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País

Autor da Coca mais colorida de Monção estende passadeira com notas de 500 euros no altar do Papa

27 Julho, 2023 - 21:19

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“Passadeira da Vergonha”.

O artista plástico Bordalo II, autor da Coca [dragão] exposta no museu Monção&Memória, em Monção, divulgou esta quinta-feira um vídeo que mostra uma passadeira com notas de 500 euros para receber o Papa Francisco no altar palco, do Parque Tejo, em Lisboa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

 

O artista conseguiu entrar no espaço disfarçado de trabalhador.

 

A obra denominada por “Habemus Pasta” pretende fazer uma crítica social ao país por todo o dinheiro que tem direcionado para o evento religioso.

 

Trata-se de um “Walk of Shame” (em português Passadeira da Vergonha).

 

“Num estado laico, num momento em que muitas pessoas lutam para manter as suas casas, o seu trabalho e a sua dignidade, decide investir-se milhões do dinheiro público para patrocinar a tour da multinacional italiana”, pode ler-se na publicação do artista no Instagram.

 

 

 

[Fotografia: Instagram Bordalo II]

 

 

A JMJ decorre de 1 a 6 de agosto na capital portuguesa. São esperados mais de um milhão de pessoas de todo o mundo.

 

 

 

Sobre a Coca de Bordalo II

Foi em abril de 2021 que Bordalo II apresentou em Monção, no Museu Monção&Memórias, uma Coca com oito metros de altura e inteiramente construída com… lixo.

 

A obra de Bordalo II está exposta numa das paredes do museu.

 

 

 

[Fotografia: Arquivo/Rádio Vale do Minho]

 

 

Uma obra que alerta para “um futuro que nos preocupa a todos nós, na questão da sustentabilidade e do ambiente”, referiu na altura o Presidente da Câmara, António Barbosa.

 

Recorde-se que, nas suas obras, o artista costuma dar sempre corpo a animais ainda existentes, em vias de extinção ou já extintos. Foi em Monção que, pela primeira vez, construiu um animal lendário.

 

 “Os materiais que usei são os que costumo usar nestes trabalhos: lixos, resíduos e de tudo o que sobra da parte consumista”, explicou Bordalo II aos jornalistas.

 

A intenção final, apontou, acaba por ser uma “inversão de papéis” entre o que é bem e o que é mal.

 

“Na história, a Coca era o bicho mau e o homem matava a Coca para resolver o problema. Mas nos dias de hoje, as coisas são mais sérias. O homem tende a ficar o bicho mau e em vez de matar ou arrasar a natureza, deve fazer uma introspeção sobre os seus hábitos”, disse Bordalo II.

 

É conhecido como “o homem que do lixo faz arte”. E quando se fala de lixo, é mesmo isso. Chapa, plástico, bidons e contentores são moldados e encaixados uns nos outros até se tornarem, geralmente, na pele de um qualquer animal. E, depois, tinta por cima.

 

 

 

[Fotografia capa: Bordalo II]

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