Paredes de Coura: Secretário de Estado substitui ‘baixa densidade’ por ‘enriquecimento de tradições’

O Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar disse este sábado em Paredes de Coura que “a truta é um peixe difícil porque não o conhecemos. Se o conhecermos bem, se conhecermos a forma de o confecionar, será seguramente um produto totalmente inovador e Paredes de Coura poderá ser uma vila que, de forma ousada, conseguirá tranformar um produto nacional numa iguaria importante”. Nuno Vieira e Brito falava na abertura da “Festa da Truta”, que decorre este fim-de-semana no Largo Hintze Ribeiro. Durante estes dois dias deverão passar pelo certame várias centenas de visitantes. Questões demográficas que o governante fez questão de acentuar no seu discurso. “É este o percurso de terras do interior, que muitos chamam de ‘baixa densidade’, mas que eu chamaria de elevado enriquecimento de tradições que cada vez mais merecemos e devemos cultivar”, realçou o governante.
As palavras de Nuno Vieira e Brito, recorde-se, surgem mês e meio após o presidente da Câmara de Paredes de Coura ter dito que “a interioridade não nos pode desanimar. Nem pode servir apenas para reivindicar compensações por desvantagens que a combinação da geografia e da história possam representar”. Durante a Sessão Solene de Abertura das comemorações dos 500 anos da atribuição do Foral Manuelino a Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira não poupou críticas ao Executivo de Pedro Passos Coelho e sublinhou na altura que “Paredes de Coura não precisa da piedade do Estado. Precisamos é de justiça. Precisamos que o Estado olhe para os chamados territórios de baixa densidade com respeito e que acredite que neles vivem pessoas com iniciativa”.
De resto, Nuno Vieira e Brito frisou a importância de “criar cada vez mais riqueza em produtos que não têm ainda valor acrescentado e que podem ter, na área gastronómica, esse valor e criar desenvolvimento”. O Secretário de Estado acentuou que “a truta é uma boa ideia desta forma de estar na vida, na alimentação, na gastronomia e na agricultura. Esta é uma feira e um produto que pode ir para além de Paredes de Coura. É um bom casamento entre a gastronomia e o desenvolvimento”.
Já o presidente da Câmara courense transmitiu no seu discurso que “o passado, a identidade, aquilo que nos distingue – como é o caso da truta – pode ser um recurso que podemos vender”. Vítor Paulo Pereira considerou ainda que “a truta não é difícil de vender. Muitas vezes difíceis somos nós! Temos tendência a olhar para os outros como o problema quando a maior barreira está dentro de nós próprios. Tudo aquilo que conseguirmos fazer depende de nós. Não podemos estar sempre a exigir que o princípio da responsabilidade esteja centrado nos outros”.
De acordo com o programa da edição deste ano da “Festa da Truta”, a animação musical deste sábado caberá ao grupo “Dead Combo”. A atuação da banda está marcada para as 22h00.
No domingo, os restaurantes abrirão às 12h00, e a partir das 13h30 está agendado um espetáculo de música tradicional, com a “Robustuna Afonsina”.