O aviso foi deixado esta sexta-feira, em Valença, pelo Presidente da Associação de Pescadores da Ribeira Minho. Em 10 anos, o rio Minho pode ficar um autêntico vazio de lampreias, ciclóstomo que constitui um dos mais emblemáticos pratos da gastronomia raiana.
A previsão de David Sanches assenta não só no fator poluição como também noutro problema de dimensão semelhante (ou maior) que pode provocar a extinção total de lampreias neste curso de água: as espécies invasoras.
“O rio Minho tem vários peixes desde a sua origem que são a lampreia, o sável, o salmão, a enguia… ente outros. Só que apareceu, e infelizmente ninguém faz nada por isso, a carpa”, alertou o responsável.
David Sanches já chegou mesmo a propor uma “batida” a esta espécie, “tal como se faz ao javali”.
“São autênticos peixes devoradores. Tudo o que é criação vai tudo! Se nós continuarmos a manter este tipo de peixe no rio, mais cedo ou mais tarde as lampreias desaparecem. Este peixe devora tudo!”, exclamou.
Uma das razões que tem vindo a ser apontada este ano para a escassez de lampreia é o excesso de água doce na foz do rio Minho. Mas pode não ser só isso.
“A lampreia sobe o rio e desova. Depois tem de voltar para o mar… e no caminho para o mar…”, respondeu David Sanches sem acabar a frase, convicto de que os jornalistas perceberam.
Um aviso carregado de alarme deixado pela Associação de Pescadores da Ribeira Minho durante a cerimónia de abertura da 14ª edição da iniciativa Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência, realizada na Quinta do Prazo, em Valença.
A 14ª edição da Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência decorrerá entre 15 de fevereiro e 16 de abril, aos fins de semana, em 87 restaurantes aderentes dos concelhos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção, Melgaço e Paredes de Coura.
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