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Vale do Minho

António Costa: Preocupações com Melgaço e vontade de voltar a Coura

24 Novembro, 2015 - 14:50

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Primeiro-ministro indigitado falou com a Vale do Minho em várias ocasiões. Mostrou-se preocupado com a não abertura dos Cuidados Continuados de Melgaço.

Eleito secretário-geral do PS sem oposição em diretas, com cerca de 22700 votos, António Costa sempre mostrou grande alegria nas visitas que fez ao Alto Minho. Em Agosto de 2014, quando ainda fazia ‘braço-de-ferro’ com António José Seguro, realizou uma visita ao Vodafone Paredes de Coura. À conversa com a rádio Vale do Minho, António Costa defendeu na altura que “a justiça deve ser feita no local onde os factos ocorreram”. O antigo Ministro da Justiça mostrava-se preocupado com o encerramento do Tribunal local. Sobretudo pelo facto de que, com este fecho, os courenses ficaram a mais de uma hora de distância em autocarro do tribunal mais próximo – o de Valença. “Quando fui Ministro da Justiça empenhei-me em melhorar a proximidade dos serviços de Justiça. É importante que sejam prestados o mais próximo possível das pessoas”, recordava António Costa à Vale do Minho. “É possível racionalizar o funcionamento do sistema garantindo algo que é importante para o próprio funcionamento da Justiça: que ela seja administrada no local onde os factos ocorreram. É importante para restabelecer a própria paz social que é uma das grandes funções da Justiça”, sublinhava o agora primeiro-ministro.
Um ano depois, no passado mês de Agosto, António Costa voltou ao Festival. Desta vez em pré-campanha eleitoral para as legislativas. Sempre de sorriso no rosto, voltou a sentar-se à mesa com a rádio Vale do Minho para defender o que tinha dito há um ano. “Está previsto que o Conselho Superior de Magistratura conclua a avaliação desta reforma e que em função disso façam alterações. Mas, independentemente da revisão do mapa judicial, há um princípio fundamental que deve ser estabelecido: em cada concelho devem ser feitos os julgamentos que dizem respeito à vida das pessoas nesses concelhos”, defendeu. “Mesmo nos concelhos onde anteriormente não existiam comarcas devem existir julgamentos. Para haver julgamentos precisamos de uma sala que tenha dignidade, segurança e condições. Não conheço nenhum concelho do país que não tenha estas condições. A justiça serve para restabelecer a paz social. Deve ser feita onde essa paz social foi quebrada”.

“Temos de partir daquilo que foi negociado”

Paredes de Coura é também um concelho que muito se tem queixado de más acessibilidades. No passado mês de Março, recorde-se, um grupo de empresários, com o apoio da Câmara Municipal, enviou ao Governo uma carta aberta na qual exigem melhores acessos rodoviários às zonas industriais do concelho. Nesse mesmo mês, o deputado socialista na Assembleia da Repúbica Jorge Fão mostrou-se convencido de que o Governo não encontra qualquer desculpa para aquilo que o PS considera más acessibilidades às zonas industriais courenses. Sobre esta questão, António Costa lembrou à Vale do Minho que “temos de sincronizar o programa de obras públicas com o planeamento dos fundos comunitários. Há aquilo que é possível fazer nos próximos anos e que tem a ver com o que o atual Governo já negociou nesta matéria. Temos de nos concentrar em planear o ciclo comunitário seguinte 2020-2027. Há alguma margem de reprogramação daqui até 2020, mas temos de partir daquilo que foi negociado pelo atual Governo”, esclareceu Costa. “Não é possível a cada Governo que chegue deitar abaixo tudo o que o Governo anterior deixou. Aquilo que foi acordado tem de ser executado com a margem de reprogramação que for possível fazer”, acrescentou.
A desertificação tem sido uma das maiores ‘dores de cabeça’ do Alto Minho Interior. Paredes de Coura não foge à regra. Em 2013, de acordo com dados do INE, a população já estava abaixo dos 9 mil habitantes (8991). António Costa garantiu à Vale do Minho que a recessão demográfica está na agenda dos socialistas “e o primeiro bom sinal que o PS deu foi ter mobilizado para cabeça-de-lista no distrito de Viana do Castelo um dos filhos desta terra, que tinha partido e que agora regressa”. A conversa terminou com uma vontade deixada pelo líder socialista. “Como primeiro-ministro, espero continuar a visitar Paredes de Coura”, disse.

UCC de Melgaço na lista das preocupações

No princípio do passado mês de setembro, António Costa realizou uma visita a Melgaço onde se inteirou da Unidade de Cuidados Continuados (UCC) que permanece encerrada. O atual primeiro-ministro considerou na altura que aquele espaço é “um péssimo exemplo do abandono a que este Governo votou o setor da saúde”. António Costa, que mais uma vez visitou o Alto Minho em pré-campanha eleitoral, disse que “é absolutamente inaceitável que um equipamento destes esteja pronto e graças ao desinvestimento que o Governo fez no Serviço Nacional de Saúde ele continue a estar fechado e a não poder ser aproveitado pela população”.
Mas o líder socialista não ficou por aqui relativamente às preocupações dos melgacenses. Levou-as para Lisboa e voltou a abordar a matéria, dias depois, no frente-a-frente televisivo com Pedro Passos Coelho. “De facto, os senhores [coligação de Governo] têm criado muitos postos de trabalho para enfermeiros. Mas sabe onde? No Reino Unido. Ainda este fim-de-semana fui visitar uma Unidade de Cuidados Continuados que está concluída há três anos!”, exclamou António Costa. “Está paredes meias com um Centro de Saúde. Onde já se podiam utilizar os recursos humanos que servem esse Centro de Saúde. A obra está concluída, está equipada e está fechada”, lamentou. O candidato pela coligação ‘Portugal à Frente’ (PSD/CDS-PP) não deu qualquer resposta a António Costa sobre esta questão.
A UCC de Melgaço, cuja criação foi protocolada a 8 de Agosto de 2008 entre a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) e a Câmara Municipal de Melgaço, no âmbito da requalificação dos serviços do Centro de Saúde local, encontra-se concluída desde Setembro de 2012 mas permanece inutilizada.
De acordo com dados da autarquia, foi investido pelo Ministério da Saúde 1,5 milhões e meio de euros naquela unidade.

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