Súmula da jornada de 2/3 de Abril

Infelizmente não passou de “brincadeira” de 1 de Abril a reconciliação entre os Presidentes dos dois grandes rivais lisboetas, de modo que assistiremos durante as próximas semanas a mais “folclore” fora das quatro linhas que propriamente desporto jogado, a começar desde logo pelo dia de hoje, marcado por esse confronto, em Belém, com o Sporting na obrigação total de ganhar a partida para não entregar o título aos encarnados que abriram a ronda com goleada diante dos arsenalistas do Minho. O caminho está, de facto, aberto ao triunfo das Águias, que certamente não desaproveitarão, sendo que há um título que já os consagrou independentemente do que venha a surgir: o de campeões da sorte!
E se o teste difícil do Benfica já é passado, o do Sporting acontecerá esta noite, no Restelo, e se houver lugar à indigestão de algum “pastel”, quem sabe mesmo se o Dragão não aproveitará a embalagem, em vésperas da recepção ao Leão, para se posicionar na segunda fila, pois o encontro desta tarde, caseiro e perante a lanterna vermelha, é uma obrigação imperial para quem ainda não deitou a toalha ao chão. Acontece que uma vitória do Porto confirmará a despromoção do Tondela, ficando o outro lugar em aberto ainda por entregar, não obstante as dificuldades com que se deparam os estudantes coimbrões após nova derrota, ainda que tangencial, em Arouca, em partida com cinco golos, e na véspera da recepção ao líder Benfica. Vida complicada para a Académica é o mínimo que poderá dizer-se, embora o Boavista ainda não esteja a salvo de qualquer percalço, pese o empate conseguido no “castelo” de Guimarães, que complicou a luta europeia a Vitória, bem como não aproveitou para dar mais um passo de gigante a turma da União da Madeira, que não segurou a vantagem de dois golos e permitiu aos sadinos o empate ao cair do pano.
Embora o Braga não tenha pontuado e ao contrário do Arouca, são estes os emblemas melhor posicionados para a alta-roda europeia, logo seguidos pelo pretendente Rio Ave, que ultrapassou a barreira dos quarenta depois do triunfo em Moreira de Cónegos e fugiu ao Estoril, que se chegou ao sétimo posto, ultrapassando o seu adversário de jornada, Paços de Ferreira, batido na “Linha” por um único golo.
Animada continua a II Liga, depois dos triunfos do Chaves e do Famalicão, que, por tal, continuam em lugares promovíveis mas sem ganhar vantagem quer a Freamunde, triunfador diante do Braga B, por dois a um, quer do Portimonense que “pescou” três pontos no mar de Matosinhos apenas com um único “anzol”. O líder Porto B despachou os viseenses com quatro golos, numa das vitórias mais dilatadas e manteve o ponto de avanço aos flavienses que “condenaram” a Oliveirense, desferindo-lhe o golpe fatal com três “chaves”, tendo sido bem mais difícil aos famalicenses ”cortarem as asas” às Aves, obrigando-se mesmo a remontada para triunfar por três a dois. O Feirense, que abriu a ronda em Olhão, na Sexta-feira, ficou em branco, mantendo-se como último na peugada da promoção, dado que o Varzim ao derrotar o Gil Vicente, por dois a zero, contribuiu para o afastamento de ambos.
E já que estamos nos nacionais, abordemos o Portugal Prio com menção à vida complicada dos vianenses, salvo ligeira margem de erro para Limianos, cujo empate nas Neves o mantém em distância aos locais, mas tornou as contas quase insuperáveis aos homens de Rogério Amorim, que se obrigam a vencer mais quatro partidas que Vianense e Camacha, para evitar o segundo lugar de queda directa, pois o Argozelo, com a derrota caseira diante da Camacha, por três a um, praticamente sentenciou a sua condenação e complicou o Vianense que perdeu praticamente a vantagem de segurança para os madeirenses, após derrota na terra quente de Mirandela, um triunfo por um a zero que segura os transmontanos, tal como seguros continuam Pedras Salgadas e Marítimo B, apesar da permuta de lugares, com os insulares na vanguarda depois de vitória esclarecedora por quatro a um. Em suma, Marítimo, Pedras Salgadas e Mirandela manter-se-ão nos nacionais (salvo cataclismo desportivo), enquanto Argozelo e provavelmente Neves se despedirão, ficando trabalhos extras para Camacha ou Vianense, sendo que Limianos poderão beneficiar do confronto entre os dois anteriores.
Na série de subidas ficou o leque reduzido a três pretendentes, com o Fafe a manter a dianteira depois de triunfo magro em Gondomar, por um a dois, precisamente os mesmos números com que o Vizela recebeu, venceu e afastou o Bragança desta luta, agora a três, por um poleiro e meio, nele se mantendo Estarreja após derrotar Pedras Rubras, por dois golos sem resposta. Já na partida que pôde ter decidido a propriedade da lanterna vermelha, o Vlaverdense levou a melhor na Bairrada, deixando o Anadia na sua posse, depois de ter marcado mais um golo que os dois dos bairradinos.
Cá pelos nossos meandros, houve quartos de Taça e alguns acertos/antecipações secundários. Embora em horário dito de Verão, a Taça disputou-se no mais arreigado horário de Inverno, bem cedinho, talvez com medo do recurso a grandes penalidades. E não é que elas aconteceram no Rafael Pedreira sem necessidade de ligação de luz artificial, mesmo que três horas depois! Sinceramente, não havia necessidade de tanta pressa em iniciar as partidas, quanta pressa teve o Cerveira em marcar o golo madrugador, logo nos instantes iniciais, já que o Atlético conseguiu o empate e levar o encontro para decisão na lotaria, quiçá com o pensamento que tem Cesteiro, o qual demonstrou, por duas vezes mais, a sua arte de bem defender grandes penalidades, em resultado do que levou a equipa às meias, onde poderão encontrar ou o Desportivo de Monção, vencedor em Castelo de Neiva por um golo solitário, já que mais um para cada lado não foram viabilizados por André Lopes, ou ainda a Correlhã que, ao contrário da época anterior, foi a Piães eliminar os locais com vitória por dois golos, conseguidos na primeira parte, contra apenas um dos anfitriões na etapa complementar, podendo a opção recair ainda no Lanheses, sempre temível no seu estádio, que afastou o único secundário, Fachense, com vantagem tangencial de dois a um conseguido na primeira metade de partida. Lá para 21 de Maio, conforme os caprichos que o sorteio prévio queira decidir, Arcos, Correlhã, Lanheses e Monção terão a palavra rumo à final.
Em termos de campeonato, primeiro o acerto da ronda passada com dois encontros pautados por duas vitórias forasteiras: a do Raianos em território do Vianense B, por três a um, um triunfo categórico dos monçanenses, manchado por duas expulsões, sempre evitáveis; outra da lanterna vermelha, Castanheira, a segunda da prova, em Longos Vales, por cinco a dois, num encontro que, pelo menos por enquanto, fica a marcar a despedida de Avelino Afonso, também ele “magoado” com reacção dos lenços na bancada.
Em antecipação numa semana, o Arcozelo fica agora a um triunfo para, matematicamente, entrar na principal divisão vianense, pois goleou os vizinhos de S. Martinho (Gandra) a quem infligiu uma “manita”, outra marca aplicada pelo Távora diante do Ancorense, que ainda teve direito ao seu ponto de honra, mas o triunfo dos locais não só confirmou a sua posição de vice-liderança como afastou, decididamente, os homens da beira-mar, que reagiram mal ao trabalho rectilíneo da equipa arbitral.
Antecipado em mais de um mês, entre dois conjuntos sem interferências de maior na tabela, o Cardielense recebeu e venceu o Anais por quatro a dois.
Vamos então à primeira pincelada em Hóquei em Patins para trazer o ressurgimento do Valença H C à ribalta na luta pelo título. É certo que apesar do seu triunfo robusto, por oito a dois, diante dos Taipenses, ainda continua à mercê de terceiros, mas a grande ajuda vinda dos Carvalhos, com a igualdade em meia dúzia imposta ao líder Espinho, possibilitou a junção entre este clube e o Riba D’Ave, que saiu triunfante do dérbi escaldante de Famalicão, mas permitiu a aproximação dos valencianos, agora separados por um escasso ponto. No campeonato principal, destaque ao triunfo do Valongo em Barcelos, bem como, negativamente, à derrota da Juventude de Viana na Sanjoanense, ficando outros confrontos para o meio da semana, mas não deixando de salientar a passagem da Oliveirense à final a quatro da Liga Europeia, onde marca também presença o Benfica, sendo que os de Azeméis obtiveram dois triunfos diante do Porto.
No Futsal, além de prosseguirem os Torneios Extraordinários Distritais, com mais uma jornada em actividade, realce à fase final de Seniores Masculinos onde a teimosia persistente dos empates continua, a ponto de parecer que ninguém quer ganhar. Meia parte já está empatada. Veremos se a outra meia se mantém e haverá que duplicar a prova. Destaque ainda ao empate das “senhoras” de Castanheira, em Tebosa, na Taça Nacional, além de mais uma jornada, sem surpresas na Sport Zone.
Na manhã de Sábado, regressou a maratona do Futebol de Sete, agora em nova fase, com os mesmos quarenta e três jogos, mas mais grupos, tal como tiveram início as decisões finais de Iniciados e Juvenis distritais, com a segunda fase dos campeonatos da primeira divisão, quer para manutenção, quer ainda para título de campeão e subida aos nacionais dos escalões respectivos. Os Torneios Extraordinários voltaram a disputar-se depois da quinzena em pausa pascal, tal com a fase final dos campeonatos das segundas divisões dos mesmos escalões de Iniciados e Juvenis, marcando ainda arranque o Torneio de Juniores, uma novidade na época em curso. As provas nacionais de formação também fizeram aparição, sendo interessante a disputa do título nacional de Juniores com um trio imprevisível na liderança: Paços de Ferreira, Belenenses e Rio Ave. Maravilhosa esta fuga à rotina habitual de Benfica, Porto e Sporting! Se pudesse ser extensiva a outras modalidades…