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Paredes de Coura

Paredes de Coura: Câmara pondera fazer alterações no brasão do Município

20 Julho, 2015 - 17:10

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‘Estamos dispostos a que o novo símbolo de Paredes de Coura seja um príncipe’, revelou o presidente da Câmara, durante a cerimónia de abertura do Congresso Internacional ‘Paredes de Coura Vegetariana’.

A Câmara Municipal de Paredes de Coura está a ponderar fazer alterações no brasão do Município. A revelação foi feita pelo presidente da Câmara durante a cerimónia de abertura do Congresso Internacional ‘Paredes de Coura Vegetariana’, realizado este fim-de-semana. “Paredes de Coura tem um brasão antigo. Estamos a pensar muda-lo. Nas comemorações dos 500 anos da atribuição do foral estamos a utilizar a imagem de um príncipe. Estamos dispostos a que o novo símbolo de Paredes de Coura seja um príncipe”, anunciou Vítor Paulo Pereira. “Pode ser visto como infantil, ingénuo e já me disseram até que isto é uma loucura. Mas porque é que queremos que seja o príncipe? Porque este significa a impossibilidade, o infinito. Não queremos ser reis, porque ser rei é o fim. É o que está acabado. Queremos ser príncipes, ingénuos, infantis e sempre dispostos a mudar”, explicou o autarca.
Perante esta intenção do Executivo courense, a Rádio Vale do Minho investigou mais sobre este processo de mudança/criação de um novo brasão. Deparámos com as recentes complicações ocorridas recentemente pelo país inteiro com a agregação de freguesias. As populações, em conjunto com os autarcas, tiveram de adotar novos símbolos. A Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses recebeu até meados de dezembro do ano passado 191 pedidos de parecer de juntas de freguesia sobre os seus símbolos, enquanto em 2013 esse número foi de nove. Este disparo nos números obrigou a Comissão de Heráldica a lembrar que alterar símbolos de freguesias que se uniram é “uma operação que não é isenta de dificuldades”, por se querer evitar o “sobrepovoamento do escudo ou a junção de diversos símbolos em um todo ininteligível”.
Entre as dificuldades para elaborar um símbolo está a “tentação do naturalismo”, com as autarquias a quererem representações de monumentos ou paisagens locais. A Comissão apelou por isso aos autarcas para estudarem e explicar aos munícipes “as regras de estilização da heráldica e a natureza abstrata dos símbolos que utiliza”.
De acordo com a Lei n.º 53/91, de 7 de Agosto (Heráldica Autárquica), a ordenação dos símbolos previstos deve obedecer às seguintes regras: a) Simplicidade – excluindo os elementos supérfluos e utilizando apenas os necessários; b) Univocidade – não permitindo que os símbolos heráldicos ordenados nos termos desta lei se confundam com outros já existentes; c) Genuinidade – respeitando na simbologia o carácter e a especificidade do seu titular e muito especialmente a emblemática que já tenha usado; d) Estilização – empregando os elementos usados na forma que melhor sirva à intenção estética da heráldica e não na sua forma naturalista; e) Proporção – relacionando as dimensões dos elementos utilizados com as do campo do escudo, ou da bandeira, segundo as regras heráldicas; f) Iluminura – juntando pele com pele, pele com metal, ou pele com cor, e não metal com metal, ou cor com cor.
O atual brasão municipal de Paredes de Coura conta com mais de sete décadas de existência. De acordo com dados da autarquia, a ordenação heráldica do brasão e bandeira foi publicada no Diário do Governo, I Série de 24 de Junho de 1940. O brasão é um escudo peninsular, campo a negro com três espigas de milho de ouro, folhadas de verde, enfeixadas e atadas de vermelho em ponta, acompanhadas por duas foicinhas de prata com os cabos cruzados em aspa; em contrachefe, um rio de três faixas ondadas, duas de prata e uma de azul. Coroa mural de quatro torres visíveis de prata.
O negro do campo simboliza a terra e significa firmeza e honestidade. O ouro das espigas representa a agricultura e significa heraldicamente a nobreza, fidelidade, constância, poder e liberdade. O verde do folhado simboliza a natureza, e significa a esperança. O vermelho do atado das espigas simboliza a unidade, e representa a força, a vida e as vitórias. A prata das foices e do rio representa a humildade e a riqueza humana. O azul do rio significa caridade e lealdade. As espigas de milho e o rio são os símbolos naturais da riqueza regional, e as foicinhas representam o labor e o amor ao trabalho.

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