Tiros de canhão [com pólvora seca] saudaram este sábado a inauguração do novo Centro de Interpretação das Fortalezas Abaluartadas da Raia, no espaço do antigo Paiol do Açougue, na Fortaleza de Valença.
Numa recriação histórica de elevada perfeição, levada a cabo por gentes de Almeida, a Fortaleza de Valença assistiu ao vivo à marcha de um batalhão de soldados vindos do início do século XIX. Mais concretamente de 1810, em que a 3ª invasão francesa estava em curso.
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O Regimento de Artilharia 4, de Valença, desempenhou papel fundamental nesta luta contra o exército de Napoleão.
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Volvidos mais de dois séculos, o Presidente da Câmara de Valença, José Manuel Carpinteira, afirmou que esta é agora a “Fortaleza da Paz”.
“Este projeto conjunto – entre Valença, Almeida, Elvas e Marvão – poderá ser a força motriz de mais desenvolvimento social, económico e cultural dos nossos territórios, trazendo-lhes novas e melhores oportunidades e investimento nas áreas do turismo, serviços, hotelaria, restauração e comércio”, disse o autarca valenciano.
Carpinteira recordou ainda que novo Centro de Interpretação “é o primeiro de um conjunto de quatro que serão também abertos pelos restantes parceiros deste projeto”.
“Estou certo que estes espaços vão valorizar a experiência dos turistas, dando-lhes a conhecer a História do nosso País e a evolução das relações sociais, económicas e estruturais entre ambos os lados da fronteira”, acrescentou.
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2023 tem sido “o melhor de sempre” no turismo
A presidir à cerimónia esteve o Secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda. Durante o seu discurso, o governante enfatizou constantemente o papel preponderante que o turismo está a ter atualmente na economia portuguesa.
“Em 2022 [após a pandemia] retomamos uma trajetória de crescimento e batemos o recorde alcançado em 2019, quando superamos em mais de 15% as receitas previstas. O turismo não é apenas um setor de excelência mas é também um setor de resiliência”, frisou.
“Quando olhamos para 2023, já podemos verificar que 2023 foi o melhor mês de sempre em turismo no País. Fevereiro foi também o melhor mês de sempre de turismo no País. Portanto, estamos na direção certa!”, exclamou Nuno Fazenda.
“Temos hoje um país de confiança no investimento e isso é muito positivo. Temos hoje cada vez mais portugueses a fazer turismo em Portugal e isso diz muito sobre a força e sobre a confiança que existe no nosso País”, afirmou.
O que pode ver-se neste Centro Interpretativo?
No centro de interpretação o visitante encontrará a história dos 1.319 kms da fronteira que dá corpo à raia luso-espanhola e dos seus 75 conjuntos de fortificações, distribuídas por Portugal e Espanha.
Painéis, mapas, ecrãs táteis, espólio arqueológico das escavações realizadas na Fortaleza de Valença e até um fardamento do Regimento de Artilharia 4 de Valença dão conta desta história e da importância e singularidade de Valença neste conjunto.
Este centro de interpretação está integrado numa rota que incluirá, ainda, centros de interpretação, a abrir em breve em Almeida, Elvas e Marvão.
A Rota das Fortalezas Abaluartadas da Raia tem, como principal objetivo, criar um produto de turismo cultural de âmbito nacional, associado a uma candidatura de Património da Humanidade que está a decorrer em paralelo, criando-se uma rota com selo de Património Mundial da UNESCO.
Os quatro municípios pretendem promover e valorizar o património militar dos séculos XVII e XVIII, representado através destes quatro sistemas defensivos mais representativos da linha de fronteira: a Praça-Forte de Almeida, a Fortaleza de Marvão, a Fortaleza de Valença, atuais candidatas a Património Mundial (com a candidatura das Fortalezas Abaluartadas da Raia, e a Cidade-Quartel de Elvas e suas fortificações, a qual está classificada pela UNESCO desde 2012
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