O Município de Valença “apoiará financeira, técnica e administrativamente a Associação dos Bombeiros Voluntários de Valença na legalização do seu quartel-sede”. A garantia foi deixada este domingo pelo presidente da Câmara Municipal, José Manuel Carpinteira, durante a cerimónia comemorativa dos 103 anos da aquela corporação.
Determinado, Carpinteira pretende colocar mais um ponto final a “um problema de longa duração”.
Recorde-se que, recentemente, o Município decidiu avançar com a recuperação da autoescada. Estava parada há mais de uma década.
“A ação desenvolvida pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Valença é fundamental para a proteção, a segurança e o bem-estar dos nossos concidadãos. São 103 anos de história, construídos pelo altruísmo, coragem e abnegação destes homens e mulheres no desempenho diário do seu serviço público e voluntário”, enalteceu o edil valenciano.
“Investir nesta nobre associação é investir na proteção e na segurança da nossa comunidade, sendo, por isso, uma prioridade”, sublinhou Carpinteira.
Durante a cerimónia realizou-se a habitual parada. Foram distribuídas honras e distinções a vários bombeiros desta corporação.
Veja a galeria de fotos [créditos: Município Valença]
Como nasceram os Bombeiros de Valença?
É preciso recuar até 1910 para encontrar a origem dos Bombeiros Voluntários de Valença. Corria o dia 12 de outubro e a República tinha sido implantada há pouco tempo em Portugal.
Por cá, segundo o portal do Município, um grupo de raparigas e rapazes “da melhor sociedade” de Valença, decidiram realizar no Teatro Valenciano, um sarau musical a favor da ideia da criação dos Bombeiros em Valença.
O espetáculo foi um êxito. Mas dava para criar os bombeiros? Não.
Conta a autarquia que estes gestos continuaram durante seis anos. Em 1916, em plena Guerra Mundial, começam a ser feitos peditórios a toda a população. A tarefa não estava a ser fácil.
No ano seguinte, um violento incêndio deflagrou num prédio da antiga Rua Direita. O povo perdeu a paciência. A revolta aumentava de tom, dado que ainda não existia no concelho um Corpo de Bombeiros.
Quem apagava os fogos? A missão cabia à então chamada Companhia da Bomba, propriedade da Câmara Municipal. No entanto, não existia pessoal devidamente preparado.
Novo fogo em 1919… e desta vez teve de ser
Dois anos depois, em 1919, outro grande incêndio. E desta vez tinha mesmo de ser.
Em junho desse ano, prossegue o Município, celebrou-se uma reunião dos habitantes de Valença e dela resultou a nomeação de uma comissão organizadora, para a fundação dos Bombeiros e a elaboração dos seus estatutos, os quais foram aprovados por Assembleia Geral de 27 de Julho de 1919.
Bombeiros Voluntários de Valença, fundados em 1919
[Fotografia: Município Valença]
Havia Bombeiros… mas não havia quartel. Foi então que Valença se dirigiu ao Governador Militar da Praça-Major Inácio Severino de Melo Bandeira, o qual conseguiu a cedência do prédio militar denominado Antigo Armazém de Material.
Os trabalhos ficaram prontos no dia 19 de setembro de 1920. Finalmente, tudo em condições para a agora chamada de Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Valença e respectivo Corpo Activo, equipado com três bombas braçais e um carro para o transporte de seis homens e que servia para puxar as bombas, com cavalos ou muares.
Atualmente, a corporação apresenta um corpo ativo de 35 operacionais. Armindo Marques é o comandante em funções.
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