PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Viana do Castelo

Estaleiros de Viana: Mário Ferreira diz que Empordef “fez de tudo” para não construir navios da Douro Azul

7 Março, 2012 - 08:34

126

0

O presidente da Douro Azul afirmou que a administração da Empordef “fez de tudo” para não construir os navios-hotel de que a empresa necessita por temer “não ter capacidade para cumprir os prazos” previstos.

O presidente da Douro Azul afirmou que a administração da Empordef “fez de tudo” para não construir os navios-hotel de que a empresa necessita por temer “não ter capacidade para cumprir os prazos” previstos.

“A Empordef andou a fazer-me perder tempo nos últimos cinco meses. Se tivessem honra e brio, estes administradores demitiam-se já, por andarem com esta farsa”, apontou Mário Ferreira em declarações à Agência Lusa.

O empresário necessita de quatro navios-hotel para operar no rio Douro e já tinha celebrado, em novembro de 2011, um contrato-promessa com a Empordef, para essa construção, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

“Dois dos navios podiam estar a ser construídos desde setembro em Viana mas a Empordef andou sempre a prorrogar os prazos. Da minha parte, estou pronto a avançar com o negócio, aliás, na sexta-feira passada a empresa já podiam ter recebido o cheque, mas estes administradores não quiseram”, afirmou.

Diz mesmo que a Empordef “fez de tudo” para não garantir o negócio, tendo em conta a necessidade de entrega para 2013 e o receio de “não ter capacidade para cumprir os prazos”.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Empordef não quis comentar estas declarações, mas afirmou que o contrato-promessa assinado com a Douro Azul, por quase 45 milhões de euros, para a construção de seis navios – incluindo dois barcos rabelos no Arsenal do Alfeite -, caducou a 29 de fevereiro pela não aprovação do programa de investimento “Douro Global”, no âmbito de uma candidatura a fundos comunitários.

“O contrato-promessa caducou porque não houve aprovação, pelo Ministério da Economia, do programa de investimento, que incluía quatro navios-hotel e dois barcos rabelos”, refere a Empordef.

A mesma fonte sublinha que o contrato-promessa “apenas referia um valor global de 45 milhões de euros, sem valores unitários, e não previa qualquer prazo de entrega”, e que se tratava apenas de uma “estimativa baseada no projeto-referência”, o navio-hotel ‘Douro Spirit’.

“Não aprovado o programa, extinguia-se o contrato-promessa”, acrescentou a Empordef, sublinhando que, “não obstante”, através dos ENVC, decidiu apresentar uma nova proposta, a 29 de fevereiro, “por ser esta uma forma de, em defesa do interesse nacional, prorrogar o vínculo entre as duas entidades”.

Por seu turno, Mário Ferreira afirma que “os administradores da Empordef querem justificar a incompetência com mais incompetência. O projeto ‘Douro Global’ tem uma pré-aprovação datada de 13 de dezembro de 2011, pelo que o investimento podia ter início a partir dessa mesma data, fosse com capitais próprios fosse com a banca, que já está garantida”.

O presidente da Douro Azul enaltece o “comportamento correto” do administrador da Empordef Luís Miguel Novais, que acabou por pedir a demissão nos últimos dias, alegando, entre outros motivos, o comportamento dos restantes colegas neste processo.
“Para mim é um enigma perceber porque é que os ENVC não estão a construir os navios”, disse ainda.

O administrador da Douro Azul admitiu que, “embora mais cara” do que a proposta dos estaleiros holandeses, a construção dos dois primeiros navios-hotel poderá ser feita na NavalRia, em Aveiro, remetendo uma decisão para sexta-feira.
“Tenho pena dos trabalhadores dos Estaleiros de Viana, que não têm nada a ver com isto, e posso garantir mesmo que a empresa é viável. Quando tiverem uma administração capaz cá estarei”, concluiu Mário Ferreira.

Últimas