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Jorge Mendes, deputado pelo PSD na Assembleia da República eleito por Viana do Castelo, garantiu que vai recusar-se a tomar a vacina contra a COVID-19 na fase prioritária de titulares de órgãos de soberania. Em declarações à Rádio Vale do Minho, o antigo presidente da Câmara Municipal de Valença, sublinha que “é uma questão de princípio”.
“Não faço parte de nenhum grupo de risco. Não é por ser político que terei preferência ou antecipação no plano de vacinação”, disse Jorge Mendes.
Visivelmente preocupado, o parlamentar olha para o Alto Minho e descreve “uma situação complicada” em termos de número de casos ativos de COVID-19: são quase 4.000.
“É assustador. As pessoas têm de perceber de uma vez por todas que o vírus gosta de nós! Gosta das pessoas. Se nos continuarmos sem nos afastarmos uns dos outros, por muito que isso custe, nunca mais vamos resolver este problema”, avaliou. “Não podemos estar à espera da vacina. Ainda vai demorar longos meses até ser criada a imunidade de grupo”, alertou.
O deputado garantiu ainda que está a acompanhar a par e passo a situação na região. “A Rádio Vale do Minho é o grande divulgador do que é que se passa em termos oficiais em termos de COVID-19 e não só. Tem feito um excelente trabalho na divulgação dos casos, até para as pessoas perceberem o perigo que correm se não acatarem as medidas de confinamento que têm sido propostas”, apontou.
A par de Jorge Mendes, também outros deputados na Assembleia da República e titulares de órgãos de soberania já recusaram tomar – para já – a vacina contra a COVID-19 por razões semelhantes. É o caso de Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS-PP, e João Cotrim de Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, dizem que não querem ser incluídos no grupo prioritário de vacinação.
Em nota enviada ao presidente da Assembleia da República, o deputado da Iniciativa Liberal diz que cede a vacina a um profissional de saúde que ainda não tenha sido vacinado.
Também Cristóvão Norte, do PSD, afirma, no Twitter, que não quer ter prioridade. Escreve que não é idoso nem doente e que a função que exerce não acarreta riscos acrescidos de infeção.
No entanto, Cristóvão Norte reafirma que considera imprescindível que o Presidente da República, o primeiro-ministro e membros do Governo sejam vacinados nesta fase.
Vacinação começa na próxima semana
Os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro e a que o Diário de Notícias (DN) teve acesso, também a Provedora de Justiça, os membros do Conselho de Estado e a magistratura do Ministério Público vão começar a ser vacinados na próxima semana.
[Fotografia: Arquivo/DR]
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