Feira do Alvarinho abre em ambiente de guerra pela exclusividade

O presidente da Câmara de Monção mostrou-se esta sexta-feira convicto de que a sub-região Monção/Melgaço “vai ganhar a guerra” do Alvarinho. O eventual alargamento da denominação exclusiva a toda a Região dos Vinhos Verdes marcou todos os discursos da Feira do Alvarinho que arrancou esta sexta-feira, em Monção. Em caso de perda da exclusividade, Augusto Domingues avisou que a reacção dos dois concelhos será imediata. “Se tal se vier a verificar, contem com o nosso total repúdio traduzido em várias formas de luta que monçanenses e melgaçenses levarão a efeito. Perdemos a batalha da Comissão de Viticultura mas vamos ganhar a guerra. Trata-se, acima de tudo, de uma questão de justiça”, sublinhou o autarca.
O presidente da Associação de Pordutores do Alvarinho também arrasou todos aqueles que aprovam o alargamento. “Hoje, a nossa sub-região encontra-se perante o maior desafio de sempre: a possibilidade do fim de uma diferenciação criada há mais de 30 anos. O fim da exclusividade de utilização do vinho verde Alvarinho. Pensar nesta hipótese é quase uma blasfémia. É um pensamento que quase soa a disparate!”, atirou Miguel Queimado.
Em sintonia, o grão-mestre da Confraria do Alvarinho, José Afonso, também mostrou total oposição a esta possbilidade. “Estender a denominação de origem, que é pertença dos viticultores de Monção e Melgaço, seria defraudar anteriores gerações de viticultores que criaram um vinho excepcional. Seria também defraudar os consumidores que se habituaram a degustar um vinho de qualidade”, disse.
A Feira do Alvarinho vai prolongar-se até domingo. São 104 expositores que dão corpo a um evento cujo custo total,de acordo com a autarquia, ascende aos 143 mil euros. Ao PROVERE foi apresentada uma candidatura de 50 mil euros. Estão previstas receitas na ordem dos 38 mil euros.