Em 2009 foram capturadas 56 mil lampreias no rio Minho. Desde 2018, esse número tem vindo a cair de forma drástica. Em 2023, a safra foi de (apenas) 5 mil.
“Provavelmente, o valor mais baixo dos últimos 80 anos”.
Os números foram deixados esta quinta-feira pelo diretor do Aquamuseu do Rio Minho, Carlos Antunes, na sessão de abertura da apresentação da XV ‘Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência’, que decorreu em Vila Nova de Cerveira.
Uma sessão onde foi assumida a existência de problemas que afetam a biodiversidade daquele troço internacional de água, “que devem ser encarados e mitigados, com os jovens a serem chamados a intervir”.
Mas porque é que isto acontece?
Conforme a Rádio Vale do Minho já tinha avançado no ano passado, também o biólogo apontou o dedo à carpa. Uma espécie devoradora e que pode ser responsável pelo desaparecimento das crias de lampreia no caminho que fazem até ao mar.
Há quem já tenha proposto uma “batida” a esta espécie, “tal como se faz ao javali”.
No entanto, o biólogo Carlos Antunes apontou outras espécies exóticas que podem constituir “fatores de pressão”. Entre elas estão o achigã e a perca-sol.
E ainda há uma outra que já está a causar danos noutros rios.
“Enfrentamos uma nova ameaça de uma espécie introduzida para a atividade da pesca recreativa: o peixe-gato europeu – que pode atingir os 100kgs e os 2m – está a afetar a safra da lampreia em França, e já se encontra no Tejo e no Douro. De 100 lampreias marcadas e libertadas em França, num período de 1 mês, os trabalhos científicos revelaram que 80% dessas lampreias foram consumidas pelo peixe-gato europeu”, acrescentou o biólogo.
No rio Minho há cerca de 150 embarcações portuguesas e cerca de 60 espanholas a pescar lampreia, cuja faina segue até meados de abril.
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