde vão ser exibidas as curtas-metragens vencedoras da edição deste ano do festival, realizada no passado mês de maio.
O Cans Intinerante, assim se chama o périplo, pretende “promover o cinema galego bem como os respetivos realizadores ao nível internacional”.
Vai depois passar por Lisboa, Barcelona, Madrid, Paris e Bruxelas.
O início em Caminha está marcado para as 21h45.
A sessão vai contar com a presença dos cineastas Pablo Dopazo e Borja Santomé. Está também prevista a presença de Alfonso Pato, diretor do evento.
[crédito fotografia: Huffpost]
A história incrível do Festival de Cans
Tudo começa em 2004 na pequena aldeia de Cans, em O Porriño, na Galiza.
“Nasceu quase como uma brincadeira. Sem grandes horizontes. Reparamos na semelhança da fonética entre Cans e a palavra francesa Cannes”, contou Alfonso Pato ao jornal espanhol Huffpost.
Foi então que um grupo de amigos se juntou e tentou criar um festival de cinema num ambiente rural “onde não haveria tapetes vermelhos nem grandes carros, mas sim galinhas, vacas e tratores”.
Tem sido um incrível êxito desde a primeira edição. Até há desfile de tratores.
“Chegamos até aqui. Algo que nunca sonhamos naquela tarde, quando tudo começou”, admite o diretor.
[crédito fotografia: Huffpost]
Volvidas mais de duas décadas, o festival já faz hoje parte da vida da pequena aldeia com cerca de 400 habitantes.
Um emblemático cão amarelo tornou-se o símbolo do evento.
[crédito fotografia: Huffpost]
Acolhe sobretudo curtas-metragens. Mas a programação tem vindo a crescer. As longas-metragens já começaram a ser incluídas.
Ao longo do tempo foram também adicionadas as conversas com realizadores conhecidos, as músicas e até áreas mais educativas destinadas às crianças.
[crédito fotografia: Festival de Cans]
E o futuro?
Sobre o futuro, o diretor admite que não pretende continuar no cargo por muitos mais anos devido “ao desgaste emocional” que o evento acarreta.
Espera encontrar “gente pronta a tomar as rédeas no dia em que cá já não estejamos. Não só eu como todo o grupo de pessoas que neste momento são responsáveis pelo festival. Isto para que ele não desapareça”.
“Senão terá sido um fracasso absoluto”, conclui Alfonso Pato.
Comentários: 0
0
0