A área ardida em Portugal nos primeiros cinco meses do ano mais do que duplicou em relação ao mesmo período de 2010, revelam dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN).
Segundo o relatório provisório de incêndios florestais da AFN, entre 01 de Janeiro e 31 de Maio arderam 6.755 hectares de florestas, enquanto no mesmo período do ano passado a área ardida situava-se nos 2.756.
A AFN adianta que nos primeiros cinco meses do ano foram afetados 1.552 hectares de povoamentos florestais e 5.203 de matos.
Também as ocorrências de fogo subiram cerca de 90 por cento entre janeiro e maio relativamente aos mesmos meses de 2010, tendo-se registado 3.676 ocorrências, contra as 1.929 do ano passado.
Os dados provisórios indicam também que o maior número de ocorrências se registou no distrito do Porto. Os distritos de Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Vila Real e Viseu apresentam também um número elevado de ocorrências. Quanto à área ardida, o Alto Minho ocupa o primeiro lugar.
O presidente da Federação Distrital dos Bombeiros explica que os incêndios começaram por ocorrer, numa primeira fase, no concelho de Viana do Castelo, tendo sido agora largados a todos os dez concelhos alto-minhotos. Luís Brandão Coelho fala num nível de risco "muito elevado há vários anos", provocado pela extensa mancha florestal, geografia díficil e o acentuado abandono da actividade agrícola.
Numa perspectiva para os próximos meses que integram a fase mais crítica, a designada Charlie, Luís Brandão Coelho diz-se "bastante intimidado" por prever incêndios de grandes dimensões e que podem causar até "um certo descontrolo", como aconteceu nos anos de 2003, 2005 ou 2010.
RM 02
Segundo a AFN, 60 por cento da área ardida entre Janeiro e Maio ocorreu nos distritos de Viana do Castelo (1.804 hectares), Vila Real (1.125) e Braga (1.122).
No ano passado arderam mais de 130 mil hectares de floresta e mato e registaram-se 22 mil ocorrências.
A área ardida em 2010 foi a maior dos últimos quatro anos, tendo só sido ultrapassada em 2003, quando arderam mais de 400 mil hectares, e em 2005, quando as chamas consumiram cerca de 330 mil hectares.
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