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Monção: Assembleia Municipal celebrou e lembrou desafios de Abril

25 Abril, 2019 - 13:46

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A liderança de Monção no Vale do Minho no estudo anual Portugal City Brand Ranking, desenvolvido pela empresa Bloom Consulting, foi a base principal do discurso do presidente da Câmara […]

A liderança de Monção no Vale do Minho no estudo anual Portugal City Brand Ranking, desenvolvido pela empresa Bloom Consulting, foi a base principal do discurso do presidente da Câmara Municipal de Monção, António Barbosa (PSD), durante a sessão solene comemorativa do 45º aniversário da Revolução de 25 de abril. Um estudo que, recorde-se, coloca Monção à frente em categorias como negócios, visitar… e em viver. No Alto Minho, os monçanenses aparecem em 4º lugar e estão agora em 33º na região norte do país, envolvendo 86 municípios portugueses.

“Este resultado fenomenal, que deixa orgulhosos todos os monçanenses, é a melhor forma de homenagearmos Abril”, disse o presidente da Câmara. “Lembra-nos a nós e a toda a gente que o caminho da liberdade, feito numa revolução sem sangue, só é possível se tivermos a capacidade de construir uma sociedade ativa, justa e solidária onde resistir é criar condições para superar novos desafios”.

Mas o autarca social-democrata lembrou também Francisco Sá Carneiro (1934-1980), fundador do PSD e antigo Primeiro-Ministro de Portugal. “Em 1975, Francisco Sá Carneiro disse que «vivemos na sequência de uma revolução conseguida sem sangue, que nos abriu o caminho da liberdade. Para que o possamos percorrer, é indispensável o respeito absoluto das liberdades públicas, dos direitos cívicos e da igualdade de oportunidade para todos»”, citou Barbosa que se manifestou de acordo com esta opinião. “Abril ainda está longe de ser cumprido na sua totalidade”, atirou e citou exemplos. “As redes sociais levam hoje à alienação e persuasão de opiniões. Os constantes atos terroristas geram hoje medo e receio. Os movimentos extremistas e anti-europeístas cujo crescimento não deve ser descurado”. “Passou quase meio século. E após várias conquistas, ainda há caminho a percorrer para vermos cumpridos os valores da democracia”, apontou o edil monçanense.

O que falta fazer? “Resgatar Abril do passado e trazê-lo para o presente garantindo mais e melhor emprego através do cumprimento das regras laborais, da criação de incentivos às empresas empregadoras. Assegurando condições efetivas às camadas mais vulneráveis da sociedade. Chamando os milhares de jovens licenciados que nos últimos anos saíram de Portugal. Defendendo um processo de descentralização, que passe pela criação de regiões administrativas e pela maior capacidade financeira das nossas autarquias locais. E poderia enumerar mais medidas… mas estou certo que todos sabemos quais são”, prosseguiu Barbosa. “O diagnóstico está feito há muito. Falta coragem política para a sua implementação no terreno”.

 

Deputada do PSD envia recados ao Governo de Costa

 

Já pelos grupos municipais, Catarina Paiva, deputada pelo PSD, lembrou que “ainda somos uma democracia muito jovem, havendo muito ainda a fazer”. “O 25 de abril de 1974 deixou-nos a todo um legado, um ideal segundo o qual devemos continuar a viver. Cumpre-nos agora lutar por uma sociedade mais justa e equilibrada”, iniciou a parlamentar. Mas deixou recados a Lisboa. “Há cada vez mais desinvestimento no interior. Começamos com as nossas fracas vias de comunicação que, além de escassas, estão cada vez mais degradadas. Com a falta de investimento económico, assim como com o encerramento de serviços públicos ou a deslocalização de serviços – ou parte deles – há falta de fixação de população”, lamentou.

Advogada de profissão, exemplificou com os tribunais “e o flagrante desinvestimento ao nível da justiça nos concelhos mais pequenos”. “Neste momento, todas as ações cíveis com valor superior a 50 mil euros bem como os Processos Crime com intervenção de Tribunal Coletivo e Instruções passaram para a competência do Tribunal de Viana do Castelo. Isto obriga a que as pessoas se desloquem 70 quilómetros para fazer valer os seus direitos”, lamentou. “Queremos a capacidade de desenvolver o nosso próprio território, desde que nos sejam dadas as valências necessárias e não apenas no papel”, reivindicou.

 

PS enaltece emigrantes que mostraram “a falácia do partido único”

 

Pelo grupo municipal do PS, o deputado José Emílio Moreira começou desde logo por enaltecer o espaço onde estava a ter lugar aquela sessão solene. Recuou até ao ano em que a lei da limitação de mandatos o obrigou a deixar o leme da autarquia. “Esta linda casa de cultura foi inaugurada no dia 25 de abril de 2013. Não é só um espaço de diversão e de lazer. É também um espaço para nos proporcionar uma oportunidade de celebrar acontecimentos importantes para nós e de nos pensarmos a nós próprios e repensarmos o mundo em que vivemos”.

Puxando da sua sapiência na área da filosofia, o autarca socialista defendeu que “ser livre é parte integrante da felicidade. Liberdade e felicidade estão juntas. Ser feliz é estar de acordo consigo próprio, individual e coletivamente. É realizar o seu destino”.

“Ser homem é realizar-se na sua dimensão individual e social, na coletividade próxima ou mais longínqua, na família, na empresa, na autarquia, na região, na nação, e no Estado”, definiu o deputado socialista que deixou ainda uma palavra de louvor aos emigrantes. “Antes desta grande revolução, foram os emigrantes que materialmente e psicossocialmente criaram novos padrões de existência”, apontou José Emílio Moreira. “Foram eles a instalar os primeiros luzeiros no atraso da ditadura salazarista mesmo sem terem muitas vezes consciência da sua marcante influência. Mostraram que era possível uma vida melhor. Mesmo os menos letrados foram comunicando aos familiares o que se passava nos países de acolhimento”, recordou. “Falavam do direito de opinião e de crítica política. Foram eles que desmascararam, quase sem querer, a falácia do partido único como melhor para o país”.

 

CDS lembra que “só é digno da liberdade quem se empenha em conquistá-la”

 

Pela bancada do CDS-PP, a deputada Elisabete Amoedo afirmou em primeira linha que “só é digno da liberdade aquele que se empenha em conquistá-la”. Para os centristas, “celebrar o 25 de abril é um ato de justiça, de reconhecimento e de gratidão por aquilo que hoje somos como povo e como país”.

“Prestar homenagem à liberdade é dar importância a um valor que nunca podemos considerar como definitivamente adquirido”, sublinhou. “Lembrar esta data é guardar a chama que nos projetou para uma realidade que é hoje reconhecidamente melhor, fruto do empenho de muitos mas fruto, sobretudo, da alma de um povo”.

“O poder local deve continuar a garantir um rumo de progresso e de coesão dos nossos territórios e continuar a trilhar novos caminhos de proximidade”, defendeu a parlamentar centrista. “Isto em benefício das populações, da universalidade de acesso à saúde, à educação, à cultura, ao desporto e ao lazer”.

O programa das celebrações do 45º aniversário do 25 de abril, em Monção, prossegue durante a tarde desta quinta-feira, nos Paços do Concelho, com a abertura da exposição de pintura E Depois do Adeus, da autoria de Ricardo Campos.

 

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