PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Monção/Melgaço

José Emílio Moreira é o novo Grão Mestre da Confraria do Alvarinho

16 Março, 2015 - 14:49

305

0

Antigo autarca monçanense quer “mais apoios financeiros quer do Governo quer dos fundos comunitários”.

José Emílio Moreira é o novo Grão Mestre da Confraria do Alvarinho. O antigo autarca monçanense foi eleito este fim-de-semana e sucede no cargo a José Afonso, que passa agora a Vedor Mor, de acordo com a única lista que foi a sufrágio. Ouvido pela Vale do Minho, José Emílio Moreira começou por salientar desde logo que pretende trabalhar em equipa. “Eu nunca soube governar sozinho onde estive. Não vamos criar ruturas. Vamos continuar a defender o Alvarinho de Monção e Melgaço. Vamos continuar a promovê-lo numa ligação muito estreita com a Associação de Produtores de Alvarinho (APA). Vamos também continuar a nossa parceria com as Câmaras Municipais de Monção e Melgaço que, politicamente, têm sido muito responsáveis pela projeção, desenvolvimento e defesa do Alvarinho”, realçou.
Uma das principais preocupações do novo Grão Mestre passa pela saúde financeira da Confraria. “Não tem dinheiro. Vive apenas das quotas dos associados e a maior parte ainda não pagou. Houve algum desleixo”, lamentou José Emílio Moreira. “Vamos ver se colocamos isto em ordem para podermos depois marcar presença noutros eventos comemorativos do vinho, a convite de outras confrarias. Se possível, levar também a cabo alguns encontros de aprofundamento da história e do valor económico do vinho”, referiu.
Questionado sobre o tão falado ‘acordo do Alvarinho’, José Emílio Moreira entende que “era inevitável e o Alvarinho tinha de ser legislado para a nova realidade vitícola”. No entanto, disse o Grão Mestre à Vale do Minho, o processo “podia ter sido feito de outra maneira. Parece-me que precisamos de um período de transição maior. Acordaram seis anos e eu defendo, no mínimo, 10 anos de transição para nos adaptarmos, para nos protegermos e para promover em força a região”.
Recorde-se que entre os vários pontos do acordo assinado, destaca-se o selo de garantia próprio do qual vão dispor os vinhos de Monção e Melgaço. Foi também imposta uma regra de lealdade de concorrência à região dos Vinhos Verdes.
Todos os lotes que mencionem a casta Alvarinho terão de conter 51% desta casta se for a primeira mencionada e 30% se for a segunda – este valor era de 0,1% até agora. A liberalização do uso da designação Alvarinho para toda a Região Demarcada dos Vinhos Verdes será um processo gradual, que decorrerá nos próximos seis anos. Os produtores de Monção e Melgaço vão receber, em contrapartida, três milhões de euros para promover os seus vinhos e marcas, também ao longo dos próximos seis anos. O valor monetário não agrada a José Emílio Moreira que defende “mais apoios financeiros quer do Governo quer dos fundos comunitários”.
Dentro de pouco mais de um mês, Melgaço será o palco de mais uma edição da Festa do Alvarinho e do Fumeiro. O novo Grão Mestre da Confraria acredita que o acordo do Alvarinho até pode ter trazido benefícios mediáticos à sub-região. “O dinamismo é muito grande. A união dos agentes económicos com as Câmaras poderá crescer ainda mais. O Alvarinho é o elemento mais valioso da agricultura. Os últimos tempos até lhe vieram dar mais nome porque saiu em todos os órgãos de comunicação social e hoje estão a sair Alvarinhos de grande categoria. Os produtores concluíram que hoje ou se produz com qualidade ou então não vale a pena trabalhar a terra”, finalizou José Emílio Moreira.
Para este triénio, José Emílio Moreira faz-se acompanhar por mais de uma dezena de elementos. Entre eles estão Miguel Queimado, da APA, e João Garrido, vereador na Câmara Municipal de Monção.

Últimas