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Galiza

Galiza: Comeu um ‘nabo do diabo’… e morreu

10 Maio, 2022 - 00:27

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Também conhecido como ‘nabo de San Pedro’.

O concelho de Bergondo, na província da Corunha, Galiza, Espanha, lançou esta segunda-feira um alerta à população para ter cautela com os chamados nabos do diabo (Oenanthe SPP ). Um tubérculo que na Galiza é também conhecido por nabo de San Pedro.

 

Trata-se de um legume venenoso e que pode provocar a morte em poucos minutos.

 

Conta o jornal La Voz de Galicia que o alerta surge meses depois após uma tragédia ocorrida neste concelho, durante o passado mês de dezembro, quando um cidadão de 37 anos de idade, de nacionalidade colombiana, foi encontrado em casa sem vida.

 

A verdadeira causa da morte só agora veio a público. Segundo aquele jornal, tudo aponta para a ingestão do tubérculo mortífero.

 

Javier Cremades Ugarte, Professor de Botânica da Faculdade de Ciências da Universidade da Corunha, indica que o Oenanthe SPP é muito comum na Galiza, “em zonas húmidas”.

 

“É uma planta muito grande, parecida com o aipo, e tem um tubérculo amarelo que é venenoso”, explicou o docente que acredita que o cidadão colombiano terá confundido o legume com outra espécie. 

 

 

Aspeto da flor do nabo do diabo. No interior da terra esconde-se o perigo

[Fotografia: DR]

 

 

Envenenamento diferente dos cogumelos

Ainda ao La Voz de Galicia, o hepatologista Manuel Delgado explicou que “ao contrário de outros envenenamentos mais comuns, como aqueles que se repetem a cada outono pela ingestão de cogumelos venenosos, a Oenanthe não provoca insuficiência hepática”.

 

Então o que provoca a morte? “É uma neurotoxina que desencadeia crises epilépticas, afeta diretamente o cérebro”, explica.

 

Geralmente, refere o especialista, tudo começa com “sintomas digestivos”. No entanto, segundo Pedro Marcos, pneumologista do Hospital da Corunha, “a morte é causada por afogamento quando acontece a paralisia dos músculos, incluindo o diafragma e os intercostais”.

 

A neurotoxina interfere no funcionamento normal da comunicação neural, pois “bloqueia os comandos do cérebro e acaba por provocar insuficiência respiratória”. Assim, concluiu o clínico, “a menos que o veneno cause convulsões, os pacientes morrem por afogamento”. 

 

Para escapar desta situação, terão de ser rapidamente “intubados e mantidos em ventilação mecânica até que o efeito passe, ou recebam um antídoto”.

 

 

 

[Fotografia: La Voz de Galicia]

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