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O novo coronavírus (COVID-19) chegou ao Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho, em Valença. Aos microfones da Rádio Vale do Minho, o presidente da Câmara Municipal, Manuel Lopes, confirmou que existem vários professores infetados. Não conseguiu precisar o número. Pelo menos quatro. No entanto, outras fontes consultadas pela Rádio Vale do Minho falam mesmo em cinco.
“Estão todos em quarentena, mas assintomáticos. Durante uma viagem aos Açores tiveram de fazer o respetivo teste e todos eles ficaram espantados com o resultado”, referiu o autarca valenciano.
Mas não é só. “Vários alunos de uma turma do 8º ano que estiveram a uma distância mais curta desses professores durante as aulas estão também em quarentena”, prosseguiu o autarca. “Ocorreu também o caso de uma aluna do 10º ano que testou positivo à COVID-19”, confirmou o presidente da Câmara.
Todo um cenário que preocupa o Município e que terá contribuído para mais um disparo nos casos ativos do concelho: são agora 92. Um número elevado que levou a autarquia a fechar as portas das Piscinas Municipais e dos pavilhões desportivos. “Quando estes números descerem para valores mais aceitáveis, daremos instruções para que esses espaços reabram ao público”, referiu Manuel Lopes.
Aulas seguem normalmente – “Pais podem estar tranquilos”
Entretanto, “as aulas continuam a decorrer com toda a normalidade, segurança e cumprindo com todo o plano de contingência que foi estabelecido antes do arranque do ano letivo”.
“Os pais e os encarregados de educação podem estar tranquilos. Os filhos estão em segurança. Tudo está a ser rigorosamente cumprido precisamente para mantermos os alunos em segurança”, sublinhou Manuel Lopes.
“Estamos aqui para fazer parte da solução e não fazer parte do problema”.
Presidente da Câmara surpreendido com os números
Em jeito de desabafo, Manuel Lopes admitiu à Rádio Vale do Minho que está “surpreendido” com os números que Valença está a alcançar nesta 2ª vaga da pandemia da COVID-19.
“Não contava com números destas proporções. Apesar de um Verão atípico, tivemos muitos visitantes durante os meses de julho e de agosto e conseguimos sempre manter-nos com um número muito reduzido de casos ativos. Nada fazia prever que estes números viessem a aparecer”, disse.
No entanto, assegurou ainda o edil valenciano, “cerca de 99% dos casos ativos que temos são assintomáticos e esses, ao não saber que estão infetados, contaminam várias pessoas sem o saber. Costumo dizer que este é um vírus que gosta de pessoas distraídas”.
Para evitar mais distrações, Manuel Lopes volta a apelar ao cuidado. “Este vírus é de muito fácil propagação. Todos devemos cumprir as normas recomendadas pela Direção-Geral da Saúde. Cumprindo-as, salvaguardam os seus e todos os valencianos”.
Autarca isenta galegos de culpa
Perante tamanho disparo de casos ativos, não falta em Valença quem aponte o dedo ao outro lado da ponte. “Foram os galegos”, ouve-se não raras vezes. “Fechem fronteiras”, dizem tantos. Mas o presidente da Câmara discorda completamente.
“Nenhum dos focos que temos está relacionado com os nossos vizinhos. Não podemos nem queremos deitar-lhes culpas. Até porque eles estão numa situação bem melhor que a nossa. E quanto melhor estiver o meu vizinho, melhor estou eu”, sublinhou em tom taxativo. “Os focos são daqui e/ou provenientes de pessoas que os trouxeram de concelhos limítrofes”.
Contas feitas, Valença apresenta nesta altura 121 casos confirmados, dos quais 92 estão ativos e 29 estão recuperados. Desses 92 casos ativos, adiantou ainda o presidente da Câmara, 26 são relativos ao Lar da Cruz Vermelha.
[Fotografia: DR]
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Não costumo fazer comentários nas redes sociais mas este não poderia deixar passar em branco. Não podia, nem posso deixar passar por vários motivos. Um deles é porque sou professora ( estou em isolamento profilático, fiz o teste e testei resultado negativo). Outro, é porque vejo aqui comentários feitos de animo leve sem saberem realmente o que e como se passam as coisas. Sou doente de risco. Trabalho na escola que tem implementado todas as medidas de segurança no seu plano de contingência. Vejo toda a comunidade educativa empenhada em que tudo corra bem, em minimizar riscos. Verifiquei grande responsabilidade na abordagem e tomada de medidas quando se começaram a detetar casos positivos. Não é verdade que as pessoas enquanto esperam o resultado dos testes andem por aí. Não o é, até porque não pode ser. Somos contactados pela delegado de saúde (DGS) , o nosso nome é dado à GNR. Recebemos todas as indicações do que temos que fazer e cumprir. Somos contactadas pela GNR. Diariamente temos que monitorizar sintomas, febre e obrigatoriamente informar o ministério de saúde. Há normas que têm que ser seguidas e cumpridas. Quando se mandam uns alunos para casa e outros não, é porque não se justifica a ida de todos. Não há irresponsabilidade. Todos estamos sujeitos a sermos contaminados. Ninguém está livre. Na escola, no supermercado, ao virar da esquina….Vamos fazer, cada um de nós, o que nos é pedido e possível, usemos a máscara, façamos a higienização e tentemos, quando possível, manter o distanciamento. Digo quando possível, pois nem sempre o é. Eu não posso, eu não devo e ….não é por isso que sou irresponsável, menos profissional ou menos cívica que qualquer um de vós. Sei que estais preocupados, sei que quereis o melhor dos vossos educandos mas, acredite, todos nós temos o mesmo desejo. Ninguém é contaminado nem contamina porque quer. Hoje uns, amanhã outros. Sejamos menos “vírus” que este vírus.