PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Caminha
Destaques

Caminha: Miguel Alves antevê um “Inverno longo” no concelho

10 Novembro, 2020 - 19:07

228

0

PUB São 150. Uma centena e meia de casos ativos do novo coronavírus (COVID-19) em Caminha. Um máximo tão alto que nem os concelhos do Vale do Minho mais afetados […]

PUB

São 150. Uma centena e meia de casos ativos do novo coronavírus (COVID-19) em Caminha. Um máximo tão alto que nem os concelhos do Vale do Minho mais afetados durante a 1ª vaga da pandemia chegaram a alcançar. 

O presidente da Câmara, Miguel Alves, mostra-se evidentemente preocupado. Mas transparece tranquilidade perante o enorme desafio que se abateu sobre o concelho.

“A situação de Caminha é muito difícil. Acompanha o que tem acontecido no Alto Minho, embora com diferenças entre concelhos. Para percebermos a gravidade da situação, só em outubro os casos ativos duplicaram em relação a setembro. E agora em novembro estamos a um ritmo ainda maior”, descreveu o autarca à Rádio Vale do Minho.

Recentemente, a autarquia viu-se obrigada a tomar medidas. Para além daquelas implementadas pelo Governo, o Município foi mais além e cancelou todos os eventos até fevereiro do próximo ano. 

“Sei bem do impacto que isso irá ter no comércio local. São tudo más notícias para a nossa atividade normal, mas temos de apertar mais a malha. E isso significa também apoiar ainda mais as instituições, com mais subsídios para compensar a dureza da vida que tem sido a destas associações”.

 

 

“Não são os outros que não cumprem. Somos todos nós!”

 

 

Com surtos em lares e escolas, Miguel Alves considera que a maior dificuldade não está agora nestes espaços. “O maior problema está agora nas infeções que acontecem em comunidade”, disse em tom taxativo.

Novamente em tom preocupado, o presidente da Câmara lamenta que ainda existam por todo o país pessoas que continuam a realizar “almoços de domingo com a família, jantaradas e encontros de final de trabalho após os turnos nas fábricas”, exemplificou. “Relaxamos… colocamos a máscara de lado”.

“As pessoas têm de encaixar que não são os outros que não cumprem as regras. Somos todos nós!”, exclamou. “E temos de convencer-nos que somos nós os agentes mais firmes na capacidade de travar esta pandemia. As pessoas têm de se convencer que não podem fazer este ano os magustos como sempre fizeram. Não vamos poder fazer os jantares de Natal com os nossos amigos ou colegas da empresa. Nem vamos poder ter aqueles almoços de família com muita gente à mesa… tios… primos e avós”, sublinhou.

Em três dias, Caminha somou mais 59 novos casos de COVID-19. Recuperados? Apenas seis. A doença grassa de forma alarmante.

“Ou travamos agora este crescimento galopante ou daqui a umas semanas todas as infraestruturas de saúde do país deixarão de ter capacidade para aguentar o que aí vem”, avisou o presidente da Câmara.

 

 

Caminha deverá continuar ‘no vermelho’

 

 

Caminha, recorde-se, é um dos 121 concelhos que está em Risco Elevado deste o passado dia 4 de novembro. A medida será reavaliada na próxima semana, mas Miguel Alves acredita que o concelho irá continuar a fazer parte desta lista.

“Não tenho muitas ilusões sobre isso. Caminha irá continuar por mais 15 dias em Risco Elevado e connosco ficarão outros concelhos do Alto Minho. Espero é que não se incluam mais”, referiu.

Para Miguel Alves, um dos pontos que está a marcar esta segunda vaga “é que isto está a acontecer com pessoas que nós conhecemos”.

“Há uns meses atrás sabíamos de um número numa freguesia ou de outro na vila. Mas agora não é assim. Quase todos nós conhecemos já pessoas que estão ou estiveram infetadas. Quase todos já percebemos que isto não é para brincadeiras. Há gente nova e menos nova infetada… e há gente que morreu”, alertou.

 

 

Inverno “vai ser longo”

 

 

O Inverno que se avizinha, acredita Miguel Alves, “vai ser longo”. Ainda mais longo do que os dois próximos dois fins de semana onde a população dos concelhos em Risco Elevado fica proibida de circular na via pública entre as 13h00 e as 5h00. Mas há exceções: como ir ao supermercado, por exemplo.

“Eu acredito que as pessoas vão ter o bom senso de realizar as suas compras nos sítios certos e momentos certos, ao longo da semana. Aqui a regra é evitarmos comportamentos de risco”, frisou.

De acordo com o relatório epidemiológico da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), emitido ao princípio da manhã desta terça-feira, Caminha apresenta já 299 casos confirmados da nova doença desde o início da pandemia. Destes, 150 estão ativos. Há 144 casos recuperados e cinco óbitos registados neste concelho.

 

[Fotografia: Município Caminha]

 

PUB

Últimas