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Viana do Castelo

Feirantes e Câmara sem soluções para a feira

28 Setembro, 2012 - 16:09

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Uma reunião entre representantes de 170 feirantes e a Câmara de Viana do Castelo terminou hoje sem qualquer solução para a falta de condições de trabalho que levaram estes profissionais a suspender aquela atividade.

Uma reunião entre representantes de 170 feirantes e a Câmara de Viana do Castelo terminou hoje sem qualquer solução para a falta de condições de trabalho que levaram estes profissionais a suspender aquela atividade.

“Precisamos de 16 mil metros quadrados para quase 250 feirantes e a Câmara diz que não tem mais soluções. Estamos num impasse, não sabemos o que vai acontecer à feira”, admitiu à agência Lusa Miguel Fernandes, um dos representantes dos feirantes que hoje protestaram à porta da autarquia.

Estes cerca de 170 feirantes decidiram não trabalhar, criticando a falta de espaço e de condições na área provisória definida pela autarquia enquanto decorrem obras no Campo d’Agonia, o que deverá acontecer até março.

Em protesto, concentraram-se a partir das 09:00 à porta da Câmara e um grupo destes feirantes foi mesmo recebido pela vereadora com o pelouro da área, mas sem qualquer conclusão.

“O que nos disse é que não há espaço na cidade com esta dimensão. Ficou marcada uma nova reunião para terça-feira, às 15:30, na esperança de se arranjar mais alguma coisa, o que será extremamente difícil”, apontou ainda.

A decisão de não montar as tendas foi tomada pelos feirantes cerca das 08:30, de forma espontânea, após constatarem, pela terceira semana, a falta de condições para trabalhar e a dispersão por vários espaços alternativos, face às obras no Campo d’Agonia.

António Cunha, de 63 anos, foi um dos que se queixou da situação e sobretudo da “falta de respeito”.

“É no que dá estar num gabinete e tomar decisões sem consultar as pessoas. Mas se me atraso um dia na mensalidade pago logo mais 50 por cento”, criticava este feirante.

No mesmo tom, Sofia Dias, de 32 anos e que viaja de Barcelos para aquela feira há 13 anos, criticava a opção de transformar aquele espaço, mesmo que de forma provisória, em “cinco feirinhas”.

“Temos de ficar todos juntos, porque estão a favorecer uns e não outros. A mim puseram-me numa lateral que mais parece um galinheiro, sem condições”, afirma.

No dia 21, vários comerciantes já se tinham indignado com as condições provisórias disponibilizadas, sobretudo do piso, em terra batida, e com a falta de espaço que passou a existir, o que levou a autarquia a disponibilizar para hoje mais uma área alternativa, que continuou a mostrar-se insuficiente.

A feira semanal de Viana do Castelo deveria concluir hoje a mudança para o espaço provisório, com a chegada do último grupo, de 170 feirantes, processo que começou a 14 de setembro, decorrendo, de forma faseada, todas as sextas-feiras.

Na origem da mudança está a obra de 2,9 milhões de euros lançada pela sociedade Polis do Litoral Norte para redesenho e valorização dos espaços da frente ribeirinha daquela zona da cidade.

Provisoriamente, os feirantes foram já colocados, na semana passada, num terreno com 5.000 metros quadrados, insuficiente para o total de comerciantes.

A mudança, de poucas dezenas de metros, deveria ficar hoje completa, mas grande parte dos feirantes já admitia não regressar na próxima semana.

Em comunicado, a Câmara de Viana do Castelo já admitiu “entender” algumas “manifestações de desagrado dos feirantes” por “não se tratarem das condições ideais”, mas apelou à “compreensão” de quem está agora “em condições mais precárias que as anteriores”.

A autarquia acrescenta estar “sempre disponível para, em diálogo com os representantes dos feirantes, melhorar os aspetos funcionais da feira durante este período transitório”.

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