Aconteceu em 1979. Linda de Suza tinha começado a cantar no restaurante Chez Loisette, em Saint-Ouen onde foi descoberta pelo compositor André Pascal que a apresentou a outro compositor, Alex Alstone.
Após ser recusada pela editora Barclay (devido ao receio de a sua pronúncia portuguesa não ser aceite pelo público francês), assinou pela Carrere.
Era hora de estrear o primeiro single a sério. Apenas uma música… antes do primeiro álbum. Surge assim o tema Uma moça chorava. Foi lançado em vinil.
Na capa, Linda de Suza, então com 31 anos, surge sentada na ponte centenária de Valença [que na altura ainda não era centenária]. Uma imagem claramente alusiva à temática da emigração. Nascida em Beja, em 1948, a cantora emigrou em 1970 para França, onde fez carreira na área da música.
Recorde o tema:
O single teve êxito. E nesse mesmo ano, Linda de Suza lança o primeiro álbum intitulado Amália Lisboa.
Linda de Suza tornou-se a cantora da comunidade emigrante portuguesa, cantando as suas dificuldades e saudades do país distante.
A cantora atuou em Portugal, em 1979, e continuou a bater recordes de vendas na década de 1980.
A sua história foi adaptada à televisão, numa minissérie intitulada “Mala de Cartão” (1988), protagonizada por Irene Papas (1919-2021).
Na década de 1990, Linda de Suza deu ainda voz a sucessos como “Simplement vivre”, “Tu seras mon père”, “Pars sans un adieu” e “Tiroli, Tirola”.
A cantora passou por vários contratempos pessoais, que tiveram eco na imprensa: em 2010, tornou públicas as suas dificuldades financeiras e acusou o companheiro de lhe roubar a identidade; na época, afirmou que vivia com cerca de 400 euros mensais, todavia, Linda de Suza voltou aos palcos e, entre 2014 e 2017, realizou várias digressões.
Em 2020, apresentou um novo projeto, “Postais de Portugal”, com qual preparava uma nova digressão que a pandemia de covid-19 obrigou a cancelar.
Linda de Suza morreu esta quarta-feira, aos 74 anos, devido a “insuficiência respiratória” na sequência de uma infeção por covid-19.
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