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Monção: PSD, PS e CDS-PP unidos contra linha de Alta Tensão

13 Julho, 2018 - 16:34

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“Quem tentar aproveitar-se politicamente desta situação, terá as consequências das suas atitudes”. O aviso foi deixado esta quinta-feira pelo presidente da Câmara de Monção (PSD) à vereação do PS, ainda […]

“Quem tentar aproveitar-se politicamente desta situação, terá as consequências das suas atitudes”. O aviso foi deixado esta quinta-feira pelo presidente da Câmara de Monção (PSD) à vereação do PS, ainda a propósito do comunicado da concelhia divulgado há dias onde o partido se manifesta “solidário com a comunidade” perante a luz verde dada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a projetos de transporte de eletricidade num montante máximo de 474 milhões de euros até 2022, em Portugal, tendo validado o investimento no projeto da nova interligação a 400kV Minho-Galiza, que havia sido adiado, em 2015, para ser submetido a novos estudos. “Isto de falar e de fazer comunicados parece que vale de muito mas o resultado é nenhum! Temos de perceber o que é que se pode fazer. Estou muito preocupado e mais tarde, em sessões a realizar nas freguesias afetadas, poderemos falar sobre isso e com documentação sobre o decorrer do processo”, adiantou António Barbosa. “Com os nossos juristas, estamos já a ver de que forma é que podemos atuar. Fazer comunicados é muito bonito, mas é preciso que eles estejam balizados nas posições das Câmaras desde 2011 que foi quando este processo começou a ser discutido”. Barbosa fazia claramente fogo cerrado a um PS que nessa altura estava ao leme da Câmara Municipal, presidida por José Emílio Moreira e que, através de uma técnica superior, deu parecer positivo ao atual traçado da linha de muito alta tensão. “Há oito dias atrás o PS, em vez de falar com a Câmara, decidiu fazer um comunicado ao qual eu respondi de forma muito dura. Numa matéria destas temos é de estar preocupados em estar juntos!”, disparou António Barbosa. “O concelho mais afetado pela passagem desta linha é exatamente o de Monção!”, lamentou ainda o edil social-democrata.

 

António Barbosa: “Numa matéria destas temos é de estar preocupados em estar juntos!”

 

Na resposta ao presidente da Câmara, a vereação socialista – pela voz do vereador Manuel José Oliveira – pretendeu ver o parecer positivo dado pela técnica superior. António Barbosa mostrou então um vasto leque de documentos, datados de 2013, a comprová-lo. Mas os socialistas não desarmaram e Augusto Domingues puxou o histórico dos quatro anos seguintes em que esteve ao leme do Município. “O que sei é que nós, com o presidente Augusto, demos parecer negativo! E ainda não modifiquei esta mentalidade. Entendo que é mau! Entendo que a linha pode enterrar-se… pode ir pelo mar… porque a alta tensão faz mal”, esclareceu o vereador socialista. “E como não faz bem, temos de arranjar uma solução. Esta discussão vai ter de ser recuperada tal como fizemos no passado, em que fomos para o Cine Teatro João Verde discutir com a população“, anteviu Augusto Domingues. “Não podemos comer gato por lebre! Isto vai ter de ser-nos bem explicado! Se for necessário dizemos que não e não passa!”, garantiu.

 

Augusto Domingues: “O PS não sou eu… e o que me parece é que o PSD se resume ao senhor.”

 

Augusto Domingues virou os canhões à direita. Fixou em António Barbosa. “O que me parece é que sempre que nós [PS] antecipamos uma notícia, o Sr. Presidente fica nervoso. Já foi a mesma coisa com a água”, reparou o autarca socialista. “Depois diz que estamos todos ao desvario… Não! Não estamos! Já estamos novamente organizados! Tenho para lá meia dúzia de jovens tigres que… cuidado”, avisou o anterior presidente da Câmara. “O PS não sou eu… e o que me parece é que o PSD se resume ao senhor”, continuou Augusto Domingues em tom implacável. “E se ao Sr. Presidente lhe der uma dor de barriga, que será do PSD? E eu posso morrer amanhã que o PS fica bem entregue a esta juventude!”.

 

António Barbosa: “Ainda bem que continuam a pensar assim. É sinal de que não têm, por exemplo, noção do que está a acontecer com a Educação.”

 

O ambiente fervia e António Barbosa não perdoou a provocação vinda da esquerda. “Espero que sim. Espero que o PS esteja vivo e dinâmico. É bom sinal! Uma Câmara forte é uma Câmara que tem uma oposição forte”, devolveu o autarca social-democrata. “Uma oposição construtiva e que não anda apenas atrás destas coisas a tentar aproveitar uma brechazinha para respirar dado que a Feira do Alvarinho correu bem”, continuou Barbosa. Já quanto ao PSD, o edil monçanense lamentou uma “deselegância” do PS para com “as pessoas que me acompanham na Câmara e com aqueles que me ajudaram a eleger”. “Ainda bem que continuam a pensar assim. É sinal de que não têm, por exemplo, noção do que está a acontecer com a Educação onde temos uma vereadora que, em apenas oito meses, está a fazer um trabalho extraordinário. O mesmo na Cultura e no Urbanismo”, prosseguiu. “Para o bem e para o mal eu sou o rosto. Sou eu que cá estou. Quando corre mal, sou eu sozinho a dar a cara. Quando corre bem, é a equipa. E será sempre assim enquanto eu estiver deste lado”, concluiu o presidente da Câmara.

 

CDS-PP totalmente contra e apela à união de todos

 

Esta sessão camarária contou ainda com a presença da vice-presidente da concelhia do CDS-PP, Elisabete Amoedo. No período da intervenção do público, a deputada municipal manifestou publicamente a posição dos centristas relativamente a esta matéria. “Sei que o Município de Monção é um dos mais afetados pela passagem desta linha de muito alta tensão. Preocupa-nos muito! Não está provado que faça mal a saúde, mas se formos verificar as causas de cancro esses casos de campos eletro-magnéticos surgem”, realçou. “Podem contar com o CDS-PP! Nestas coisas, a política não pode prevalecer! Temos de unir-nos. Lutar por Monção e pelos munícipes”, concluiu Elisabete Amoedo. A posição foi bem recebida pelos dois partidos com assento camarário.

 

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