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Viana do Castelo

“Berço” de Viana recebeu 243 crianças em risco desde 1992

6 Dezembro, 2012 - 08:40

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A única instituição de acolhimento temporário de crianças em risco no Alto Minho enfrenta, constantemente, um cenário de lotação esgotada e, desde 1992, já recebeu 243 menores.

A única instituição de acolhimento temporário de crianças em risco no Alto Minho enfrenta, constantemente, um cenário de lotação esgotada e, desde 1992, já recebeu 243 menores.

O “Berço” é uma valência da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Viana do Castelo, e tem capacidade para acolher entre 20 crianças, dos 0 aos 12 anos.

“Hoje temos 19 crianças porque saíram duas, entretanto. Mas será por pouco tempo porque o normal é estarmos, pelo menos, com a lotação máxima ocupada”, explicou fonte da instituição.

Estas crianças são retiradas às famílias por decisão das entidades com poder na matéria, além dos tribunais também as comissões de proteção de menores, mas não podem passar mais de seis meses neste tipo de Centro de Acolhimento Temporário (CAT).

Após esse período, as crianças deveriam regressar às famílias ou entrar em processo de adoção. Uma parte acaba por ser colocada noutras instituições, num processo que, normalmente, é lento.

Na prática, admitem os responsáveis do “Berço”, a decisão de retirar as crianças à família, por situações de maus tratos ou negligência, acaba sendo renovada por “vários anos”, devido ao atraso dos processos.

Há casos de crianças que passaram cinco anos naquela instituição, apoiada pela Segurança Social.

Dos 19 menores que ali estão colocados “temporariamente”, o mais novo tem sete meses e o mais velho 14 anos, ou seja precisamente acima da idade máxima, por falta de colocação.

No “Berço”, estas crianças são entregues aos cuidados de uma assistente social, uma psicóloga, uma educadora de infância e várias auxiliares, além de uma pediatra.

Entre 1992 e 2008 o acolhimento era feito num prédio de habitação mas, depois de um investimento superior a um milhão de euros, a paróquia conseguiu mudar de instalações, duplicando a capacidade.

“São bebés e crianças oriundos de famílias desintegradas, com problemas de toxicodependência, prostituição ou de alcoolismo e que são aqui colocados através da Comissão de Proteção de Menores, do tribunal ou da Segurança Social”, explicou o padre Artur Coutinho, responsável pela paróquia e mentor do projeto.

Pela instituição já passaram, em vinte anos, 243 crianças, um número que não contabiliza parte do período inicial de funcionamento, do qual não há registos.

Entretanto, de forma a dar “nova cara” ao interior o edifício atual do “Berço”, dezenas de voluntários, todos trabalhadores da Câmara de Viana do Castelo, estão envolvidos desde segunda-feira nesta remodelação.

São 16 trabalhadores, diariamente, e pertencem a todos os setores da autarquia apesar de estarem a concretizar obras de pintura, decoração e personalização dos quartos das crianças.

A “obra” será inaugurada esta quinta-feira e os trabalhos inserem-se num projeto de voluntariado empresarial, lançado pela autarquia, tendo o material sido cedido gratuitamente por 22 empresas da região.

No sábado, a instituição vai ainda realizar uma noite de fados, com vista a angariar verbas que permitam, entre outras necessidades, a aquisição das habituais prendas de Natal para estas crianças.

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