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Monção

Monção: Aplausos, emoção, sorrisos e lágrimas na despedida do Maestro [FOTOS e VÍDEOS]

29 Janeiro, 2024 - 00:03

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José Vicente Simeó dirigiu este domingo o último concerto à frente da Banda Musical de Monção.

Uma autêntica multidão encheu este domingo a tenda montada na Praça Deu-la-Deu para aquele que foi o último concerto do maestro José Vicente Simeó, à frente da Banda Musical de Monção (BMM).

 

Após duas décadas a segurar a batuta da centenária banda, Simeó despediu-se para rumar a outros projetos.

 

Tarde de emoções, sorrisos, lágrimas e aplausos. Muitos aplausos para um homem que levou a BMM a patamares nunca antes alcançados.

 

“Manifesto o meu profundo reconhecimento a Jose Vicente Simeo Manez, Maestro da Banda Musical de Monção, Cidadão de Mérito (Medalha de Prata) do Município de Monção, desde 12 de março de 2012, pela dedicação, profissionalismo e visão, ao longo de duas décadas ao serviço da Banda Musical de Monção”, referiu o Presidente da Câmara de Monção, António Barbosa.

 

“O seu exemplo, em contexto pedagógico e artístico, ficará na história da coletividade e na memória de todos os monçanenses”, acrescentou.

 

Não só António Barbosa como os outros dois anteriores Presidentes da Câmara de Monção, com quem Simeó conviveu, marcaram presença no espetáculo: José Emílio Moreira (1997-2013) e Augusto Domingues (2013-2017).

 

 

 

Os três Presidentes da Câmara com quem José Vicente Simeó conviveu

[Fotografia: Augusto Domingues]

 

 

 

Chegou em “noite invernosa”

É natural de Llíria. Um pequeno concelho na outra extremidade da Península Ibérica, em Valencia, Espanha.

 

José Vicente Simeó tinha 41 anos de idade quando chegou a Monção, precisamente na noite do dia 8 de novembro de 2003.

 

Aceitou o desafio de assumir as funções de maestro da centenária Banda Musical de Monção (BMM).

 

Foi ao encontro da Banda para o primeiro ensaio.

 

“Noite invernosa, com cortes de luz elétrica à mistura, encontrava-se a seu lado o presidente da Banda Musical de Monção à época, José Adriano Oliveira Cruz, o qual à entrada da porta foi apresentando os músicos”, recorda o atual Presidente da Direção, João Antunes da Silva.

 

“Não imaginava eu que, naquele momento, estava diante de mim uma pessoa que tanto iria marcar a minha vida e, acima de tudo, a história da nossa banda”, confessa o responsável.

 

Mas o maestro marcou. Em duas décadas foram vários os momentos de glória excecional que elevaram a Banda Musical de Monção aos mais altos patamares filarmónicos.

 

 

 

Bronze no ‘Certamen’

Está ainda na retina a conquista do 3º lugar, em 2016, naquela que foi a 130ª edição do Certamen Internacional de Bandas de Música “Ciudad de Valencia” 2016, um dos mais prestigiados e respeitados a nível mundial.

 

 

[Fotografia: BMM]

 

 

Respeitado e estimado por todo os monçanenses, o maestro é sucessivamente gabado pelo alto profissionalismo que incutiu na Banda mas também a capacidade que a mesma tem de interagir e proporcionar momentos mais informais à população que tanto os admira.

 

Memorável aquela interpretação do tema Depacito, em agosto de 2017, durante a Festa em Honra à Virgem das Dores.

 

 

 

Recorde o momento:

 

 

 

Nesse mesmo ano, mas em abril, estrearam a nova sede no edifício onde outrora foi a estação de caminhos de ferro.

 

Mantendo a traça arquitetónica original e a memória ferroviária de outrora, através de elementos identificativos e a cobertura nas traseiras, representou o ponto de partida de um projeto estruturante para a beneficiação daquele espaço situado à entrada do centro histórico da vila.

 

A comparticipação governamental foi de 85 por cento. O valor de adjudicação da empreitada, à qual concorreram várias empresas, ficou em 322.656,00 euros acrescida de IVA.

 

 

 

 

[Fotografia: Município Monção]

 

 

 

 

“Um espetáculo soberbo”

Mais recentemente, em setembro do ano passado, a Praça Deu-la-Deu, no centro histórico de Monção, encheu e aplaudiu aquela filarmónica que proporcionou a centenas de pessoas um “espetáculo soberbo” nas palavras de muitos dos que assistiram.

 

Um concerto que, recorde-se, pretendeu assinalar os 230 anos de existência daquela filarmónica.

 

Durante o espetáculo, a banda interpretou temas de filmes e de conhecidas bandas que fizeram e de outras que continuam a fazer história no panorama musical mundial.

 

A mostrar músculo, a BMM cedo interpretou o tema Eye of the Tiger, eternizado no filme Rocky III (1982). E seguiu por um vasto leque de bandas e artistas, entre os quais ABBA, Scorpions e os nossos Xutos&Pontapés.

 

 

 

 

Recorde um dos momentos:

 

 

 

Durante o ano, são vários os concertos que a BMM proporciona na principal sala de espetáculos do concelho: o Cine Teatro João Verde. Casa sempre cheia.

 

São dezenas de atuações em festas e espetáculos por todo o País. E até além-fronteiras.

 

E tudo isto, sempre sob a batuta de José Vicente Simeó. 

 

 

 

Hora de dizer “ate já”

Perante uma tenda repleta, o maestro mostrou-se agradecido. Emocionado perante a “família musical” que encontrou em Monção.

 

“Esta é a minha família musical, e como tal tenho sinceramente o desejo e ambição de que a nossa querida banda continue a ter muitos sucessos e momentos de alegria e satisfação”, referiu o Maestro em novembro do ano passado, altura em que chegou aos 20 anos à frente da Banda.

 

 

Veja o vídeo [créditos: Catarina Lourenço]

 

 

 

 

[Fotografia: Catarina Lourenço]

 

 

 

[Fotografia: Catarina Lourenço]

 

 

A filarmónica monçanense é constituída por cerca de 80 elementos de várias gerações, sendo visível o número assinalável de jovens praticantes, fruto do excelente trabalho desenvolvido pela banda juvenil e pela academia de música.

 

O registo mais antigo conhecido da BMM está inscrito numa ata da Santa Casa da Misericórdia de Monção, de 25 de fevereiro de 1792. Nessa época, era conhecida como Banda de Muzica da Vila, presumindo-se, contudo, que a sua existência seja ainda anterior.

 

 

 

[Fotografia capa: Catarina Lourenço]

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