Um padre da Diocese de Viana do Castelo que foi dispensado da paróquia de Monserrate por “motivos de saúde” diz que a causa da exoneração é “falsa” e afirma que vai recorrer à Santa Sé.
“Muito chocado”, “desapontado” e “desgostoso” foram as expressões utilizadas pelo padre Armando Rodrigues, de 77 anos de idade, quando explicou à Lusa que soube da sua exoneração da paróquia de Monserrate pelo Notícias de Viana (órgão da Diocese de Viana) e que o motivo da dispensa era a “saúde”.
“A causa para a minha exoneração é falsa” e está “envolvida numa espécie de denúncia caluniosa de doença”, acusa o pároco, afirmando que “tem direito à sua privacidade” e garantindo que está com “saúde suficiente”.
“Poucos dias antes da exoneração, o Bispo D. Anacleto Oliveira, até disse que eu estava com “muita genica”, sublinhou.
A “verdadeira causa” da sua exoneração, assinada pelo bispo D. Anacleto Cordeiro de Oliveira na página do jornal de 20 de julho, é “o mau relacionamento” que o pároco tem tido com a Confraria de Nossa Senhora de Monserrate, por causa das festas da Nossa Senhora da Agonia, defendeu Armando Rodrigues.
O padre exonerado adiantou à Lusa que vai recorrer à Santa Sé e ao “direito canónico” por não haver “nenhum motivo válido” para a sua dispensa de exercer serviço pastoral na paróquia de Monserrate.
“Isto é uma questão interna e será resolvida internamente”, disse à Lusa, por seu turno, o padre Paulo Gomes, responsável pela comunicação da Diocese de Viana do Castelo depois de ter falado com o bispo Anacleto Oliveira.
Anacleto Oliveira está de férias e só regressa dia 15 de agosto.
No mesmo jornal Notícias de Viana, órgão onde são reveladas as nomeações sacerdotais, é anunciado em simultâneo que o padre Vasco Gonçalves vai ser nomeado pároco da Nossa Senhora de Monserrate e capelão do S Santuário de Nossa Senhora da Agonia.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Morujão, explicou à Lusa que uma exoneração e uma nomeação de um mesmo serviço pastoral podem ocorrer em “simultâneo”.
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