Federações do PS do Norte criticam silêncio da tutela sobre cortes na Lusa e admitem recorrer à justiça

As federações socialistas do Porto, Braga, Bragança, Viana do Castelo e Vila Real exigiram hoje o fim do silêncio da tutela relativamente aos cortes anunciados na agência Lusa, admitindo “recorrer às instâncias judiciais para que se cumpra a democracia”.

A Comissão de Trabalhadores da agência Lusa foi recebida na quarta-feira pelo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que confirmou ser intenção do Governo cortar 30% do financiamento do Estado à agência no contrato-programa para 2013, que passaria a ser de 10,8 milhões de euros anuais.

Hoje, em comunicado conjunto das cinco federações do PS do Norte – Porto, Braga, Bragança, Viana do Castelo e Vila Real – os socialistas consideram “o corte previsto brutal” e alertam que “terá adversas consequências na atividade e no papel essencial de serviço público prestado” pela Lusa, sublinhando “a mais séria preocupação pelo destino da agência nacional de notícias, assim como dos postos de trabalho ameaçados por este corte mal ponderado”.

“O PS já tomou iniciativas parlamentares, no sentido de que o Governo explique e justifique estas decisões. O silêncio alarmante indica a falta de argumentos. A continuação deste silêncio obrigará o PS a recorrer às instâncias judiciais, para que se cumpra a democracia”, adiantam.

As distritais do PS do Porto, Braga, Bragança, Viana do Castelo e Vila Real solidarizam-se publicamente com a vigília que hoje decorre junto à sede da agência Lusa, em Lisboa.

“Uma agência noticiosa nacional é essencial para uma política de defesa e afirmação da língua e cultura portuguesas. A supressão deste serviço público, na componente local, obedece a uma estratégia de silenciamento, bem como à camuflagem do impacto e das consequências negativas que as políticas restritivas estão a produzir nos territórios, longe dos grandes centros”.

Na opinião das federações socialistas do Norte “o método usado é o mesmo que o Governo tem vindo a aplicar na degradação dos outros serviços públicos”, dando o exemplo da Educação, Justiça, Saúde.

“O passo seguinte é o encerramento das delegações regionais ou locais da Lusa, argumentando com a ausência de ‘clientes’ e ‘rentabilidade’, o que resulta na redução do acesso dos cidadãos aos serviços do Estado”, condenam.

Já no sábado, o líder da Federação Distrital do Porto do PS, José Luís Carneiro, afirmou que os socialistas do Vale do Sousa e Baixo Tâmega estavam disponíveis para convocar protestos caso os cortes na agência Lusa levem à redução da presença local.