“É neste Festival Gastronómico que se come a melhor lampreia do Rio Minho”. A certeza foi deixada esta sexta-feira pelo Presidente da Junta de São Pedro da Torre, Cristóvão Pereira, durante cerimónia de abertura de mais uma edição do Sabores da Lampreia, em Valença.
Uma edição que marca o regresso deste evento, após dois anos de suspensão devido às restrições pandémicas.
Ainda a cerimónia não tinha arrancado e nas imediações já circulava uma das novidades da edição deste ano: um comboio turístico que vai circular pela freguesia durante o fim de semana, com o propósito de transportar os visitantes à feira.
“Contamos receber milhares de pessoas durante estes três dias de festival”, disse Cristóvão Pereira aos jornalistas apontando a tenda de refeições com capacidade para 400 pessoas.
Gerações renovadas de pescadores
A tradição da pesca da lampreia em São Pedro da Torre tem motivos para estar tranquila. Os saberes e a paixão pela arte estão a passar de geração em geração e, contou o Presidente da Junta, há pescadores veteranos mas também há vários jovens.
“Nas formações mais recentes inscreveram-se vários jovens. Vários deles com menos de 30 anos de idade, e isso para a Junta de Freguesia foi um grande orgulho”, congratulou-se o autarca.
Entre os mais veteranos, “ainda temos um com 86 anos de idade no ativo… e pesca durante a noite”, prosseguiu Cristovão Pereira. “Vai acompanhado pelo neto, um dos nossos pescadores mais novos, e transmite-lhe os saberes”.
Em ano de escassez de lampreia, o Presidente da Junta voltou a frisar que este facto não preocupa o Sabores da Lampreia. “Temos lampreias para servir toda a gente”, assegurou.
Carpinteira recomenda “atenção” à escassez de lampreia no rio Minho
No seu discurso inaugural, o Presidente da Câmara de Valença congratulou-se com o regresso deste certame que mantém também em vista o objetivo de cativar novos apreciadores, com as diversas formas de confecionar o ciclóstomo.
“A lampreia é um dos baluartes da nossa região, revestindo-se de um forte valor cultural pela preservação das artes da pesca artesanal mas abrindo também novos horizontes para empreender e inovar com novos sabores e experiências gastronómicas”, realçou José Manuel Carpinteira.
“Experiências” estas que tornam a lampreia “cada vez mais uma referência no concelho e na região”.
Enaltecendo os pescadores, o Presidente da Câmara colocou-os como principais responsáveis na “maximização do valor gastronómico” da lampreia do Rio Minho.
Na reta final, Carpinteira defendeu que – perante mais um ano de escassez deste ciclóstomo naquele rio – “devemos estar atentos, em prol de todos aqueles que direta ou indiretamente dependem desta atividade”.
Veja a galeria de fotos [Rádio Vale do Minho]
São nove maneiras diferentes de degustar lampreia para provar até domingo.
Arroz de lampreia, lampreia à bordalesa, lampreia recheada, lampreia assada no forno, lampreia seca, tosta com escabeche de lampreia, empanada de lampreia, chamuça de lampreia estufada e ravioli de lampreia são as variedades que serão possíveis apreciar, neste festival.
Pescada nas águas do rio Minho, ao longo dos tempos, ganhou fama, tradição e tantas formas de a confeccionar e saborear.
Este festival é um repositório desses saberes seculares de muitas gerações de pescadores e cozinheiros de São Pedro da Torre que aqui apresentam estas verdadeiras iguarias.
Este evento está integrado na 12ª edição da iniciativa Lampreia do rio Minho – Um Prato de Excelência.
Trata-se de um projeto da ADRIMINHO – Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho, em parceria com os seis municípios do Vale do Minho – Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira -, e que visa a promoção de um recurso local com forte impacto na economia local – a lampreia – tornando o Vale do Minho um destino gastronómico de excelência.
Boa tarde. Gostava de saber os preços da dose da lampreia. Obrigada
Excelente prato !..