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Viana do Castelo

Bordado de Viana: Artesãos põem à venda primeiras peças certificadas e prometem denunciar cópias

14 Agosto, 2012 - 09:42

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Os primeiros sete artesãos certificados na produção de bordados de Viana do Castelo colocaram esta semana à venda as suas peças, com a garantia de que a atividade ilegal passará a ser denunciada.

Os primeiros sete artesãos certificados na produção de bordados de Viana do Castelo colocaram esta semana à venda as suas peças, com a garantia de que a atividade ilegal passará a ser denunciada.

“Quem chamar ao seu produto bordado de Viana do Castelo e não estiver certificado será alvo de pedidos de indemnização e poderá ser condenado por usar uma designação para a qual não está habilitado”, disse à agência Lusa Abílio Vilaça, da Associação para o Desenvolvimento Regional do Minho (ADERE-MINHO).

Aquela instituição conduziu o processo de certificação, encetado pela Câmara de Viana do Castelo em 2005 para tentar travar a proliferação das cópias asiáticas deste produto tipicamente minhoto.

Além de certificar, a ADERE-MINHO terá agora a função de fiscalizar o mercado, à procura de peças contrafeitas, que, sempre que forem encontradas, serão alvo de participação à Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para apreensão.

“Enquanto entidade certificadora, temos a obrigação de acompanhar este processo, porque quem investiu está a pagar os seus impostos e apostou num produto que não pode ser afetado por cópias ilegais”, apontou Abílio Vilaça.

Os bordados de Viana do Castelo representam o quinto produto artesanal no continente cuja qualidade e autenticidade é certificada, garantindo ao consumidor que “não leva gato por lebre”, ao mesmo tempo que propícia maior rendimento ao artesão.

Este produto junta-se aos bordados de Guimarães, aos Lenços de Namorados do Minho, ao figurado e olaria de Barcelos, todos produtos artesanais certificados, que têm de obedecer a um caderno de especificações com características definidas e identidade própria, como cores, linhas, materiais, gramática, ponto e desenhos.

O bordado de Viana do Castelo terá nascido em 1917, mas há mais de uma década que sofre os efeitos da concorrência de cópias estampadas, face ao original, integralmente feito à mão.

A certificação foi já emitida para sete unidades de produção – cada uma com mais do que um artesão – e os primeiros bordados com selo de garantia de origem foram colocados à venda esta semana.

A primeira peça certificada, uma toalha regional, será oferecida à esposa do embaixador do Brasil em Lisboa, Mário Vilalva, convidado de honra da Romaria d’Agonia, que se realiza até 20 de agosto.

“É um gesto de diálogo cultural entre os dois países, convidando o Brasil a reconhecer esta peça tão bonita do nosso artesanato e que agora está devidamente protegida”, explicou à agência Lusa o presidente da Câmara, José Maria Costa, “esperançado” na “erradicação de vez” das cópias ainda à venda.

Além de Viana do Castelo, esta certificação, que constará no próprio produto através de um selo em papel e outro em tecido, poderá ser emitida para artesãos de mais 12 concelhos do Minho, desde que comprovem obedecer aos requisitos das especificações definidas para aquele bordado.

Na região existem mais de 80 artesãos que se dedicam ao bordado de Viana do Castelo, mas apenas 26 possuem a carta própria daquela atividade.

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