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Monção

Monção: Artefactos com mais de 200 mil anos encontrados nas margens do rio Minho

7 Julho, 2016 - 14:09

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Equipa de arqueólogos revela que os primeiros seres humanos no Vale do Minho surgiram no Paleolítico Inferior.

É um dos maiores achados arqueológicos no Vale do Minho. Senão o maior. Uma equipa de arqueólogos portugueses e espanhóis mostrou esta quinta-feira à imprensa artefactos em pedra, com mais de 200 mil anos, encontrados no lugar de Bemposta, freguesia de Valadares, em Monção. Para uma ideia mais clara, são os testemunhos mais antigos da presença do homem nesta região. Remontam ao tempo do Paleolítico Inferior. Uma altura em que, segundo a equipa de arqueólogos, circulavam nas margens do rio Minho animais de grande porte. Possivelmente ascendentes dos elefantes, dos hipopótamos e dos rinocerontes. “Tratam-se de materiais líticos, feitos em seixos de quartzito. Foram cuidadosamente talhados pelo homem há 200 mil anos para fabricar os mais diversos utensílios”, disse aos jornalistas o coordenador das escavações, José Pedro Ribeiro, da Universidade de Lisboa.
Os materiais descobertos até agora vão ser etiquetados e inventariados. “Vão ser objeto de publicação, de divulgação em revistas nacionais e estrangeiras”, adiantou o responsável sem esconder o orgulho por ter uma equipa ainda mais motivada no sentido de descobrir e saber mais sobre os primeiros habitantes nas margens do rio Minho. “Esta é a primeira grande jazida paleolítica de Monção e é também a maior que temos a norte do rio Douro”, sublinhou João Pedro Ribeiro.
A equipa de arqueólogos, formada por professores e também por estudantes, continuará as pesquisas nos próximos dias. No entanto, os vestígios encontrados já encheram de contentamento o presidente da Câmara de Monção. “Saber que a minha comunidade já cá estava há mais de 200 mil anos é algo que me enche de orgulho. Acredito que vamos ainda saber muitas mais coisas sobre esses nossos antepassados”, disse Augusto Domingues que aventou até a possibilidade da criação de um Museu Municipal para expor estes achados. “Temos o Museu do Alvarinho… temos a Torre de Lapela… mas ainda não temos um verdadeiro museu da nossa comunidade. Porque não no futuro? Sobretudo agora que estamos no limiar de um quadro comunitário. Porque não avançar para um Museu Municipal onde esteja também esta parte da nossa pré-história?”. A questão fica em aberto, mas o edil não tem dúvidas de que descobertas deste calibre vão ajudar aumentar a afluência de visitantes ao concelho. Sobretudo aqueles mais ligados à arqueologia. “São gente que, ao visitar-nos, consome e dorme cá. Poderemos investir, em conjunto com as comunidades vizinhas, numa rota da pré-história”, concluiu.

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