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Vale do Minho

Violência doméstica entre as principais preocupações das autarcas do Vale do Minho

8 Março, 2015 - 07:05

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Dia Internacional da Mulher assinala-se este domingo.

A violência doméstica está entre as principais preocupações das mulheres do Alto Minho que ocupam cargos autárquicos. No ano passado, 40 mulheres portuguesas morreram devido à violência doméstica. Foram ainda sinalizadas 46 tentativas de homicídio contra mulheres levadas a cabo por ex-companheiros e familiares próximos. “É um número que assusta”, disse à Vale do Minho Anabela Rodrigues, vereadora na Câmara Municipal de Valença. “Não basta dar resposta a estes casos quando são denunciados. Há que educar, informar, sensibilizar e só depois, se for caso disso, proteger a mulher violentada. Há também que prevenir a reincidência e também qualificar os próprios políticos no sentido de criar medidas a implementar nesta área”, defende a autarca.
Em Paredes de Coura, a vereadora Maria José Moreira considera também que “o problema da violência doméstica tem de ser olhado com muita atenção, sobretudo por todos aqueles que têm responsabilidades quer a nível autárquico quer ao nível central”.
De acordo com o Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta, 229 crianças foram afetadas devido à violência contra as suas mães, ficando 122 filhos ou filhas órfãos de mãe. “É muito importante que exista um acompanhamento próximo com serviços especializados às mulheres vítimas de violência doméstica”, sublinha Maria José Moreira. “Isto por forma a que as mulheres se sintam mais protegidas e mais capazes de defender-se”, justificou.
Este domingo assinala-se o Dia Internacional da Mulher e em Monção a atenção dada à violência doméstica é também evidente. “É uma grande preocupação para mim como mulher e como autarca”, frisou à Vale do Minho Natália Rocha, vereadora na Câmara de Monção. “São números que já não se justificam. É um assunto sempre a ser pensado e sempre a ser debatido”, realçou a autarca monçanense.

Mulheres ainda ganham menos

A desigualdade salarial entre homens e mulheres em Portugal está a agravar-se. De acordo com os últimos dados da Comissão Europeia, a diferença atingiu 15,7% em 2012 (em 2009 era de apenas 9,2%). “A questão da igualdade salarial é fundamental. Deve existir um tratamento igual para homens e mulheres ao nível das empresas. Um dos desafios que se coloca às mulheres de hoje é conseguir conciliar a vida profissional com a vida pessoal”, salientou Maria José Moreira. “Dentro da igualdade de género, é muito importante que haja uma intervenção precoce ao nível do pré-escolar e do ensino básico. É importante combater os estereótipos na educação”, realçou.
Mesmo assim, a desigualdade salarial entre homens e mulheres em Portugal situa-se ainda abaixo da média da União Europeia, que se manteve nos 16,4% em 2012, o mesmo valor que tinha sido registado em 2011. Ainda assim, para Anabela Rodrigues, os números do país não podem ser ignorados. “Essa desigualdade é outro dos assuntos que me preocupa e os portugueses são exemplo negativo nisso”, alertou a vereadora valenciana. “A falta de emprego neste concelho e em todo o Alto Minho está a afetar Valença no geral e as mulheres em particular, que têm mais dificuldades no acesso ao emprego. Devem, portanto, ser criadas condições e medidas para atrair investidores. Criar postos de trabalho e, consequentemente, medidas para que as mulheres possam conciliar o trabalho com a vida familiar”, disse Anabela Rodrigues.
Por sua vez, Natália Rocha diz mesmo que “se as mulheres tivessem podido participar desde sempre de forma ativa na sociedade, talvez o mundo de hoje fosse bem melhor. Com muita mais paz, mais carinho e mais amor”.

Alto minhotas “mais bonitas” e “mais lutadoras”

Escreveu Miguel Esteves Cardoso que “as minhotas são as raparigas mais bonitas do país”. Disse ainda o escritor que “as raparigas do Norte (…) têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança”. Perante estas palavras, as líderes da região mostram-se totalmente de acordo. Natália Rocha considera que todas as mulheres portuguesas são bonitas mas “a mulher minhota é uma mulher de trabalho, que se distingue talvez pela luta e pelo amor ao seu território”.
Visão semelhante tem Anabela Rodrigues. A vereadora valenciana considera que “a mulher do Alto Minho é trabalhadora, independente, determinada e sabe que é capaz. Penso até que as mulheres do Alto Minho deveriam mandar neste país”, disse a autarca com um sorriso.
Em Paredes de Coura, a opinião de Maria José Moreira só podia estar em sintonia. “A mulher minhota é belíssima, mas aquilo que a distingue é a coragem e a tenacidade. Tem a capacidade de intervir, de construir e ajudar no desenvolvimento da sua região”, finalizou a autarca.
Refira-se que o Dia Internacional da Mulher tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.

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