Nos últimos dias têm proliferado nas redes sociais tabelas dos gelados da marca Olá com preços claramente acima daqueles a que todos estão habituados a pagar ao longo do ano.
A revista NiT divulgou um cartaz de um bar de praia não identificado, no Algarve, que apresenta apenas dois valores: os gelados ora custam 3,50 euros, ou 4 euros.
A exceção é o famoso Epá, com o preço afixado nos 2,50 euros, quando o preço de venda ao público (PVP) recomendado pela marca é 1 euro.
Os novos preços ficaram registados numa imagem captada e partilhada nas redes sociais.
“Isto não pode ser verdade. Um gajo daqui a pouco tem de penhorar a casa para comer um gelado”, lê-se na legenda que acompanhava a fotografia publicada no Twitter.
Não é caso único.
Por todo o país chegam relatos de preços exorbitantes nas tabelas da Olá. A NiT mostra mais exemplos.
[Fotografias: Via NiT]
As reações não tardaram e a indignação unânime.
“Grande abuso. Nem sei até que ponto isso é permitido”; “Tristeza”; “Tudo normal, na colónia balnear dos nórdicos”; “Neste País tudo é permitido”, são apenas alguns dos comentários que surgiram citados também pela NiT.
Chegam mesmo relatos de uma praia em Almada onde o gelado mais caro, o Magnum Gold Caramel custa 6 euros. O mais barato do cartaz é, mais uma vez o Epá — marcado a 2,10 euros.
Mas é legal?
A Rádio Vale do Minho pesquisou e concluiu que o problema já não é novo. Em 2008, por exemplo, já um utilizador lançava esta questão num fórum online.
[Fonte: Forum Motor Guia]
As respostas ao utilizador são várias, mas todas assentam na legalidade do procedimento.
“A diferença está entre o PVP (Preço de Venda ao Público) e o PVR (Preço de Venda Recomendado). O primeiro significa que é obrigatório, não podes nem aumentar nem diminuir o preço… O segundo PVR significa que não podes vender abaixo daquele valor, mas acima nã há qualquer problema”, lê-se numa resposta.
“Os preços dos gelados que vemos nos cartazes são sempre preços “recomendados” pois as marcas não podem impor preços. Aliás, é ilegal a Olá obrigar os estabelecimentos a praticarem preço “x”. Obviamente que devem praticar preço acima do custo, mas não podem especificar qual o preço”, respondeu outro ultilizador.
A Olá já disse alguma coisa?
Sim. Desde então até agora, a Olá já terá respondido por várias vezes a esta questão e a Rádio Vale do Minho encontrou uma dessas situações. Aconteceu em 2018, na página do Facebook da marca.
A Olá divulgou um novo gelado e um utilizador perguntou o preço.
Na resposta, a Olá escreveu que “este gelado tem um PVP (Preço de Venda ao Público) de 1,20€. No entanto, o preço praticado é da responsabilidade do vendedor. Nós apenas indicamos um preço recomendado. Os estabelecimentos podem praticar preços diferentes de acordo com o princípio da livre concorrência”.
[Fonte: FB Olá Gelados]
Em Portugal, a concorrência é fiscalizada pela Autoridade da Concorrência, a qual considera que “o funcionamento eficiente dos mercados pressupõe a existência de livre concorrência. E é esta livre concorrência que potencia a competitividade e que aumenta o estímulo das empresas em busca do melhor desempenho económico possível”.
Não compro gelados em esplanadas diferente do que está no cartaz da marca!
Façam como eu compro nas grandes superfícies da marca deles