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Paredes de Coura

Vítor Paulo Pereira: ‘Territórios de baixa densidade não precisam de piedade’

10 Abril, 2015 - 18:23

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Autarca de Paredes de Coura desagradado com o mapa “Portugal de Baixa Densidade”.

O presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura lançou várias críticas ao mapa “Portugal de Baixa Densidade”, recentemente aprovado pelo Governo. De acordo com o documento, Paredes de Coura integra os 164 municípios em risco de envelhecimento e desertificação. Dos 10 concelhos do Alto Minho, ficam apenas de fora Caminha, Ponte de Lima, Valença e Viana do Castelo. “O mapa que desenharam só não me dá vontade de rir porque acredito que as pessoas que o elaboraram fizeram-no com alguma bondade e inteligência. É um mapa que, à exceção dos concelhos próximos da A3 e da A1, diz-nos que parece que não há futuro para o nosso país. Isso é errado!”, disparou Vítor Paulo Pereira.
O autarca socialista vai mais longe e reprova todos os que acham que os grandes criadores nascem e vivem sempre nas principais cidades portuguesas. “Vamos, por exemplo, ter aqui em breve uma mesa redonda com pessoas de Paredes de Coura espalhadas por todo o mundo a fazer investigação e até a trabalhar nas artes. Onde é que nasceram essas pessoas? Nasceram em Paredes de Coura”, sublinhou o presidente da Câmara. “E muitas pessoas que estão hoje à frente de empresas, de laboratórios e ligadas às artes nasceram em terras de baixa densidade. Podem dizer-me que os territórios de baixa densidade têm maiores dificuldades. No entanto, mais parece já que isto é uma forma de olhar para o país com alguma piedade”, lamentou o edil. “Já me sinto cansado que as pessoas tenham piedade de mim! Eu acho é que as pessoas têm de ajudar! Ter piedade é uma visão triste, saudosista e de pessoas que acreditam pouco no país”, considerou.
Os Municípios que integram esta lista vão ter direito a cuidados especiais, após o Governo ter definido três fórmulas de discriminação favorável. De acordo com o jornal Público, “em primeiro lugar, serão privilegiados com programas aos quais só eles poderão concorrer; em segundo, haverá bonificações na apreciação das candidaturas; e, terceiro, se em causa estiver um investimento privado, haverá lugar a uma bonificação de 10% face aos valores praticados nas outras áreas do país”, refere aquele jornal. Mesmo perante estas regalias, Vítor Paulo Pereira rejeita este sentimento de “piedade” e lembra que “o ‘tal país do Terreiro do Paço’ tem de olhar para os territórios de baixa densidade não com piedade mas com respeito. Olhá-los como territórios de futuro”.
O mapa, que resulta de uma proposta da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), “tenta acabar de uma vez por todas com as diferentes interpretações que existem sobre a faixa do território nacional afetada pelo despovoamento, a desertificação, o envelhecimento e a falta de dinâmica económica”, explica ainda o Público. Para a construção desta listagem constaram vários indicadores, entre os quais o número de habitantes por quilómetro quadrado e a percentagem de população idosa.

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