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A direção nacional do CDS-PP admite que a “concelhia” de Viana do Castelo não tem competência para retirar a confiança política aos eleitos do partido à Câmara e Assembleia Municipal, como aconteceu esta semana.

“As regras do partido dizem claramente que nas capitais de distrito os candidatos são escolhidos numa responsabilidade tripartida, entre concelhia, distrital e direção nacional. Evidentemente que quem escolhe os candidatos é quem pode tirar a confiança”, afirmou o secretário-geral do CDS-PP.

António Monteiro falava à Lusa no final de uma reunião com a “distrital”, agora liderada por Abel Baptista e onde a retirada da “confiança política”, pela Comissão Politica Concelhia (CPC) ao vereador do partido na câmara e aos militantes eleitos para a Assembleia Municipal, alegando falta de “coordenação interna”, foi um dos temas.

“Os autarcas do partido, em Viana do Castelo, são autarcas do partido e servem as populações”, sublinhou ainda António Monteiro.

É que segundo as orientações autárquicas do CDS-PP, às concelhias cabe o papel de “propor” os candidatos, à “distrital” emitir parecer e à direção nacional “aprovar”.

“Para se fazer qualquer alteração a isto teria de ser por um órgão com legitimidade para aprovar. Como a concelhia o fez sem comunicar à distrital ou à direção nacional, não tem qualquer efeito”, apontou, por sua vez, Abel Baptista. E acrescentou:

“Mas, mesmo assim, não há nenhum fator objetivo ou subjetivo que levasse a essa retirada da confiança aos autarcas em Viana”.

Nesta reunião dos órgãos distritais a CPC de Viana do Castelo, liderada por Carlos Meira, não se fez representar.

“Face a esta nota informativa [comunicado da CPC] devo deixar ficar claro que os autarcas do CDS-PP em Viana do Castelo têm absoluta confiança da distrital, estão a atuar de acordo com o programa eleitoral com que foram eleitos e com os princípios-gerais de orientação do partido”, sublinhou ainda Abel Baptista.

Alegando questões de “coordenação interna”, a “concelhia” decidiu, a 11 de dezembro, retirar a confiança política aos militantes do partido naqueles dois órgãos autárquicos.

“O CDS-PP de Viana do Castelo vem lamentar este desfecho, que é o culminar de um longo processo em que foram usadas todas as formas, meios e instrumentos, humanamente possíveis, no sentido de obter uma coordenação interna entre a CPC e os referidos militantes”, explicou aquele órgão em comunicado.

Aristides Sousa, vereador na câmara e anterior líder da CPC de Viana do Castelo, atualmente a exercer funções também como diretor-adjunto da Direção Regional de Educação do Norte (DREN) foi um dos visados por esta posição.
FONTE: “Lusa”