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Autárquicas: Liliana (ao natural) promete romper com a AdAM e travar o lítio

21 Março, 2021 - 19:23

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Sem bandeiras. Sem autocolantes. Sem qualquer logótipo do PSD. Apenas toda a imensidão da Serra d’ Arga como cenário. Foi desta forma que, ao som de Victory (dos Two Steps from Hell), Liliana Silva se apresentou como candidata à Câmara Municipal de Caminha a um grupo restrito de militantes e simpatizantes do partido este domingo.

A candidata não perdoou. Fogo cerrado sobre a Águas do Alto Minho (AdAM), empresa de gestão das redes de água em baixa e de saneamento, que tem gerado constante indignação na população devido aos preços das faturas.

“Uma das primeiras ações a realizar, se formos eleitos nas próximas eleições será a rescisão imediata do contrato com esta empresa, por justa causa, e retomar as rédeas da água, deixando de ter que obrigar os nossos munícipes a pagar as faturas elevadas “, disparou a candidata do PSD. “E não vale a pena a conversa do passa culpas. Importa agarrar o problema com as mãos e dar-lhe uma solução. Resolver problemas, é isso a que nos propomos”, garantiu.

Um discurso, refira-se, onde houve alfinetadas. No entanto, a candidata não tocou uma única vez no nome de qualquer eventual adversário ou até mesmo na designação de qualquer outro partido. Já lá chegaremos.

 

 

“Defende e puxa por Caminha como mais ninguém o sabe fazer”

 

 

O primeiro a usar da palavra foi o presidente da Comissão Política Distrital do PSD. Sem poupar nos elogios e no reconhecimento, Olegário Gonçalves enalteceu “a dedicação que a Liliana tem – já há muitos anos – pelo PSD e pelo seu concelho”.

“Ela defende e puxa por Caminha como mais ninguém o sabe fazer. Tem uma vontade e um carinho enorme por Caminha! E Caminha vai ganhar se Liliana Silva vier a ser presidente de Câmara”, garantiu o dirigente. Seguiu-se o primeiro aplauso da tarde. “Com toda a certeza que será uma das melhores presidentes de Câmara que teremos no Alto Minho”, assegurou.

 

 

“A mudança impõe-se… chama-se Liliana Silva”

 

 

Seguiu-se o outro convidado da tarde – Ricardo Batista Leite, deputado pelo PSD na Assembleia da República. O parlamentar mostrou-se visivelmente preocupado com o envelhecimento da população naquele concelho. Médico de profissão, falou daquilo que sabe e das mais valias que Liliana Silva pode trazer para o concelho.

“O Alto Minho tem a sorte, em contraste com outros territórios, de ter uma unidade local de saúde. Mas uma unidade local de saúde de pouco vale de não tiver municípios fortes para trabalhar com ela, garantindo que todos os meios são colocados aos serviços das pessoas”, defendeu o parlamentar. “A mudança impõe-se… e essa mudança chama-se Liliana Silva”. Novo aplauso, desta vez mais longo.

 

 

“Não concordo que desde Lisboa decidam a nossa destruição”

 

 

Chegou então o momento da mulher da tarde. Ao som de Victory, Liliana Silva subiu ao palco envolvida num caloroso aplauso da assistência. A música épica fazia estremecer o chão da serra. Um chão que, comprometeu-se a candidata, irá ficar intocável.

“Ainda me lembro do dia em que soube deste programa nacional em 2019. Ainda me lembro dos livros que estudei, dos dossiês que analisei e das pessoas que contactei para me elucidarem sobre o problema do lítio. Foi com humildade mas convicção que dei voz a esta causa na Assembleia da República”, disse Liliana Silva, recordando de seguida que isso não bastava.

“Chegava da Assembleia da Republica e calçava as sapatilhas e fui porta a porta, associação a associação, alertar todos para o problema que aí vinha. Ainda não existia um único movimento cívico na Serra D’ Arga e foi aqui em Dem , que os primeiros passos para a constituição desses movimentos foram dados”.

“Aconteça o que acontecer depois das eleições, se tiver que ir para a rua, ao lado dos meus, em frente a qualquer ameaça de invasão das nossas terras irei, porque não concordo nem aceito, que desde Lisboa decidam a nossa destruição”. Enorme aplauso para a candidata do PSD.

 

 

Águas do Alto Minho? Adeus

 

 

A candidata virou então para a empresa Águas do Alto Minho (AdAM). “Não queremos. A nossa população é que vai pagar os salários e a gestão despesista de uma empresa criada para gerir um bem que é de todos nós. O caderno de encargos, já falava em milhões só para salários e quem pagava isso tudo ?!Nós”, disparou.

“A rescisão imediata do contrato com esta empresa, por justa causa, e retomar as rédeas da água”, comprometeu-se Liliana Silva para sorriso de (quase) todos numa plateia onde se encontravam rostos associados a outros Municípios que aderiram a esta parceria.

A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.

Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.

 

Liliana Silva promete “rescisão imediata” do contrato com a AdAM

 

 

Criação de um Plano Municipal de Saúde

 

 

Liliana Silva seguiu com mais ideias e compromissos da candidatura do PSD. Logo à cabeça, a criação de um Plano Municipal de Saúde para a População. E, dentro destes, “a criação de uma série de programas, como o apoio aos mais idosos e um apoio de proximidade a todos os doentes oncológicos do nosso concelho”.

Na área da Educação, a candidata defende que “devem ser mantidos todos os apoios às escolas, incluindo as profissionais e as escolas de música”. E, quase que à boleia da música, Liliana Silva virou para a Cultura onde pretende combater a “sazonalidade” nesta área.

“Usar a cultura para percorrer as freguesias do concelho de Caminha com aposta forte em agentes e artistas locais é fundamental e fazê-lo durante o ano inteiro, combatendo assim a sazonalidade. A descentralização dos locais dos eventos é uma forma de conseguirmos dar vida às várias freguesias do concelho de caminha”, considera.

 

 

Um concelho mais virado para o rio

 

 

Olhando depois às associações desportivas e clubes do concelho, a candidata defende mais apoios e considera-os “prioritários” tendo em conta o potencial desportivo caminhense. Sobretudo na área do remo.

Assumiu o compromisso de criar uma pista de remo no rio Coura. “Não é nenhuma megalomania. Trata-se de aproveitar mais um recurso que temos”. Reforçou o exemplo com o Parque 25 de abril, que “poderá ser o palco da entrega de prémios de provas e da consagração dos nossos campeões”.

A tradicional nortada de Caminha poderá ser também, para Liliana Silva, mais um recurso para tornar o rio Minho numa “incubadora de modalidades náuticas como a Vela, o Windsurf ou o Kitesurf”.

 

 

Certificar o peixe e “maior dignidade” aos pescadores

 

 

Na área da agricultura, Liliana Silva defende que “pode vir a ter dimensao para autossustentabilidade e Marca única e preservação da paisagem rural”. Comprometeu-se a criar um Gabinete de Apoio ao Agricultor.

Já sobre a pesca, “é uma arte que tem que ser promovida. A certificação do nosso peixe por origem de captura. Reconhecermos e promovermos em termos regionais e nacionais a frescura do nosso peixe e a qualidade da nossa restauração é uma forma de projetarmos a arte da pesca e torná-la ainda mais rentável”.

Ato contínuo, mostrou-se acérrima defensora da criação de uma lota “para dar dignidade aos nossos pescadores . Fazer isto é imperioso, pois é reconhecer a importância económica desta arte, e uma forma de dar condições de trabalho aos pescadores de Caminha”.

Urgente também, para Liliana Silva, é a criação de uma marina de pontões flutuantes junto à foz do rio Minho. Uma marina que possa acolher barcos de pesca e barcos de recreio. Uma marina segura e que promova Caminha”, frisou.

Em tom firme, comprometeu-se a lutar pela remodelação do porto de mar de vila praia de ancora. “Tem que ser feito. Temos que mudar a configuração do Porto e esta é a altura certa já que o quadro 2030 tem uma forte aposta no mar”, lembrou.

“Assumo como ponto de honra a asunção do compromisso e encargo de mandarmos fazer nós o estudo ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] para termos um instrumento necessário para quando vierem os fundos do quadro 2030. Um estudo de 250 mil euros vale a pena se pensarmos que ficaremos a conhecer toda a costa, os problemas da praia de ancora, das dunas dos caldeirões e ainda do que faltou para que o Porto de mar ficasse em condições”, disse.

 

Liliana Silva pretende “maior dignidade” para os pescadores do concelho

 

 

Mais emprego

 

 

“É necessária a aquisição de uma bolsa de terrenos junto ao nó da A28 em Vilar de Mouros que se possa infraestruturar para podermos ter a capacidade de captar investidores. Esta criação de uma zona industrial é fundamental para colmatarmos a falta de emprego existente no concelho de Caminha. Temos mais de 500 pessoas a sair do concelho diariamente”, alertou Liliana Silva.

Outra das ideias da candidata passa pela criação “de um centro de investigação e pesquisa, com pequenos polos, à entrada de Dem, protocolado com Universidades e politécnicos”.

Também necessário, para a candidata laranja, é “dar dignidade e condições à zona empresarial de Âncora aliás, é
fundamental. A criação do Gabinete de apoio ao Investidor e empresário é uma prioridade. Quem quer investir no concelho de Caminha tem que ter no município de Caminha uma parte da solução e nao parte dos problemas”.

 

 

“Urbanismo tem de ser repensado”

 

 

Na área do urbanismo, Liliana Silva considera que “nenhum investidor privado ou empresarial pode estar uma ano à espera de ter um processo de obras concluído”.

“Um novo paradigma no urbanismo será lançado para simplificar procedimentos. Revisão imediata do PDM é uma prioridade. O atual plano diretor Municipal não corresponde aquelas que são as nossas pretensoes para o território”, referiu.

“Temos um patrimonio material e imaterial de um valor incalculavel. É prioritário fazer o mapeamento de todo o patrimonio e coloca-lo à disposição das pessoas e turistas. Identificar uma rede de trilhos pedestres em todas as freguesias do concelho de caminha e promovê-los turisticamente é urgente”.

 

 

Assembleias Municipais com intérpretes de linguagem gestual

 

 

“A Ação Social do Município deve ir mais além”, defende a candidata do PSD. “Deve existir uma rede social mais eficaz e não dependente de questões eleitoralistas. A constituição de uma Comissão Municipal de apoio aos carenciados composta pelas vicentinas, associações, ação social da câmara e outras entidades públicas na área do emprego, educação, e IPSS’s para darem resposta imediata e concertada a todos”.

Taxativa, Liliana Silva sublinha que “a habitação social deve ser uma prioridade no concelho de Caminha. Usar e
recuperar os equipamentos do Estado para fins habitacionais e mercado de arrendamento social é fundamental. Não podemos ter equipamentos devolutos ao mesmo tempo que temos pessoas com dificuldades habitacionais severas”.

No entanto, o ponto de honra nesta área, vai para o apoio à deficiencia e incapacidade. A candidata compromete-se a criar “uma área de apoio na deficência e uma rede municipal de cuidadores informais, que crie mecanismos de apoio, inclusíve para o descanso do cuidador serão uma prioridade”.

Defende um concelho “mais inclusivo”. Para isso, entre outras medidas, garante que irá dotar “as sessões da Assembleia Municipal com intérpretes de linguagem gestual e até mesmo as reuniões de camara sempre que solicitado”.

 

 

A fechar… a inevitável e desejada ligação a A Guarda

 

 

Do outro lado do rio Minho, está o município galego de A Guarda. Não há ponte. Apenas o ferry boat. E Liliana Silva tem vindo a defender há vários anos uma ligação rodoviária entre estes dois municípios. Vai continuar a fazê-lo.

“A importância desta ligação é fundamental. Pela valorização económica e circulação de pessoas e bens. Os movimentos turísticos que podem ser feitos através da costa promovendo assim o Centro histórico de Caminha, o seu comércio, hotelaria e restauração”, argumentou.

“O turismo, a economia, as empresas, os trabalhadores…todos ficam a ganhar com esta ligação. Abriremos assim a possibilidade de ligação pela costa de Caminha a Baiona e a Vigo”.

 

 

“Uma candidatura sem vaidade nem egos”

 

 

Aos 42 anos de idade, Liliana Silva assumiu que as três filhas são o seu apoio mais importante nesta candidatura que assumiu.

“Uma candidatura que não é contra ninguém … descansem os que querem competir”, disse em tom taxativo. “Esta candidatura é pelo concelho. Estou aqui para vos apresentar um projeto alternativo. Um projeto integrador e inclusivo. Um projeto pensado, trabalhado e com objetivo claros”.

“Esta não é uma candidatura de vaidade nem de egos. É uma candidatura a pensar no concelho de Caminha.
Um projeto para Caminha. E esta história que hoje se inicia vai valer a pena porque temos a certeza que estamos a construir algo”, prosseguiu.

“Temos uma alternativa credível. E temos uma candidatura sustentada em ideias. Eu comprometo-me com o concelho de Caminha!”, concluiu a candidata efusivamente saudada com um longo aplauso e presenteada pelos militantes com um ramo de flores. Sem bandeiras. Sem logótipos do PSD. Tudo ao natural.

Nas autárquicas de 2017, o PS foi a força política mais votada para a Câmara Municipal de Caminha. Venceu com 53,15% dos votos. O PSD alcançou os 39,14%. A CDU ficou-se pelos 2,78% dos votos e o CDS-PP não foi além dos 1,29%.

A taxa de abstenção foi de 36%.

 

 

[Fotografias: Rádio Vale do Minho]

 

 

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