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País: Há praias onde comer um gelado da Olá pode custar 6 euros

24 Agosto, 2023 - 01:17

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Preços exorbitantes dos gelados geram indignação.

Nos últimos dias têm proliferado nas redes sociais tabelas dos gelados da marca Olá com preços claramente acima daqueles a que todos estão habituados a pagar ao longo do ano.

 

A revista NiT divulgou um cartaz de um bar de praia não identificado, no Algarve, que apresenta apenas dois valores: os gelados ora custam 3,50 euros, ou 4 euros.

 

A exceção é o famoso Epá, com o preço afixado nos 2,50 euros, quando o preço de venda ao público (PVP) recomendado pela marca é 1 euro.

 

Os novos preços ficaram registados numa imagem captada e partilhada nas redes sociais.

 

“Isto não pode ser verdade. Um gajo daqui a pouco tem de penhorar a casa para comer um gelado”, lê-se na legenda que acompanhava a fotografia publicada no Twitter.

 

 

 

 

 

 

Não é caso único.

 

Por todo o país chegam relatos de preços exorbitantes nas tabelas da Olá. A NiT mostra mais exemplos.

 

 

[Fotografias: Via NiT]

As reações não tardaram e a indignação unânime.

 

“Grande abuso. Nem sei até que ponto isso é permitido”; “Tristeza”; “Tudo normal, na colónia balnear dos nórdicos”; “Neste País tudo é permitido”, são apenas alguns dos comentários que surgiram citados também pela NiT.

 

Chegam mesmo relatos de uma praia em Almada onde o gelado mais caro, o Magnum Gold Caramel custa 6 euros. O mais barato do cartaz é, mais uma vez o Epá — marcado a 2,10 euros.

 

 

Mas é legal?

A Rádio Vale do Minho pesquisou e concluiu que o problema já não é novo. Em 2008, por exemplo, já um utilizador lançava esta questão num fórum online.

 

 

[Fonte: Forum Motor Guia]

 

As respostas ao utilizador são várias, mas todas assentam na legalidade do procedimento.

 

“A diferença está entre o PVP (Preço de Venda ao Público) e o PVR (Preço de Venda Recomendado). O primeiro significa que é obrigatório, não podes nem aumentar nem diminuir o preço… O segundo PVR significa que não podes vender abaixo daquele valor, mas acima nã há qualquer problema”, lê-se numa resposta.

 

“Os preços dos gelados que vemos nos cartazes são sempre preços “recomendados” pois as marcas não podem impor preços. Aliás, é ilegal a Olá obrigar os estabelecimentos a praticarem preço “x”. Obviamente que devem praticar preço acima do custo, mas não podem especificar qual o preço”, respondeu outro ultilizador.

 

 

A Olá já disse alguma coisa?

Sim. Desde então até agora, a Olá já terá respondido por várias vezes a esta questão e a Rádio Vale do Minho encontrou uma dessas situações. Aconteceu em 2018, na página do Facebook da marca.

 

A Olá divulgou um novo gelado e um utilizador perguntou o preço.

 

Na resposta, a Olá escreveu que “este gelado tem um PVP (Preço de Venda ao Público) de 1,20€. No entanto, o preço praticado é da responsabilidade do vendedor. Nós apenas indicamos um preço recomendado. Os estabelecimentos podem praticar preços diferentes de acordo com o princípio da livre concorrência”.

 

 

[Fonte: FB Olá Gelados]

 

 

Em Portugal, a concorrência é fiscalizada pela Autoridade da Concorrência, a qual considera que “o funcionamento eficiente dos mercados pressupõe a existência de livre concorrência. E é esta livre concorrência que potencia a competitividade e que aumenta o estímulo das empresas em busca do melhor desempenho económico possível”.

 

 

[Fotografia: Twitter/Gaspar Macedo]

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